O processo de independência do Chile, assim como em outras colônias espanholas na América Latina, foi marcado por lutas internas e desafios significantes que moldaram o perfil político do país recém-formado. Em 1818, o Chile proclamou sua independência da Espanha, mas isso não significou uma transição pacífica para uma governança estável. 

Após a declaração de independência, o país enfrentou uma série de conflitos internos, que são duas vertentes principais. Primeiramente, houve lutas entre os partidários da Coroa espanhola e os libertários, que buscavam romper de vez qualquer laço colonial. Tais enfrentamentos persistiram até que as forças pró-independência firmaram o controle do território chileno. 

Além disso, outra camada de conflito emergiu entre os defensores de um governo centralista, que favorecia uma administração centralizada e poderosa, e os federalistas, que desejavam maior autonomia para as diversas regiões do Chile. Esse embate ideológico provocou divisões significativas e contribuiu para um ambiente de instabilidade política prolongada. 

Essas desavenças não foram resolvidas rapidamente. De fato, o país experimentou um longo período de guerras civis e disputas internas até que, em 1830, a facção conservadora centralista conseguiu se sobrepor de maneira mais definitiva. A vitória desta facção estabeleceu um período em que políticas mais conservadoras e uma forte centralização do poder foram enfatizadas, consolidando a estrutura governamental que influenciaria o desenvolvimento subsequente do Chile. 

A análise desse processo mostra que, embora a independência do Chile compartilhe características com outras lutas anticoloniais na América Latina, como o desejo de autodeterminação e o repúdio ao domínio colonial, também possui especificidades importantes, tal como o marcante conflito entre centralistas e federalistas, que não pode ser ignorado pelos historiadores que estudam a formação das nações latino-americanas. 

Gabarito: Letra C

No Chile, cuja Ata de Independência data de 1818, os
enfrentamentos entre os partidários da Coroa espanhola e os
libertários e, em seguida, o choque entre os que defendiam a
visão centralista e os federalistas convulsionaram o jovem país,
que suportou longo período de guerras, até que, em 1830, a
facção conservadora centralista venceu a disputa.

Os processos de independência que afetaram as colônias europeias
da América compartilham vários aspectos, embora haja
especificidades que não podem ser desprezadas pelos historiadores. A respeito desse contexto histórico, julgue (C ou E) os itens
seguintes.

A análise dos movimentos de independência na América Latina, como o caso da Argentina, requer um entendimento das dinâmicas internas e externas que influenciaram esses processos. O papel das invasões napoleônicas é central, uma vez que a invasão de Napoleão à Espanha em 1808 desestabilizou a autoridade metropolitana, fato que teve repercussões diretas nas colônias espanholas na América. 

Em 1816, a Argentina declarou sua independência, mas é simplista afirmar que isso se deu de maneira coesa e que resultou na implementação de um sistema federalista estável. Após a independência, a região que compreendia o Vice-Reino do Rio da Prata enfrentou significativas disputas internas entre as facções Unitária e Federalista. Essas disputas se manifestaram de maneira aguda durante e após o período de formação do Estado nacional. 

O sistema federalista, que eventualmente se estabeleceu na Argentina, não foi uma decorrência direta e imediata da independência. Pelo contrário, a conformação política do país após 1816 foi marcada por uma série de conflitos e instabilidade, que culminariam mais tarde em guerras civis, especialmente entre as diferentes províncias e a central Buenos Aires. 

Portanto, a afirmação de que as elites agrárias implantaram um sistema federalista que garantiu a estabilidade política imediatamente após a independência é incorreta. A história política da Argentina pós-independência foi bastante tumultuada, com períodos de grande instabilidade e conflitos internos que duraram décadas. 

Com base nesses pontos, a afirmação do enunciado está errada, uma vez que simplifica e não reflete adequadamente a complexidade e a turbulência do período pós-independência na Argentina até a Guerra do Paraguai.Gabarito: Letra E

A independência da Argentina, em 1816, foi fruto das invasões
napoleônicas, momento em que as elites agrárias aproveitaram
o vazio do poder colonial e, de forma coesa, implantaram um
sistema federalista que garantiu a estabilidade política do país
até a Guerra do Paraguai.

Questões de História - Movimentos de Independência na América Latina - 2014