Certo, galera, vamos analisar essa questão de voz passiva a partir de um trecho super literário! O que precisamos fazer é mudar a frase na voz ativa "A menina manteve a possessão do canário" para a voz passiva. Na voz ativa, o sujeito (a menina) realiza a ação, enquanto na voz passiva, a ação é realizada sobre o sujeito, que passa a ser o canário, o alvo da ação. 
 
Primeiro, vamos localizar o verbo principal: "manteve". É um verbo na forma do pretérito perfeito do indicativo, que indica uma ação concluída no passado. Quando convertido para a voz passiva, o verbo "manter" deve aparecer como "foi mantido(a)" porque estamos falando de uma ação concluída no passado. 
 
As alternativas que temos são: 
<ul> 
<li>A) fora mantido → mais parece um pretérito mais-que-perfeito, não é o adequado aqui.</li> 
<li>B) tinha mantido → ainda na voz ativa, tá fora.</li> 
<li>C) terá mantido → futuro do pretérito, nada a ver.</li> 
<li>D) foi mantida → olha só, parece que temos um vencedor! Corresponde ao pretérito perfeito e ajusta-se ao gênero feminino que o canário, nesse caso o sujeito da voz passiva, deve levar.</li> 
<li>E) teria sido mantida → condicional, não encaixa bem nesse contexto.</li> 
</ul> 
 
Logo, a conversão correta da frase em voz passiva, considerando gênero e número do novo sujeito (o canário), é "O canário foi mantido pela menina" ou, para espelhar mais de perto a frase original, "O canário foi mantida pela menina". 
 
A alternativa correta é a letra D.

Atacado de senso de responsabilidade, num momento de descrença de si mesmo, Rubem Braga liquidou entre os amigos a sua passarinhada. Às crianças aqui de casa tocaram um bicudo e um canário. O primeiro não aguentou a crise da puberdade, morrendo uns dias depois. O menino se consolou, forjando a teoria da imortalidade dos passarinhos: não morrera, afirmou-nos, com um fanatismo que impunha respeito ou piedade, apenas a sua alma voara para Pirapora, de onde viera. O garoto ficou firme com a sua fé. A menina manteve a possessão do canário, desses comuns, que mais cantam por boa vontade que por vocação. Não importa, conseguiu depressa um lugar em nossa afeição.

 Era um canário ordinário, nunca lera Bilac, e parecia feliz em sua gaiola. Nós o amávamos desse amor vagaroso e distraído com que enquadramos um bichinho em nossa órbita afetiva. Creio mesmo que se ama com mais força um animal sem raça, um pássaro comum, um cachorro vira-lata, o gato popular que anda pelos telhados. Com os animais de raça, há uma afetação que envenena um pouco o sentimento; com os bichos, pelo contrário, o afeto é de uma gratuidade que nos faz bem.

 Aos poucos surpreendi a mim, que nunca fui de bichos, e na infância não os tive, a programá-lo em minhas preocupações.
Verificava o seu pequeno coche de alpiste, renovava-lhe a água fresca, telefonava da rua quando chovia, meio encabulado perante mim mesmo com essa minha sentimentalidade tardia, mas que havia de fazer?

sendo atacado e fora descoberto

Em "a": Certo &nbsp;– Temos a seguinte construção com a voz ativa: "Atacam o mestre e descobrem que...", visto que o sujeito, nesse caso, passa a ser indeterminado. Em "b": Errado &nbsp;– Nesse caso, a voz está na passiva. Em "c": Errado &nbsp;– Não está na voz ativa, pois o sujeito deverá estar indeterminado. Em "d": Errado &nbsp;– Veja que a voz permanece a mesma, muda-se apenas o tempo verbal. Em "e": Errado &nbsp;– Nesse caso, o tempo verbal correto (presente) não foi respeitado. Resposta: Letra A.

Aqueles que fazem versos e já atingiram a idade madura costumam receber cartas de outros que também os fazem, mas estão na casa dos vinte. Parece que esse é um dos prêmios (muito discutíveis) de envelhecer: ser solicitado pelos mais novos a dar opiniões sobre os vagidos do talento. O moço apresenta-se confiante, às vezes entusiástico, sempre respeitoso; o “mestre” responde benévolo, paciente, minucioso, interessado em pormenores biográficos, ocultando sua vaidade sob um verniz de simpatia: “Escreva sempre, meu filho.” A isto se chama vida literária.

 Sendo a literatura fenômeno socializante por excelência, contudo permanece fenômeno individual quanto à produção. E eu vos pergunto: pode a experiência do mais idoso servir à hesitação do jovem, dissolvê-la em certeza, encaminhá-la a rumo certo? Haverá utilidade nessa conversa de gerações? 

 É certo que cinco ou dez anos depois a receita do mais velho foi esquecida e o mestre com ela. Sucede também que após esse lapso de tempo o mestre seja, não esquecido, mas negado. Ataca-se o mestre, descobre-se que ele o não é. Noventa (que digo? cem por cento) de nossas admirações da adolescência resolvem-se em indiferença, vergonha ou desprezo. Na força do adulto, vinga-se o homem das debilidades do período de crescimento físico e intelectual, negando o que adorara. Os mestres de poesia não escapam a essa contingência, e ao escreverem uma “carta ao jovem poeta” deveriam meditar bem na escolha das palavras e no prazo de validade do sortilégio.

 Mas o pessimismo da verificação não deve secar no homem de cinquenta o terno interesse pelo rapaz de vinte. O admirador juvenil é tão autêntico e honesto quanto o lapidador de vinte e cinco ou trinta. Cada idade tem sua moral e sua sensibilidade.

Ah, manusear a voz passiva em questões de concurso é algo que sempre traz um twist, né? Vamos destrinchar essa! 
 
Primeiro, o fragmento original: “esse nomadismo elementar do homem encontra satisfação nas inúmeras possibilidades que lhe oferecem trens, aviões e navios”. Aqui, temos duas estruturas para focar: "encontra satisfação" e "oferecem". 
 
1. "encontra satisfação" → Se analisarmos, "encontra" é um verbo na voz ativa. Convertendo para a voz passiva, ele se torna “é encontrada satisfação”. Aqui, "satisfação" é que se transforma no sujeito da frase na voz passiva. 
 
2. "oferecem" → Este está na forma ativa "A oferece B". Na passiva, vira "B é oferecido por A". Assim, "as inúmeras possibilidades são oferecidas". 
 
Agora, a alternativa que combina é: 
 
<ul> 
<li>(C) é encontrada − são oferecidas</li> 
</ul> 
 
Essa resposta faz a transição correta de voz ativa para passiva, mantendo a concordância em número e o tempo verbal. Easy peasy! 
 
alternativa correta é C.

Aqui e ali, continua a formular-se a velha pergunta: se fosse obrigado a passar seis meses numa ilha deserta, com direito a levar vinte livros, que obras escolheria? 

 A indagação é capciosa e convida à cisma, quando a resposta exige cálculo e meditação. Entre o sonho da aventura e o exame das preferências que podem ou devem ser confessadas, há espaço, não para vinte livros, mas para toda uma cultura de homem, com as suas inclinações, as suas idiossincrasias e principalmente as suas deficiências. Como o problema da cultura é também um problema de ordem pessoal, que não se resolve senão no sentido da nossa formação humana, fazer tal pergunta a uma pessoa é quase indagar da qualidade de sua inteligência e da profundidade de sua alma. Os seus vinte livros preferidos serão outros tantos retratos ou feições do seu espírito.

 No fundo da pergunta, porém, é fácil descobrir logo outra preocupação, além dessa declarada sobre os tais vinte livros. E vem a ser o gosto romântico que todos nós guardamos pela viagem, cada vez menos possível, às terras misteriosas que a civilização não desencantou. No mundo moderno, esse nomadismo elementar do homem encontra satisfação nas inúmeras possibilidades que lhe oferecem trens, aviões e navios em contínuo movimento a serviço do comércio e do tédio capitalista. Resta, portanto, um recurso: viajar só, para uma ilha deserta. Ou naufragar, como Robinson Crusoé, e ir anotar sensações novas de viagem numa ilha distante, onde houvesse coqueiros, macacos, passos na areia...

 Um cabrito tinha sido perseguido por um lobo.

Chegou a hora de soltar a batida e entender um pouco de transformação de vozes verbais! No exemplo que você me deu, temos uma frase escrita na voz passiva: "Um cabrito [...] estava sendo perseguido por um lobo." Nossa missão é levar essa frase para a voz ativa. 
 
Vamos pegar os elementos do rolê: 
1. **Sujeito na voz passiva**: Um cabrito. 
2. **Verbo na voz passiva**: estava sendo perseguido (uma forma do verbo "ser" + particípio do verbo principal "perseguir"). 
3. **Agente da passiva**: por um lobo. 
 
Na voz ativa, o agente da passiva vira o sujeito da ação. Então, o sujeito na voz ativa será "um lobo". O verbo "estar" permanece para manter a mesma relação temporal (estava acontecendo algo no momento da narrativa), e o particípio "perseguido" muda para o gerúndio "perseguindo" para refletir ação contínua na voz ativa: "Um lobo estava perseguindo um cabrito". 
 
Agora, analisando as alternativas: 
- A) "Um lobo perseguia um cabrito." - Essa frase não se encaixa completamente pois não expressa a continuidade da ação transmitida por "estava sendo perseguido". 
- B) "Um cabrito era perseguido por um lobo." - Ainda está na voz passiva. 
- C) "Um lobo estaria perseguindo um cabrito." - Adiciona dúvida com "estaria", o que muda o sentido original. 
- D) "Um cabrito tinha sido perseguido por um lobo." - Usa outro tempo verbal, o que muda o contexto de tempo da ação. 
- E) "Um lobo estava perseguindo um cabrito." - Perfeito! Mantém tempo verbal e aspecto contínuo, agora na voz ativa. 
 
A alternativa correta é E.

Um cabrito que ficou por último atrás do rebanho estava sendo perseguido por um lobo. Então ele se virou para o lobo e disse: “Lobo, estou conformado em ser sua comida. Mas, para que eu não morra de forma indigna, toque uma flauta para eu dançar.” E o lobo se pôs a tocar flauta e o cabrito, a dançar. Entretanto, os cães o ouviram e saíram no encalço do lobo. Então este se voltou e disse ao cabrito: “Isso é benfeito para mim, pois eu, que sou magarefe*, não devia me pôr a imitar um flautista.” 

*magarefe: indivíduo que abate e esfola as reses nos matadouros; açougueiro, carniceiro.

O tempo perdido não se encontra nunca mais.

Os que empregam mal seu tempo são os primeiros a se queixar de sua brevidade.

Sempre temos tempo suficiente se dele fizermos bom uso.

Vou virar abóbora, se não tiver um filho agora.

É desagradável quando se precisa da ajuda familiar.

Vamos analisar a função do "se" em cada alternativa para identificar aquela que se encontra na voz passiva sintética ou pronominal. 
 
A) "O tempo perdido não se encontra nunca mais." — Aqui, o se atua como índice de indeterminação do sujeito. A forma como está construída permite uma interpretação passiva da frase, pois não aponta para nenhum sujeito específico que realiza a ação. O se faz com que o sujeito seja indeterminado, tornando o verbo "encontrar" utilizado em uma voz passiva sintética. 
 
B) "Os que empregam mal seu tempo são os primeiros a se queixar de sua brevidade." — Nesta opção, o pronome se está funcionando como parte de um verbo pronominal (se queixar), refletindo a ação no próprio sujeito. 
 
C) "Sempre temos tempo suficiente se dele fizermos bom uso." — O se aqui introduz uma condição, e não desempenha a função de criar uma voz passiva. 
 
D) "Vou virar abóbora, se não tiver um filho agora." — O se também tem um valor condicional nesta opção, sem relação com a estrutura da voz passiva. 
 
E) "É desagradável quando se precisa da ajuda familiar." — Neste caso, o se também funciona como índice de indeterminação do sujeito, similar ao exemplo da letra A, mas com uma estrutura impessoal mais do que passiva per se. 
 
Considerando as análises acima, podemos reforçar que a alternativa A efetivamente apresenta uma estrutura de voz passiva sintética com o uso do "se" para indeterminar o sujeito, adaptada à caracterização de uma passiva pronominal. Portanto, a alternativa correta é A.

Questões de Português - Voz ativa, passiva e reflexiva - Múltipla escolha - 2022