Analisando a relação entre os parágrafos do texto fornecido, podemos discernir a natureza das conexões textuais e o uso de coesão entre os segmentos. Vamos decompor cada uma das alternativas fornecidas e verificar sua adequação em relação ao texto:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
<li>A) Contraposição: Esta opção sugere uma oposição ou contraste entre os elementos discutidos nos dois parágrafos. O primeiro parágrafo aborda a "terra de ninguém" inicial da internet, onde a rede não era dominada por grandes buscadores e possuía características mais anárquicas. Já o segundo parágrafo contrasta esse cenário inicial com a situação atual, onde as regras se tornaram mais rigorosas, apontando para uma mudança significativa na estrutura da internet. Este contraste entre "anárquico" e "regrado" apoia a escolha da contraposição como a relação coesiva correta.</li>

<li>B) Consequência: Esta alternativa implicaria que o segundo parágrafo é um resultado direto do primeiro, o que não é exatamente o caso. O segundo parágrafo mais discute as mudanças ocorridas ao longo do tempo, ao invés de ser uma consequência direta do estado original descrito no primeiro parágrafo.</li>

<li>C) Causalidade: Similar à consequência, a causalidade indicaria que os eventos do segundo parágrafo são causados pelos do primeiro. Embora os eventos do segundo parágrafo sejam desdobramentos históricos dos estados iniciais da internet, o texto não estabelece uma linha causal direta entre os dois cenários, mas sim uma evolução temporal e tecnológica.</li>

<li>D) Conclusão: A conclusão implicaria que o segundo parágrafo finaliza ou resume ideias do primeiro, o que também não ocorre aqui. Cada parágrafo trata de estados diferentes e autônomos da internet em tempos diferentes.</li>

<li>E) Condição: Esta opção sugeriria que o segundo parágrafo apresenta uma condição relacionada ao primeiro, o que definitivamente não é aplicável neste contexto, onde temos mais uma descrição de mudanças do que condições estabelecidas.</li>
</ul>

Assim, a relação entre os parágrafos destaca uma nítida diferença de estado e organização da rede ao longo do tempo, fazendo da contraposição (oposição entre “terra de ninguém” e ambiente regulado) a descrição mais adequada para a coesão entre eles.

A alternativa correta é A.

1 Quando chegou ao Brasil, a internet surgiu como uma espécie de “terra de ninguém”. Apesar do sentido aparentemente depreciativo da expressão, a então chamada “rede mundial de computadores” era um território descentralizado e não dominado por buscadores de conteúdo. Sites possuíam endereços virtuais difíceis de serem memorizados, e as primeiras formas de comunicação em tempo real envolviam a criação de personas virtuais, incluindo aí nicknames que mascaravam as identidades reais dos usuários.

2 Quase 30 anos depois, o cenário atual não poderia ser mais diferente. O que era anárquico se tornou por demais regrado, o que pode ser positivo, por exemplo, quando se discute mais ativamente a importância da privacidade e da proteção de dados na rede, ou insuficiente, em função do avanço indiscriminado das notícias falsas (as fake news, em inglês), que explora brechas nos termos de responsabilidade elaborados pelas grandes plataformas privadas.

3 Com a introdução de redes sociais, que atualmente têm uma base de milhões de usuários mensais no Brasil, a utilização de nomes reais associados a fotos de perfil mudou para sempre a forma como nos apresentamos e nos comportamos na internet.
E, a partir dessa mudança, começaram a surgir figuras que hoje disputam nossa atenção e rivalizam até mesmo com o poder das grandes emissoras.

4 Os chamados influenciadores (ou influencers, em inglês) se tornaram as figuras mais proeminentes das redes sociais e das plataformas de conteúdo.
Se redes sociais fossem nações, os influenciadores seriam seus mais notáveis embaixadores. Influenciador, no discurso “comum”, é uma pessoa que tem um grande número de seguidores e influencia pessoas.
Armados com diferentes tipos de retórica, os influenciadores se distinguem não apenas pela plataforma ou canal no qual se fazem mais presentes, mas também pelos diferentes usos de linguagem que utilizam para atingir seus públicos. “Tem influenciador que tem linguagem muito simples, que simplesmente se apoia no seu carisma. Outros são influenciadores que se estabelecem porque eles têm algum conhecimento técnico, como esses da área de ciências que divulgam orientações sobre vacinas, por exemplo. Não tem uma regra geral”, classifica um professor da USP.

5 Os influenciadores disseminam opiniões pessoais e memes – fragmentos de texto, imagem, vídeos, GIFs relacionados ao humor, que se espalham rapidamente pela rede. “O humor é uma ferramenta comunicacional poderosa, que possui inerente a si uma gratificante recompensa ao ouvinte que absorve determinada informação: o riso. Ao abordar temas complexos, ou até temas de baixa motivação, através do riso, um indivíduo pode conseguir para si a atenção de que ele necessita para que sua mensagem passe adiante. O humor faz uso e reforça estereótipos, além de frequentemente ter um alvo que é vítima de um infortúnio.”, segundo outro pesquisador.

6 “Influencer é um fenômeno que já existia, mas eles eram pessoas proeminentes numa comunidade, você não tinha acesso direto. Se você não tivesse contato com essas pessoas, elas não te influenciavam. O que as mídias sociais fizeram é que agora esses influenciadores estão ali, ainda que você não conheça, não frequente, que não faça parte do seu bairro, sua escola ou local de trabalho. Agora você consegue achá-los sem ter um contato direto”, reitera o professor, ao reforçar que foram as plataformas de mídia social que mudaram nosso acesso aos influenciadores e os empoderaram.

parágrafo 2 – “em função do avanço indiscriminado das notícias falsas (as fake news, em inglês), que explora brechas” [fake news]

parágrafo 4 – “os influenciadores seriam seus mais notáveis embaixadores” [redes sociais]

parágrafo 4 – “porque eles têm algum conhecimento técnico, como esses da área de ciências” [conhecimento técnico]

parágrafo 5 – “que possui inerente a si uma gratificante recompensa ao ouvinte” [ouvinte]

parágrafo 6 – “Se você não tivesse contato com essas pessoas, elas não te influenciavam” [pessoas proeminentes]

O texto oferece vários exemplos de coesão referencial, e as alternativas propostas questionam a correta identificação do antecedente de pronomes e possessivos usados. Vamos analisar cada uma das situações.

Análise das Alternativas:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
<li>Alternativa A: O pronome relativo "que" em "que explora brechas" se refere a "avanço indiscriminado das notícias falsas", não às "fake news" diretamente, mas ao fenômeno do avanço. Portanto, essa alternativa está incorreta.</li>

<li>Alternativa B: O possessivo "seus" em "os influenciadores seriam seus mais notáveis embaixadores" realmente refere-se a "redes sociais" no contexto do parágrafo, representando uma coesão referencial correta entre o pronome e seu antecedente. Esta alternativa é uma potencial correta também.</li>

<li>Alternativa C: O pronome "esses" se refere aos "influenciadores que têm algum conhecimento técnico", especialmente os da área de ciências mencionados imediatamente antes, não ao "conhecimento técnico" diretamente. Portanto, é incorreta.</li>

<li>Alternativa D: O pronome "si" em "que possui inerente a si" refere-se ao sujeito anterior do verbo, que é "o humor", e não ao "ouvinte". Esta alternativa é incorreta.</li>

<li>Alternativa E: "Essas pessoas" claramente se refere a "pessoas proeminentes numa comunidade" mencionadas na frase anterior, mostrando uma coesão referencial correta. Essa descrição está alinhada com o que se pede na questão.</li>
</ul>

Embora a alternativa E, que é indicada como correta pelo usuário, esteja certa, a alternativa B também apresenta uma conexão correta entre o pronome e o seu referente. No entanto, aderindo ao gabarito fornecido, a alternativa correta é E.

Para analisar o referente do pronome oblíquo "a" em destaque no enunciado "além do tronco que a eleva e sustenta", precisamos entender a quem ou a quê esse pronome se refere dentro do contexto da frase, especialmente considerando sua posição e uso gramatical como pronome oblíquo átono. Neste caso, o referente deve ser um elemento feminino singular mencionado anteriormente no texto.

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
<li>A) a árvore: O pronome "a" pode muito bem referir-se à árvore descrita ao longo do quinto parágrafo. A frase enfoca no tronco como parte da estrutura que ajuda a sustentar a árvore. Esta alternativa está gramaticalmente plausível e coesiva, visto que o texto contextualiza o crescimento da árvore e sua importância para a dona da casa.</li>
<li>B) esperança: A esperança é mencionada no parágrafo mas não é o sujeito sendo elevado ou sustentado pelo tronco. Assim, não é uma referência correta neste contexto.</li>
<li>C) sua sombra: Embora a sombra seja uma meta desejada pela dona da casa, gramaticalmente não faz sentido ser o referente para "a", pois sombra não é sustentada diretamente por um tronco de forma física.</li>
<li>D) a vizinhança: A vizinhança é mencionada no texto, mas não é o sujeito que está sendo sustentado pelo tronco. Assim, não é o referente correto para o pronome.</li>
<li>E) a dona da casa: A dona da casa é obviamente um foco central da narrativa, mas a frase especificamente não sugere que ela é sustentada diretamente pelo tronco físico da árvore.</li>
</ul>

Tendo em vista a análise das alternativas, vemos que o pronome "a" se refere especificamente a "árvore". Este uso pronome está alinhado com a concordância gramatical e retoma o sujeito já mencionado anteriormente na frase, mantendo a coesão textual. Portanto, a alternativa correta é A).

1 Finalmente, a jabuticabeira começa um estirão, deixa aquele estágio arbustivo e fica maior do que a dona da casa. Passa do metro e setenta, uns galhos centrais mais eretos e dirigidos ao céu, enquanto outros, mais periféricos, pendem um pouco para todos os lados, formando uma possível copa, embora ainda baixa demais para caber uma pessoa adulta sob sua folhagem verde-escura.

2 A muda da jabuticabeira não foi adquirida por conta de sua fruta. Todos ao redor advertiam sobre a demora da florada e das jabuticabas, que precisam de água abundante, e aqui... neste terreno seco, pobre, nada haveria de frutificar. A muda foi comprada primeiro porque a dona da casa queria, no futuro, uma sombra. A sombra na varanda era uma espécie de sonho inalcançável, e disseram que, com uma jabuticabeira, neste solo infértil, seria como esperar pela aposentadoria. Demoraria a vida inteira e talvez nem chegasse a tempo de existirem, nesta casa, uma mulher e uma rede, na qual ela se sentaria ou se deitaria para ler um livro ou uma revista ou com um gato cego para acarinhar.

3 Mas não parece que é o que vai acontecer. Pelo visto, a sombra chegará bem antes da aposentadoria dessa mulher que trabalha diariamente, por três turnos, interrompidos apenas por um pedaço de novela das seis e um café para acordar. A jabuticabeira cresceu mais depois das chuvas abundantes, o que ajudou a confirmar as ambiguidades e os contrassensos do mundo. Enquanto aqui a água alimentou a terra e as raízes de uma sombra frutífera futura, nos bairros ao redor ela levou encostas, fez transbordar o rio, afogou casas e animais de estimação e pessoas, incluindo velhos e crianças em pleno sono. No quintal em que está, a jabuticabeira deu resposta positiva à água que caiu do céu, crescendo mais do que o esperado pela vizinhança inteira, enchendo de alegria a dona da casa, essa mulher que cuida sozinha do filho e que pretende, um dia, habitar mais a própria casa.

4 Também para desafiar os palpites da vizinhança e dos familiares de pouca fé, a jabuticabeira, ainda bem pequena, começou a dar jabuticabas, mesmo antes de ter um metro e meio, e eram frutas que amadureciam, cresciam, ficavam suculentas e podiam ser consumidas, se alguém as colhesse daquele caule onde nascem grudadas como insetos, depois da floração branca. [...] 

5 Contra todos os palpites da vizinhança e dos poucos familiares com quem ainda conversa pelas redes sociais, a mulher cultiva a jabuticabeira com forte esperança de que seja possível cochilar sob sua sombra um dia; então, não raro, enquanto faz o almoço, a dona da casa dá olhadelas carinhosas para a árvore, já com mais de um metro e setenta de altura e galhos para todos os lados, além do tronco que a eleva e sustenta, e vê florezinhas, depois jabuticabas que, como ninguém colhe, são comidas pelos passarinhos e até por insetos, que descobriram este quintal, esta casa e esta mulher que espera pela jabuticabeira com muito mais esperança e animação do que pela aposentadoria.

6 A mulher não pode criar seu filho com a dedicação que gostaria, não pode alimentar o gato duas vezes por dia, não consegue regar as mudas com frequência, não está em casa quando o carteiro toca a campainha para entregar correspondências que exigem sua assinatura. Ela acorda muito cedo, faz as entregas do filho, das senhas, das chaves, os acordos com as outras vizinhas, e sai a trabalhar descontente, como provavelmente todas as pessoas do mundo, em especial as que não trabalham para si e para os seus. Ela retorna para o almoço, à tarde muda de endereço profissional, retorna para um café e muda novamente de direção. Nesse exercício de vaivém, quase como uma engrenagem, ela consegue dar olhadelas furtivas para a árvore que se forma no quintal, prometendo algo difícil de comprar, seu maior investimento: sombra e descanso.

7 Fruem a presença da jabuticabeira borboletas, formigas, passarinhos e mesmo o gato, que cabe embaixo dela e não se importa com a terra molhada ou as folhas em decomposição. Observam a árvore algumas pessoas da vizinhança, numa espécie de aposta controversa, em alguns casos desejando que os galhos sequem, a planta morra, a confirmar as previsões de tão inteligentes pessoas. Outras, no entanto, conseguem ter bons sentimentos e, em pensamento, ficar felizes porque a dona da casa, em alguns tantos anos, haverá de conseguir sua sombra, depois sua rede, onde se deitar com o gato cego e, em paz, morrer.

Para analisar a questão proposta, é fundamental observar a relação entre as duas proposições contidas no trecho, "A cidadania estava limitada aos integrantes de uma elite, que, entre eles, estavam em pé de igualdade e participavam das decisões que afetavam o coletivo. Estavam excluídos desse grupo homens não integrantes da elite, estrangeiros e todas as mulheres." Aqui, a ideia central é sobre a exclusão de certos grupos da cidadania que era apenas acessível a uma elite.

Ao decidirmos a locução conjuntiva que melhor expressa essa relação, devemos considerar o significado de cada uma das alternativas apresentadas:

<ul>
 <li>A) dessa forma: Essa locução é utilizada para indicar uma consequência ou uma conclusão lógica de algo que foi dito anteriormente. Nesse contexto, ela pode sugerir que a exclusão é uma consequência da decisão da elite sobre a cidadania, mas não é exatamente a relação que se busca.</li>
 
 <li>B) desde que: Esta locução estabelece uma condição, o que não se aplica ao trecho em questão, onde não estamos tratando de uma relação condicional.</li>
 
 <li>C) no entanto: A locução "no entanto" é utilizada para indicar uma oposição ou contraste. Embora o texto mencione exclusão e igualdade, a relação apresentada não foja a essa linha de oposição, mas mais uma explicação sobre uma situação.</li>
 
 <li>D) para que: Esta locução é usada para expressar finalidade. O trecho não fala sobre a finalidade de algo, mas sobre uma situação histórica e social, o que não se encaixa.</li>
 
 <li>E) tal como: Essa locução serve para estabelecer comparações ou equivalências. Embora haja uma comparação implícita entre a elite e os excluídos, não é a relação logica subjacente entre os períodos do trecho, que é mais de explicação e consequência.</li>
</ul>

A alternativa A, "dessa forma", é a que melhor reflete a relação entre as frases, pois indica uma continuidade da ideia de que enquanto havia uma elite que participava ativamente, havia uma exclusão igualmente ativa de outros grupos, estabelecendo um enredo causal.

Portanto, fundamentando a análise da relação entre os períodos do trecho, a alternativa correta é A.

1 Cidadania financeira é o exercício de direitos e deveres que permite ao cidadão gerenciar bem seus recursos financeiros, o que significa planejar o uso de seus recursos, gerenciar o uso de crédito e poupar ativamente.

2 O termo “cidadania” é usualmente associado à Grécia antiga. Contudo, o significado atribuído hoje ao conceito chega a ser oposto ao que ele significava àquela época, na qual nem todos eram cidadãos. A cidadania estava limitada aos integrantes de uma elite, que, entre eles, estavam em pé de igualdade e participavam das decisões que afetavam o coletivo.
Estavam excluídos desse grupo homens não integrantes da elite, estrangeiros e todas as mulheres.

3 Hoje, quando se fala em cidadania, vêm à mente palavras como “igualdade”, “direitos”, “deveres”, “participação” e “nacionalidade”. Na definição atual do conceito, herdou-se da Grécia antiga a ideia de exercício do poder na esfera pública, por meio, por exemplo, da participação em eleições e audiências públicas. Contudo, além de perder seu caráter elitista, estendendo-se à quase totalidade dos residentes de um país, o escopo da “cidadania” ampliou-se significativamente, passando a abarcar, além dos direitos políticos (participação no governo da coisa pública), os direitos civis (direito à vida, direitos de ir e vir, liberdade de consciência e expressão, direito à justiça) e sociais (moradia, trabalho, saúde, educação).

4 O desenvolvimento da cidadania financeira se dá por meio de um contexto de educação e inclusão financeiras, de proteção ao consumidor de serviços financeiros e de participação no diálogo sobre o sistema financeiro.

5 Em termos de resultados, espera-se que o cidadão tenha melhores condições de concretizar a cidadania financeira em seu dia a dia, como detalhado a seguir: ter acesso a serviços financeiros adequados às suas necessidades; contar com ambiente de negócios que gere confiança, com informações simples e mecanismos de solução de conflitos; ter oportunidade de desenvolver capacidades e autoconfiança para gerenciar bem seus recursos financeiros; e ter canais para participar do debate sobre o funcionamento do sistema financeiro.

6 Diversos grupos de atores têm um papel a desempenhar na promoção da cidadania financeira, cabendo destacar o Estado, os fornecedores de serviços financeiros, os varejistas, a imprensa, os influenciadores, os educadores e os cidadãos.

7 A título de ilustração, cabe às instituições do Estado, entre outras, defender a concorrência, disponibilizar e divulgar canais e processos eficazes para a proteção do consumidor de serviços financeiros, regular e supervisionar os fornecedores de serviços financeiros.

8 Aos fornecedores de serviços financeiros atribui-se, por exemplo, o papel de oferecer opções de serviços que se adéquem às capacidades e aos interesses do perfil do consumidor e informar de maneira transparente, simples e conveniente aquilo que é verdadeiramente relevante para que o cidadão decida de forma livre e consciente.

9 Aos varejistas é atribuído o papel de informar de maneira simples as características e os riscos das opções de pagamento disponíveis ao cliente e favorecer que ele use seus recursos financeiros de forma consciente.

10 E, por fim, os cidadãos têm, entre outros, o papel de denunciar às autoridades competentes indícios de fraude ou golpe, irregularidades ou condutas abusivas que podem afetar outros cidadãos e dar atenção à gestão das finanças pessoais e do crédito, buscando aprender técnicas e usar instrumentos que melhorem ou facilitem essa gestão.

11 Mesmo sendo projeto de longo prazo, é possível enxergar possíveis caminhos para que o Brasil continue avançando na promoção da cidadania financeira de sua população.

1 A group of shareholders in fast food chains McDonald’s and Wendy’s wrote fiery letters to the companies, saying child labor violations at franchises are hurting the brand. In separate letters to the boards at the two restaurant chains, the investors reference The Washington Post reporting on child labor at McDonald’s and Wendy’s franchises as the reason for leadership to take urgent action. In essence, the investors argue that news coverage and increased public scrutiny of possible labor violations threaten the companies’ bottom lines. Both letters were coordinated by the SOC Investment Group, an organization that manages union pensions.

2 The McDonald’s investors say they represent over $2.2 trillion in assets. Their letter highlights that McDonald’s has had more than 2,300 child labor violations at more than 13,000 restaurants since 2013, according to the Post’s reporting. And though these took place at franchised restaurants rather than corporate-owned ones, they say the board is responsible for a “lack of oversight” that “exposes shareholders to reputational and legal risks associated with repeated violations of child labor law.” The letter demands the board institute a zero-tolerance policy with regard to child labor at franchises, that it empower an internal committee to oversee human rights issues, and that an independent human rights review of franchisees be released in December.

3 The letter sent to Wendy’s is very similar. The group of investors claim to represent $429.5 million in assets, and their letter also cites the Washington Post investigation, which found that Wendy’s franchises have had some of the most child labor violations per restaurant in the fast food industry since 2020.
Citing Labor Department data, the Post found that Wendy’s franchises averaged nine violations per 100 restaurants, placing it among the top ten fast-food chains. The Wendy’s investors’ demands are nearly identical to those in the McDonald’s letter, including the release of an independent report, but with the addition of annual progress reports thereafter.

4 Both letters cite an Alabama lawsuit, which names Wendy’s and McDonald’s restaurants among hundreds of employers allegedly relying on prison labor, to express concern that the respective boards are failing to “mitigate risks to the Company’s reputation.” 

5 Neither company immediately responded to MSNBC’s request for comment. The Washington Post notes that in response to similar letters sent last year: “In a previous statement to The Post, the company said the child-labor violations don’t reflect the experience of most teenagers working in ‘ageappropriate roles and looking for meaningful jobs in their local communities.’” 

6 At least the companies’ investors are showing some self-awareness: They understand that press coverage of the problems they mention in their letters is bad for business. Indeed, child labor has come into focus because of harrowing stories like those covered in the Post, but this issue is also in the news because conservative officials nationwide have been rolling back child labor regulations. So it’s smart business, morally just and politically prudent to want to disassociate one’s company from the exploitative practices laid out in these letters.

Vamos analisar o uso da conjunção “apesar” no trecho apresentado para determinar a relação lógica entre as ideias. A frase é: “Para o campo da história, apesar de hoje os estudos que tratam de mudanças climáticas se mostrarem mais atuais que nunca, esse não é um tema novo…”

A conjunção “apesar de” é uma locução conjuntiva que expressa uma ideia de contraste ou oposição entre duas proposições. Ela indica que o que vem depois da expressão contraria ou desafia a expectativa criada pela ideia anterior.

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
<li>Alternativa A – Causalidade: Essa relação indica causa e efeito, algo como “porque” ou “já que”. No trecho, não há a ideia de causa; o fato dos estudos serem “mais atuais que nunca” não é apresentado como causa do tema ser ou não novo. Portanto, é incorreta.</li>
<li>Alternativa B – Condição: Sugere que uma ideia depende da outra para se realizar, como em “se” ou “caso”. No trecho, não há dependência condicional, então essa relação não se aplica.</li>
<li>Alternativa C – Comparação: Indica uma relação de semelhança ou diferença sem oposição direta, envolvendo palavras como “como”, “assim como”. Embora exista uma referência a atualidade e à historicidade do tema, não está sendo feita uma comparação direta entre elementos, mas uma oposição entre o que se espera e a realidade.</li>
<li>Alternativa D – Oposição: Correta. “Apesar de” introduz uma informação que contrasta ou contradiz a expectativa gerada anteriormente. Aqui, mesmo com a atualidade dos estudos sobre mudanças climáticas, o texto ressalta que o tema não é novo, revelando uma ideia contrária à que o leitor poderia pensar.</li>
<li>Alternativa E – Temporalidade: Referiria a uma sequência no tempo, como “quando”, “enquanto” ou “assim que”. A expressão “apesar de” não indica sequência temporal, portanto está incorreta.</li>
</ul>

Portanto, a expressão “apesar de” estabelece uma relação de oposição no contexto do trecho, contrapondo a atualidade dos estudos climáticos com o fato de o tema não ser novidade na história.

Gabarito: Letra D

1 Atravessamos um período de urgente preocupação climática. No Brasil, seca intensa, incêndios devastadores em diversos biomas e desastres como as chuvas que atingiram o Sul do país em 2024. No mundo, inundações no Saara e, em muitos outros países, elevação das temperaturas e do nível do mar. Para o campo da história, apesar de hoje os estudos que tratam de mudanças climáticas se mostrarem mais atuais que nunca, esse não é um tema novo, uma vez que muitos autores nos séculos 18 e 19 já pensavam a saúde e a doença a partir de suas relações com o ambiente e o clima.
2 Um pesquisador da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) tem se dedicado a temas ambientais e às transformações ecológicas que caracterizam o chamado Antropoceno, termo que designa uma nova época geológica definida pelo impacto do homem na Terra. Ele analisa como a relação entre clima e saúde foi percebida ao longo da história, afirmando que as mudanças climáticas interferem na saúde, podendo influenciar na propagação de vetores — como mosquitos que transmitem doenças —, na qualidade das águas e do ar, na fisiologia dos organismos e na produção de alimentos.
3 Para o pesquisador, a covid-19 trouxe à tona a discussão sobre a pandemia como parte de uma crise sistêmica, o que ocorreu não apenas entre cientistas e historiadores da doença e da medicina, mas também na esfera pública, na grande mídia e nas redes sociais. “Durante a pandemia, na imprensa, nas redes, ouvimos frases como ‘isso é uma expressão da crise ecológica’, ‘a humanidade é o vírus’. E essa questão não é supernova”.
4 Ele afirma que há correntes nos séculos 18 e 19 que pensavam a saúde de forma abrangente e integrada ao meio ambiente. Isso é bastante claro no século 19, porque a própria maneira de conceber as inter-relações entre doença, corpo e ambiente tinha base nas ideias do neo-hipocratismo, de que os corpos precisam estar em equilíbrio com o ambiente e que o desequilíbrio causa a doença.
5 Entre os estudos citados pelo pesquisador, consta uma pesquisa sobre a malária no interior de São Paulo, cuja proposta é pensar essas epidemias, conectando-as com a dinâmica do Tietê: “A malária é uma doença muito dependente de fatores ecológicos, muito ligada a questões climáticas, aos regimes hídricos. Ela convida a pensar a história das doenças não apenas como a narrativa da campanha de saúde pública focada em vacinas e antibióticos; essa é uma história que também envolve atores que pensaram doença e saúde de maneira a integrar as relações biológicas, as relações com o ambiente e com o clima”.
6 A COC/Fiocruz tem uma forte tradição de pesquisas sobre a Amazônia. A razão disso, segundo o pesquisador, deve-se “à importância incontornável que a Amazônia tem nos estudos científicos e na saúde pública e pela própria densidade das pesquisas que vão se realizar a partir da segunda metade do século 20”. O bioma pode ser visto como uma representação dos processos e dos impactos globais que caracterizam o Antropoceno, refletindo as interações e as tensões entre os humanos e a natureza em uma área específica. “É quase um truísmo afirmar que é importante conservar a Amazônia por causa de seu papel na regulação climática, da chuva e do ciclo da água. A Amazônia é uma região vital para o equilíbrio do clima, da biodiversidade e dos recursos naturais, representando muitos dos desafios globais enfrentados em termos de conservação ambiental e impacto humano”.
7 O pesquisador também destacou o caráter transnacional da própria Amazônia, que se estende por nove países (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Venezuela e Suriname), acrescentando que o bioma ultrapassa as fronteiras políticas e que a história ambiental, por si só, já problematiza a ideia de uma história nacional, uma vez que rios, biomas e paisagens atravessam territórios. Além disso, sempre houve na região grandes projetos com financiamento de instituições internacionais e multilaterais. O pesquisador ressaltou ainda que há uma perspectiva na escrita da história de pensar a Amazônia de forma global desde a época colonial.
8 Analisando a forma como a história lidou com o clima, o pesquisador afirma que por muito tempo as ciências sociais estiveram intimamente ligadas ao tema, no entanto, muitas vezes de maneira determinista, inclusive, justificando o colonialismo: “as ideias sobre clima, em muitos casos, envolveram uma visão racista a partir do pensamento de que povos, clima e ambiente tinham seus respectivos lugares.
Isso foi uma estrutura para a legitimação científica do conceito de raça. Ou seja, assim como plantas e animais são ligados a ambientes específicos, o mesmo aconteceria com as raças humanas. Então, por muito tempo, a questão do clima, do ambiente, foi muito ligada a essa visão determinista, que teve consequências danosas ao servir de suporte para o racismo e o colonialismo”.
9 Para ele, no entanto, agora, com a emergência da questão das mudanças climáticas contemporâneas, o clima vem sendo recuperado como “partícipe da história” e não mais a partir da ideia de que o clima determina a história e o caráter da sociedade.
“Não é mais possível pensar processos climáticos sem considerar seus enredamentos com agência humana, com as organizações sociais e os processos políticos”.

Questões de CESGRANRIO - Português - Coesão e coerência