A música no período colonial brasileiro, diferentemente do que sugere a alternativa analisada, não tinha como principal propósito a integração e a socialização entre colonizadores e escravos. Ao contrário, a prática musical estava fortemente atrelada às atividades religiosas e aos interesses coloniais europeus.
 
Principalmente nas igrejas e nas festas religiosas, a música servia como meio de evangelização e doutrinação dos povos indígenas e, eventualmente, dos africanos escravizados. Essas práticas refletiam mais um caráter de imposição cultural do que de integração verdadeira. Os colonizadores europeus introduziam suas formas musicais, estilos e funções, visando a perpetuar sua cultura e reforçar seu controle sobre os povos subjugados.
 
Ademais, existiam divisões claras entre as manifestações culturais dos colonizadores e dos escravos. Enquanto a música europeia era predominante nas igrejas e nos eventos formais, as populações escravizadas mantinham suas expressões culturais através de ritmos e danças que refletiam suas tradições africanas, muitas vezes ocorrendo de forma clandestina ou em contextos de resistência.
 
Portanto, ao longo do período colonial brasileiro, a música, em grande parte, serviu como uma ferramenta de expressão cultural distintas para colonizadores e escravizados, sem efetivamente promover uma integração social entre esses grupos, muito menos como propósito central dessas práticas culturais.
 
Assim, a afirmação que indica que a música brasileira do período colonial tinha como principal propósito a integração e a socialização entre colonizadores e escravos está incorreta, fazendo com que a resposta correta para essa questão seja:
E) Errado

A música brasileira do período colonial tinha como principal
propósito a integração e a socialização entre colonizadores
e escravos.

Julgue os itens seguintes, a respeito da música brasileira do período
colonial.


A afirmação de que existe uma "significativa carência nos registros preservados da música brasileira no período colonial" é corroborada pela história cultural do Brasil. Durante o período colonial, abrangendo do século XVI ao início do século XIX, grande parte da produção musical estava ligada às práticas religiosas e às manifestações populares, muitas das quais não foram documentadas de maneira sistemática. 

A música nos períodos iniciais da colonização brasileira foi profundamente influenciada pelos padrões e estilos europeus, principalmente os portugueses, assim como pelas influências indígenas e africanas. No entanto, as práticas musicais, especialmente aquelas fora do contexto eclesiástico, raramente eram registradas escritas, o que hoje resulta em uma escassez de fontes detalhadas sobre a diversidade e a evolução musical durante este período. 

Adicionalmente, os registros que sobreviveram são, em sua maioria, partituras de música sacra conservadas em arquivos de igrejas ou em bibliotecas de alguns conventos e ordens religiosas. As manifestações populares, sendo transmitidas oralmente e praticadas em contextos informais, ficaram à margem dos principais documentos históricos e, portanto, são pouco representadas nos registros oficiais da época. 

Esta carência de registros afeta não apenas a entendimento da história da música, mas também da cultura e social do Brasil colonial em suas várias facetas. O reconhecimento dessa lacuna é essencial para compreender as limitações existentes nos estudos sobre a cultura e história musical brasileira desse período. 

Portanto, a afirmação de que há uma significativa carência nos registros preservados da música brasileira no período colonial é correta, refletindo as dificuldades enfrentadas pelos historiadores e pesquisadores da cultura brasileira em rastrear a plenitude das práticas musicais daquela época. 

Resposta correta: C

Há significativa carência nos registros preservados da música
brasileira no período colonial.

O padre José Maurício Nunes Garcia, nascido em 1767 no Rio de Janeiro, é amplamente reconhecido como um dos mais proeminentes e influentes compositores do período colonial brasileiro. Sua obra compreende uma vasta gama de composições sacras e profanas que foram essenciais para o desenvolvimento da música brasileira. 

José Maurício foi um mestre de capela na Catedral do Rio de Janeiro e suas obras foram executadas amplamente em cerimônias religiosas e eventos importantes da corte brasileira. Ele compôs missas, motetos, lamentações, além de obras instrumentais, que demonstravam um profundo conhecimento litúrgico e uma habilidade notável no uso de formas musicais europeias adaptadas ao contexto brasileiro. description> 

As obras de Nunes Garcia integram influências do barroco tardio e do classicismo, revelando não apenas um domínio técnico impressionante, mas também originalidade e uma capacidade de evocar a religiosidade e emotividade tipicamente barrocas. Isso contribuiu substancialmente para o enriquecimento da música sacra no Brasil, fazendo dele uma figura central na história da música colonial do país. 

A consideração de José Maurício Nunes Garcia como um dos maiores compositores do período colonial não se baseia apenas na sua capacidade técnica, mas também na significativa influência que suas obras tiveram na transição entre o período colonial e o início do período imperial no Brasil, marcando profundamente o cenário musical e cultural da época. 

Portanto, a afirmativa de que o padre José Maurício Nunes Garcia é considerado um dos maiores compositores do período colonial brasileiro é correta.

O padre José Maurício Nunes Garcia é considerado um dos
maiores compositores do período colonial brasileiro.

A ópera O Guarani, composta por Carlos Gomes, não é uma obra representativa do período colonial brasileiro, mas sim do período do Império do Brasil no século XIX. Especificamente, ela foi composta e estreou em 1870, durante o reinado de Dom Pedro II.
 
O período colonial brasileiro abrange de 1500, com a chegada de Pedro Álvares Cabral, até 1822, quando ocorreu a independência do Brasil. Durante esse tempo, a música brasileira era predominantemente influenciada pelas práticas religiosas católicas europeias, particularmente portuguesas, e envolvia principalmente a composição de música sacra para missas e outros rituais religiosos.
 
Carlos Gomes, por sua vez, nasceu em 1836 e foi um dos mais importantes nomes da ópera brasileira, com influência do romantismo europeu. O Guarani é baseada no romance homônimo de José de Alencar, escritor do romantismo no Brasil, que também não pertence ao período colonial, mas ao século XIX.
 
A confusão pode surgir devido ao conteúdo da ópera, que tem uma trama baseada nas interações entre indígenas e europeus durante o período da colonização, mas é crucial entender que a composição da obra em si é muito posterior aos eventos que ela retrata.
 
Portanto, situar O Guarani de Carlos Gomes como expoente da música no Brasil colonial é historicamente incorreto, já que ela pertence, de fato, ao período imperial brasileiro.
 
A resposta correta para a questão é E (Errada).

A ópera O Guarani, de Carlos Gomes, é considerada a obra
expoente do período colonial.

A afirmação de que o dodecafonismo foi o principal sistema de organização de alturas musicais adotado no período colonial está incorreta. Para entender isso, é importante primeiramente esclarecer o que é dodecafonismo. Este é um método de composição musical desenvolvido pelo compositor austríaco Arnold Schoenberg no século XX, especificamente na década de 1920. O método organiza uma obra musical usando uma série de todas as 12 notas da escala cromática, sem repetir qualquer nota até que todas tenham sido utilizadas, criando assim uma técnica de composição não tonal.
 
No período colonial brasileiro, que se estendeu do século XVI ao século XIX, a música estava fortemente associada à influência da cultura europeia trouxe pelos colonizadores, sobretudo em formas litúrgicas e populares da música portuguesa. Os estilos musicais predominantes incluíam o barroco e o rococó, com a música sendo utilizada principalmente em contextos religiosos e em festas populares. As técnicas de composição seguiam os padrões modais e tonais que eram comuns na Europa nesse período.
 
O dodecafonismo, portanto, devido a ser uma proposta do século XX, não pertence ao contexto histórico musical do Brasil colonial. No período colonial, as práticas musicales eram orientadas mais pelas tradições europeias então vigentes entre os séculos XVI e XVIII, longe das propostas avant-garde do século XX. Em suma, o dodecafonismo está desconectado tanto temporal quanto estilisticamente das práticas e teorias musicais que estavam em voga no Brasil durante o seu período colonial.
 
Assim, considerando esse contexto histórico e estilístico, a alternativa correta para essa questão é E, indicando que o enunciado está Errado.

O dodecafonismo foi o principal sistema de organização
de alturas musicais adotado no período colonial.

Questões de Educação - História da Educação no Brasil