A matéria em foco desta questão é a papiloscopia, especificamente relacionada aos princípios de imutabilidade dos desenhos papilares que são característicos das impressões digitais humanas. O enunciado explora o conceito de imutabilidade e busca entender a perenidade desses desenhos até a decomposição completa do cadáver. 
O princípio da imutabilidade nas impressões datiloscópicas refere-se ao fato de que os padrões formados pelas cristas papilares nas pontas dos dedos permanecem inalterados durante toda a vida de uma pessoa. Esses padrões são formados durante o início do desenvolvimento fetal, especificamente entre o 10º e o 19º mês de gestação, e ficam definidos ao longo da vida, não mudando naturalmente a menos que ocorram acidentes ou cirurgias que afetem a camada dérmica profunda da pele. 
Entretanto, o conceito de imutabilidade apenas se sustenta enquanto a integridade da pele estiver preservada. Eventos pós-morte, como decomposição ou putrefação, eventualmente comprometem a capacidade de se obter impressões digitais claras e utilizáveis para fins de identificação. Durante a putrefação, os tecidos do corpo, incluindo a pele, começam a se decompor, alterando ou destruindo os padrões das cristas papilares. 
O enunciado da questão incorre em erro ao afirmar que a imutabilidade implica em imperecibilidade após a morte até a “completa putrefação cadavérica”. De fato, embora as impressões digitais sejam incrivelmente duráveis, elas não sobrevivem intactas quando a decomposição do corpo está avançada. Tecidos moles como a pele passam por várias fases de degradação, que eventualmente tornam impossível a leitura das impressões digitais. 
Após a morte, um dos primeiros processos que afetam a integridade das impressões digitais é o início da autólise e da putrefação, processos pelos quais enzimas e bactérias decompõem os tecidos. Em ambientes úmidos ou aquosos, pode ocorrer a saponificação, processo mencionado no modelo de comentário, que transforma a gordura corporal em uma substância semelhante ao sabão, obstruindo ainda mais a identificação dos padrões das cristas digitais. 
Dessa forma, a afirmativa do enunciado de que os desenhos papilares têm a característica de imperecibilidade até a completa putrefação cadavérica é enganosa, pois na prática, o processo de identificação através desses desenhos torna-se inviável muito antes de se alcançar a putrefação completa. 
Gabarito: Letra E

O princípio da imutabilidade dos desenhos papilares diz
respeito à sua característica de imperecibilidade, ou seja, ao
fato de esses desenhos manifestarem-se desde o
desenvolvimento fetal até a completa putrefação cadavérica.

Julgue os itens seguintes, acerca dos princípios e das aplicações da
papiloscopia.

Questões de Criminalística e Identificação - Impressões datiloscópicas - Superior