Para respondermos a esta questão sobre a gênese do relevo terrestre, abordaremos detidamente cada uma das afirmações apresentadas, utilizando conceitos básicos e avançados de Geografia relacionados à tectônica de placas e à formação do relevo. A ideia é compreender tanto a precisão dos termos empregados nas afirmações quanto o seu encaixe nos processos geológicos que moldam o planeta Terra.
 

Alternativa A:
A alternativa I menciona "movimentos epirogenéticos" e sua relação com dobramentos de camadas de rochas em bacias geossinclinais, utilizando o Himalaia como exemplo. No entanto, esta afirmação está incorreta. Na verdade, os dobramentos são característicos dos processos orogenéticos, não epirogenéticos. Orogênese refere-se aos processos de formação de montanhas e está associada ao encontro e colidência de placas tectônicas, resultando no soerguimento de cadeias montanhosas. O Himalaia é um resultado clássico de orogênese, onde a placa Indiana colide com a placa Euroasiática. Movimentos epirogenéticos, por outro lado, são lentos e verticalizados, envolvendo soerguimento ou abatimento das placas, sem formação de montanhas, mas podendo formar grandes áreas elevadas ou depressões. Assim, a afirmação peca ao não diferenciar significativamente entre os dois processos tectônicos.
 

Alternativa B:
A afirmação II alega que a orogênese compreende movimentos lentos que propiciam soerguimentos ou abaixamentos da crosta, resultando em falhamentos e fraturas. Esta afirmação está incorreta, pois mistura características de processos epirogenéticos com orogenéticos. A orogênese, na verdade, ocorre de maneira bastante rápida em termos geológicos e está correlacionada a dobramentos e formação de falhas em áreas de forte compressão tectônica. Em contraste, os processos que causam elevações ou depressões lentas em grandes blocos continentais são chamados de epirogênese. Portanto, a descrição da orogênese como processos lentos é, em essência, um equívoco conceitual.
 

Alternativa C:
A alternativa C combina as afirmações I, II e III. No entanto, já detalhamos que I e II têm problemas conceituais quanto à definição e descrição dos processos geológicos. Embora a afirmação III sobre as cadeias orogênicas estar correta, essa alternativa não pode ser a escolhida devido aos erros levantados nas primeiras afirmações.
 

Alternativa D:
A afirmação III diz que as cadeias orogênicas são terrenos considerados recentes, produzidos pela tectônica de placas e que apresentam topografia elevada. Esta afirmação está correta. As cadeias orogênicas, como os Andes, os Alpes e o próprio Himalaia, resultam do movimento das placas tectônicas. São estruturas elevadas formadas pelo então recente empilhamento de camadas rochosas e intensa atividade tectônica, refletindo perturbações geológicas ocorridas há algumas dezenas de milhões de anos – um curto período em termos de história geológica.
 

A afirmação IV descreve as plataformas ou crátons como relevos rebaixados e de estruturas geológicas antigas, que, por muito tempo, foram expostas a processos erosivos. Devido à sua história estável e ausência de deformações tectônicas recentes, os crátons apresentam-se como terrenos erodidos, baixos, e sua tipificação como baixos planaltos ou depressões está correta. As descrições de plataformas cratônicas coincidem com áreas já tectonicamente desgastadas, dada a sua formação há bilhões de anos, refletindo um contraponto estável em relação às orogênicas.
 

Alternativa E:
Esta alternativa propõe a conjunção das afirmações I, III e IV. Como mencionado anteriormente, a afirmação I está incorreta por confundir conceitos de orogênese e epirogênese. Assim, não é possível aceitar essa alternativa como correta.
 

Portanto, a alternativa correta é D.

Alternativa A: 
A opção "Serra" refere-se a um tipo de relevo caracterizado por terrenos acidentados, geralmente com altitudes elevadas, mas que frequentemente apresentam picos e cumes afiados, em vez de superfícies planas. As serras são formações geológicas que surgem da ação de processos tectônicos, como o soerguimento de blocos rochosos. Um exemplo de serra no Brasil é a Serra do Mar, que percorre a costa sudeste do país. Diferente do que o enunciado descreve, as serras não têm grandes superfícies planas, o que as torna distintas dos relevos tabulares mencionados. 
 

Alternativa B: 
A alternativa "Morros" está incorreta no contexto do enunciado descrito. Os morros são elevações do terreno que geralmente não possuem o tamanho ou a estrutura de um planalto ou chapada. São considerados formas de relevo menores e suas altitudes são significativamente inferiores às das chapadas. Morros não são caracterizados por grandes superfícies planas e elevadas acima de 500 metros, conforme descrito no enunciado. No Brasil, eles são muitas vezes encontrados em regiões de relevo mais antigo, como nas áreas de planaltos cristalinos. 
 

Alternativa C: 
A alternativa "Escarpa" refere-se a uma característica geomorfológica associada a desníveis pronunciados no relevo, representando a transição entre diferentes áreas de altitudes, como a face de uma cuvette ou o limite de um platô. As escarpas podem formar-se por processos de erosão e movimentação tectônica, criando paredes ou encostas íngremes, mas não constituem uma formação plana e elevada como as chapadas. Portanto, a descrição de superfícies planas e elevadas não é compatível com as escarpas. 
 

Alternativa D: 
A alternativa "Chapada" é a correta para o enunciado, que descreve um relevo tabular com grandes superfícies planas e elevadas. As chapadas são uma forma de planalto sedimentar, caracterizadas por suas áreas extensas e planas que se situam a altitudes geralmente superiores a 500 metros, como mencionado na questão. Exemplos clássicos no Brasil incluem a Chapada Diamantina, na Bahia, e a Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso. Essas áreas são resultados de processos de sedimentação e posterior elevação tectônica, seguidos de erosão que modelou suas extremidades. Portanto, são características da geomorfologia associada ao enunciado. 
 

Compreender as características das chapadas é fundamental para estudantes que se preparam para concursos públicos, já que essa forma de relevo representa uma parte significativa da geomorfologia brasileira, especialmente nas regiões citadas no enunciado, Nordeste e Centro-Oeste. As chapadas possuem relevância também do ponto de vista ambiental e turístico. Muitas delas abrigam parques nacionais e áreas de conservação devido à sua biodiversidade e belezas naturais. Além disso, sua formação geológica é um testemunho importante dos processos de longo termo que moldaram a superfície do planeta. 
 

Em resumo, ao interpretar questões de Geografia em provas de concursos, é essencial identificar características chave, como altitude, forma e processos formadores, para descrever corretamente os tipos de relevo. Tais características ajudam a diferenciar entre relevo tabular (chapadas), morros arredondados, escarpas abruptas, ou as serras, com suas elevações agudas e acidentadas. O conhecimento específico sobre o relevo e a sua ocorrência geográfica no Brasil pode ser decisivo em muitas questões, contribuindo para uma avaliação mais acertada e fundamentada. Assim, questões como a descrita não apenas testam o conhecimento técnico, mas também a capacidade de aplicação desse conhecimento em um contexto real e específico. 
 

Portanto, a alternativa correta é D.

Para entender plenamente a questão proposta, devemos explorar os conceitos de relevo e formação das feições geográficas, focando especialmente em regiões de clima árido e semiárido, como mencionado no enunciado.

 

Regiões áridas e semiáridas são conhecidas por suas condições climáticas extremas, caracterizadas por baixas precipitações e elevadas taxas de evaporação. Essas condições contribuem significativamente para processos intensivos de erosão e a formação de paisagens específicas. Em tais ambientes, as formações geológicas são moldadas principalmente pela ação da erosão eólica e hídrica, embora a presença de água em menor escala ainda desempenhe um papel crucial em alguns processos erosivos.

 

Alternativa A: Inselberg.

A descrição do enunciado corresponde precisamente ao conceito de "inselberg". Um inselberg é uma saliência rochosa distinta em um terreno plano ou ligeiramente ondulado, mais comumente encontrado em regiões áridas ou semiáridas. Em alemão, "inselberg" significa "montanha ilha", um nome apropriado dado sua aparência de ilha em um "mar" de terra erodida.

Essas formações são compostas de rochas que são mais resistentes à erosão do que os materiais ao seu redor, que sofreram erosão mais rápida ou mais extensa. O resultado é que o inselberg fica proeminente na paisagem enquanto o entorno é rebaixado. Exemplos famosos incluem Uluru na Austrália e o Pão de Açúcar no Rio de Janeiro, embora o ultimo se encontre em ambiente diferente, também é classificado geologicamente como um inselberg devido à sua formação.

 

Alternativa B: Restinga.

A alternativa "restinga" refere-se a um tipo de formação geológica associada a ambientes costeiros, e não a regiões áridas ou semiáridas. As restingas são formadas por sedimentos arenosos, muitas vezes cobertos por vegetação específica, que se acumulam na costa em resultado da dinâmica das marés e correntes marinhas. Não se trata de uma formação mais resistente à erosão, mas resultado de deposição sedimentar.

 

Alternativa C: Falésia.

Falésias são escarpas íngremes formadas pelo retrocesso de costeiras devido à ação erosiva das ondas. Enquanto o conceito de resistência diferencial à erosão pode também se aplicar às falésias, elas estão associadas principalmente a ambientes marinhos ou lacustres e não a climas áridos ou semiáridos. Assim, não se encaixam na descrição fornecida pela questão.

 

Alternativa D: Morro.

A denominação "morro" é um termo genérico para elevações de terreno que podem ocorrer em qualquer clima ou região, sem o caráter distintivo que a formação isolada do inselberg apresenta em terrenos predominantemente planos. Além disso, nem sempre os morros são formados por resistência diferencial à erosão, podendo ser resultado de uma série de processos geológicos diversos.

 

A questão em foco aponta para uma compreensão aprofundada da geomorfologia, destacando a importância da resistência diferencial à erosão na formação das paisagens. Em termos mais amplos, entender essas formações é importante não apenas para a prova de concurso, mas também para estudos ambientais que buscam compreender a evolução das paisagens e como diferentes formas de relevo interagem com o clima e a ação humana.

 

Em regiões áridas e semiáridas, compreender essas dinâmicas é crucial para o manejo sustentável do solo e da água, dois recursos escassos mas vitais nesses locais. O estudo dos inselbergs e sua relativa resistência à erosão podem fornecer pistas valiosas sobre o desenvolvimento de práticas agrícolas, de irrigação e conservação do solo nessas áreas.

 

Portanto, a alternativa correta é A.

Considera as cotas altimétricas para definir a 
classificação do relevo.

Além dos planaltos e planícies foi detalhado mais 
um tipo de compartimento.

Divide o Brasil em dez compartimentos de relevo, 
planaltos (75%) e as planícies (25%).

Classificação divide o Brasil em oito unidades de 
relevo, planaltos (59%) e planícies (41%).

A classificação do relevo brasileiro feita por Jurandyr Ross é uma das mais aceitas e utilizadas na atualidade para descrever as formas do território do Brasil. Essa classificação surge como uma atualização e aprofundamento das classificações anteriores, que muitas vezes não conseguiam explicar adequadamente a complexidade e a diversidade das estruturas geológicas do país.

 

A interpretação de Ross do relevo brasileiro veio adicionar uma nova perspectiva, considerando não apenas fatores altimétricos, mas também a estrutura geológica e a morfologia superficial. A seguir, vamos analisar cada uma das alternativas apresentadas na questão para entender qual se refere corretamente ao seu trabalho.

 

Alternativa A: 
A alternativa A afirma que Ross considera as cotas altimétricas para definir a classificação do relevo. Essa declaração pode inicialmente parecer correta, dado que a altitude é um fator fundamental na definição de relevo. No entanto, a proposta de Jurandyr Ross se destaca pelo uso de múltiplos critérios além das simples cotas altimétricas. Ross inclui considerações sobre a geologia e morfoestruturas, o que sugere que sua abordagem é mais complexa e abrangente do que uma simples consideração altimétrica. A classificação anterior de Aroldo de Azevedo, por exemplo, priorizava as altitudes, mas Ross fez um avanço significativo ao introduzir um olhar mais detalhado que inclui a formação geológica e evolução das formas de relevo. Por isso, esta alternativa está incorreta ou, no mínimo, imprecisa dada a abrangência do trabalho de Ross. 
 

Alternativa B: 
Na alternativa B, é mencionado que, além dos planaltos e planícies, Jurandyr Ross detalhou mais um tipo de compartimento. Esta afirmação está correta. De fato, Ross introduziu a categoria das depressões, que são áreas rebaixadas entre planaltos e outras formas de relevo, e essa inclusão foi uma adição significativa à classificação das formas de relevo brasileiras. As depressões diferem dos planaltos e planícies não apenas em altitude, mas também em seu contexto geológico e morfogenético. Elas são, geralmente, associadas a processos de erosão que escavam o relevo, e sua caracterização ajudou a definir melhor as transições entre diferentes formas de relevo, reconhecendo assim o relevo de maneira mais tridimensional e dinâmica. 
 

Alternativa C: 
A alternativa C menciona que a classificação de Ross divide o Brasil em dez compartimentos de relevo, com planaltos correspondendo a 75% e as planícies a 25% do território. Esta afirmação está incorreta. Jurandyr Ross, realmente, não utiliza esses percentuais na sua classificação. Na verdade, a principal contribuição de Ross está em dividir o Brasil em 28 unidades de relevo, distribuídas entre planaltos, planícies e depressões. Portanto, essa alternativa apresenta dados que não coincidem com a realidade descrita por Ross, tanto em termos de número de compartimentos quanto na representação percentual de cada tipo de relevo. 
 

Alternativa D:
A alternativa D sugere que a classificação de Ross divide o Brasil em oito unidades de relevo, com planaltos compreendendo 59% e planícies 41%. Essa alternativa está incorreta, uma vez que desconsidera a categoria das depressões e a quantidade correta de unidades identificadas por Ross. Como mencionado, Ross identificou 28 unidades de relevo, das quais os planaltos, planícies e depressões são as categorias principais, mas com subdivisões detalhadas envolvendo cada tipo. A divisão em oito unidades seria uma simplificação inadequada do trabalho de Ross e não representa corretamente a complexidade e distribuição percentual das formas de relevo brasileira segundo Ross.
 

A contribuição de Jurandyr Ross à compreensão do relevo brasileiro é fundamental para os estudos geográficos e ambientais. Ele proporcionou um mapeamento mais detalhado que ajuda não só no entendimento geográfico, mas também em aspectos de planejamento urbano, gestão ambiental e análise de riscos naturais. Sua abordagem holística e detalhada reflete uma preocupação em entender a geografia de uma maneira integrada, que é essencial para o ensino e para a aplicação prática em políticas públicas. 

 

Portanto, a alternativa correta é B.

Questões de Geografia - Relevo - Superior - 2019