O trecho apresentado pelo cronista usa diferentes tempos verbais que indicam ações ocorridas em momentos distintos no passado. Vamos analisar cada uma das formas verbais presentes nas alternativas para fundamentar a resposta correta.


<ul>
<li>
A) procurara: Esta forma verbal está no pretérito mais-que-perfeito do indicativo. Ele é utilizado para expressar uma ação que ocorreu antes de outra ação também no passado. No contexto, o cronista usa esse tempo verbal para mostrar que a ação de procurar o prefeito e os vereadores aconteceu antes das outras ações passadas narradas.
</li>
<li>
B) pleitear: Esta forma verbal está no infinitivo. O infinitivo não é específico de um tempo verbal por si só, servindo principalmente para indicar a natureza da ação, mas não sua temporalidade específica em relação a outras ações.
</li>
<li>
C) passaria: Está no futuro do pretérito. Este tempo geralmente indica uma ação que poderia ocorrer em um momento futuro do passado descrito na narrativa, dependente de certas condições ou contexto.
</li>
<li>
D) deu: Esta forma verbal está no pretérito perfeito do indicativo. É utilizado para indicar uma ação que ocorreu e foi concluída em um momento específico do passado. Este tempo narra um fato consumado dentro da sequência de eventos do passado.
</li>
<li>
E) iria: Similar a "passaria", esta forma verbal está no futuro do pretérito e indica uma ação que estava prevista para acontecer em um futuro a partir de um ponto específico no passado.
</li>
</ul>


Dado que a questão pede o verbo que indica um fato ocorrido anterior a outros fatos já passados, a única alternativa que corresponde é o pretérito mais-que-perfeito "procurara", já que especificamente indica uma ação que tem lugar antes de um outro momento passado. As outras alternativas descrevem ações que, em sua maioria, ocorreram no mesmo plano temporal ou que estariam planejadas para o futuro a partir desse momento.


A alternativa correta é A.

1. Os paroquianos estranharam que, apesar de tão mogo, o vigário novo fosse a tal ponto reservado, só falando o indispensável, sempre com a batina lambuzada de terra ou de tinta, às voltas com os reparos materiais da igreja. Com o tempo, acreditou-se, o sacerdote se faria amigo pelo menos das pessoas mais importantes do lugar, o prefeito, o presidente da Câmara, os representantes da Justiça, o médico, dois ou trés fazendeiros, o farmacêutico. Na porta do estabelecimento deste último é que se discutia a personalidade do vigário, formando-se um grupo contra e outro a favor.
 2. - Parece que ele até faz pouco-caso da gente.
 3. - Nunca vi um sujeito de cara tão amarrada.
 4. Os simpatizantes pegavam pelo aspecto mais evidente do padre.
 5. - Mas que homem danado de trabalhador! 
 6. E o padre, sem dar mostras de perceber o pasmo da cidade, sempre com suas ferramentas, ativo e suarento. Uma notícia, entretanto, deu aos munícipes a impressão de que iria começar o degelo, isto é, o vigário passaria a ter um contato mais direto e caloroso com o povo e os interesses locais. Ele procurara o prefeito e os vereadores para pleitear um cemitério novo, o velho, nos fundos da casa paroquial, estava mesmo impraticável. Foi um alívio. Enfim, o padre tomara uma atitude perfeitamente normal, uma atitude que o incorporava à comunidade.
 7. - Eu não dizia - exclamava o farmacêutico -, eu apostava que o homem quer o trabalhar por nós. Francamente, este cemitério é indigno do progresso da cidade. A gente aqui nem pode morrer por falta de lugar.
 8. Com o entusiasmo, a Câmara votou uma verba especial para a aquisição de um terreno e benfeitorias adequadas. E não demorou que o novo campo-santo, depois de abençoado, fosse inaugurado com um discurso, no qual o prefeito apelava para os céus: aprouvesse a Deus que jamais um corpo inânime viesse a transpor os umbrais daquela necrópole. Seis dias depois, entretanto, um corpo inânime transpunha os umbrais daquela necrópole: Deus, de repente, chamara o farmacêutico.
 9. O vigário, realizada a sua única aspiração, passou a desaparecer por longas horas do dia; fora dos ofícios religiosos, raramente era visto, inquietando ainda mais os habitantes. Uma tarde, a bomba estourou: a viúva do coronel Inácio, inda levar flores à campa do falecido, no velho cemitério, descobrira a verdade macabra, a paisagem inacreditável: o antigo cemitério da cidade transformara-se escandalosamente numa horta. O estupor e a revolta não tiveram limites. Depois de muitos debates, uma comissão foi encarregada de levar ao vigário um pedido enérgico: aquilo não podia continuar, ali repousavam os entes queridos de todas as famílias da cidade: e estas esperavam que o senhor vigário arrancasse sem mais demora todos os pés de hortaliças. O vigário respondeu que não via matéria de escândalo, citou um versículo do Antigo Testamento e despediu a todos com impaciência.
 10. Foi aí que os homens válidos, pedindo a compreensão de Deus, resolveram invadir o cemitério, munidos de enxadas, facas e varapaus, para acabar com a horta que já não deixava ninguém dormir em paz, nem os mortos, nem os vivos. Pois, quando se aproximaram do cemitério, foram barrados pelo cano da espingarda do vigário: ali ninguém entrava vive. Os homens voltaram desapontados e tornaram a discutir o impasse. Alguém então teve a ideia de se levar uma denúncia ao bispo da diocese. Uma semana depois, o padre embarcava numa jardineira com a mala, a espingarda e a cara amarrada. A população toda, depois de decidir que as hortaliças seriam destruídas, e não doadas aos pobres, entrou com o máximo respeito no velho cemitério e devastou a bela plantação.

Para responder corretamente à questão, é necessário identificar como o tempo e o modo do verbo são alterados ao transpor uma frase do discurso indireto para o discurso direto. No discurso direto, o modo e o tempo verbal deverão refletir exatamente o que o falante diria naquele momento. O trecho "O vigário respondeu que não via matéria de escândalo" no discurso indireto utiliza o verbo "via" no pretérito imperfeito do indicativo, o que indica uma ação no passado que não estava concluída naquele momento.

Quando transposto para o discurso direto, a fala do vigário seria algo como: "Não vejo matéria de escândalo." Aqui, o verbo "vejo" está no presente do indicativo, indicando uma observação ou estado presente e continuado, que é consistente com a resposta imediata do vigário à situação.

<ul>
<li>A) veria - Este verbo no futuro do pretérito indica uma condição ou hipótese, o que não se encaixa na assertividade da fala direta do vigário.</li>
<li>B) viu - O pretérito perfeito do indicativo indicaria uma ação concluída no passado, o que não reflete a continuidade implícita na fala original ao ser transposta para o discurso direto.</li>
<li>C) vejo - Correto. Está no presente do indicativo, refletindo uma observação ou estado no momento presente, exatamente como o vigário expressaria em suas próprias palavras.</li>
<li>D) vira - O pretérito mais-que-perfeito do indicativo expressa uma ação concluída antes de outra no passado, o que não é adequado neste contexto.</li>
<li>E) vi - Similar a "viu", também indica uma ação passada e concluída, não um estado contínuo.</li>
</ul>

A escolha correta, portanto, é a opção C) vejo, que adequadamente reflete a continuidade da percepção do vigário num formato de discurso direto. A alternativa correta é C.

Para resolver esta questão, vamos analisar o contexto e a conjugação dos verbos apresentados em cada alternativa.

1. No primeiro contexto, "Casamo-nos, fomos felizes e muito tempo se passou até que alguém se ____________ entre nós", o tempo verbal requerido é o pretérito imperfeito do subjuntivo, pois expressa uma situação hipotética do passado. O verbo "interpôr" deve ser conjugado dessa forma. A conjugação correta é "interpusesse", pois este é o pretérito imperfeito do subjuntivo do verbo.

2. No segundo, "Sabia que deveria ter __________ minha bolsa grande", estamos lidando com uma frase que exige o uso do particípio, visto que está sendo usada na forma composta do verbo ("ter trazido"). O particípio correto do verbo "trazer" é "trazido".

Agora vamos checar as alternativas:

- Alternativa A: "interpusesse / trago" - "trago" está incorreto, pois não utiliza a forma "particípio".
- Alternativa B: "interpusse / trago" - "interpusse" é erros na conjugação e como anterior, "trago" também está incorreto.
- Alternativa C: "interpusse / trazido" - "interpusse" continua errado, embora "trazido" esteja correto.
- Alternativa D: "interpusesse / trazido" - Ambas as formas verbais estão corretas e atendem ao que é solicitado pelo contexto das frases.

Assim, com base na análise gramatical e contextual:

a alternativa correta é D.

Analisando a questão proposta, é fundamental entender a função e a classificação do verbo na estrutura da frase para determinar a alternativa correta. O verbo em foco é "passou", que aparece na frase “O caçula passou o mais velho”.

<ul>
<li>Alternativa A: de ligação. Verbos de ligação são aqueles que conectam o sujeito a um predicativo, expressando um estado ou uma característica do sujeito e não indicando uma ação propriamente dita. Exemplos típicos são verbos como "ser", "estar", "parecer". O verbo "passou" aqui indica uma ação, portanto não pode ser classificado como verbo de ligação.</li>
<li>Alternativa B: transitivo direto. O verbo transitivo direto é aquele que precisa de um complemento (objeto direto) para ter sentido completo, e esse complemento não é introduzido por preposição. Na frase em questão, "o mais velho" funciona como objeto direto do verbo "passou", indicando quem foi passado pelo caçula. Portanto, "passou", neste contexto, é um verbo transitivo direto.</li>
<li>Alternativa C: transitivo indireto. Os verbos transitivos indiretos são acompanhados de complementos (objetos indiretos) que são introduzidos por preposições. Não é o caso do verbo "passou" nesta frase, pois seu complemento não vem precedido de preposição.</li>
<li>Alternativa D: intransitivo. Verbos intransitivos são aqueles que não necessitam de complemento para terem sentido completo. Neste caso, o verbo "passou" necessita do complemento "o mais velho" para completar seu sentido, descartando a possibilidade de ser intransitivo.</li>
</ul>

Portanto, a análise correta mostra que o verbo "passou" é utilizado como transitivo direto na frase, requerendo um objeto direto que complete sua ação, sendo que neste caso, o objeto direto é "o mais velho".

A alternativa correta é B.

Questões de Português - Verbos: tempos e modos - 2023