E se rir com os colegas / for algo que favoreça a colaboração da equipe?

Muitos mamíferos manifestam reações semelhantes 
ao riso, / mas podem ser interrompidos por causa de 
certos estados emocionais.

Isso é importante, / pois há pesquisas indicando que 
um cérebro relaxado associa livremente as ideias 
com mais facilidade.

Quando nossos cérebros estão relaxados, / conseguimos associar livremente as ideias com mais 
facilidade.

Uma breve gargalhada / aumentava em 20% a taxa 
de resolução dos testes.

Nessa questão, o objetivo é identificar qual das alternativas expressa uma noção temporal, onde a primeira parte da frase está relacionada temporalmente com a segunda.

Analisaremos cada uma das alternativas para determinar qual delas atende a esse critério.

Alternativa A: "E se rir com os colegas / for algo que favoreça a colaboração da equipe?"
Esta alternativa apresenta uma hipótese ou condição e não estabelece uma relação temporal clara entre suas duas partes.
 

Alternativa B: "Muitos mamíferos manifestam reações semelhantes ao riso, / mas podem ser interrompidos por causa de certos estados emocionais."
Aqui, temos uma oposição ou contraste, mas não uma relação temporal específica entre as duas partes.
 

Alternativa C: "Isso é importante, / pois há pesquisas indicando que um cérebro relaxado associa livremente as ideias com mais facilidade."
Esta alternativa usa uma conjunção explicativa ("pois"), que introduz uma razão ou explicação, não uma relação de tempo.
 

Alternativa D: "Quando nossos cérebros estão relaxados, / conseguimos associar livremente as ideias com mais facilidade."
Essa alternativa estabelece uma relação clara de tempo. A primeira parte ("Quando nossos cérebros estão relaxados") indica o momento ou condição sob a qual a segunda parte ("conseguimos associar livremente as ideias com mais facilidade") ocorre.
 

Alternativa E: "Uma breve gargalhada / aumentava em 20% a taxa de resolução dos testes."
Esta frase sugere uma causa e efeito, onde a gargalhada provoca um aumento na resolução dos testes, mas não expressa uma noção de tempo entre as partes da frase.
 

Gabarito: Letra D

A alternativa D é a correta porque introduz explicitamente uma noção temporal, indicando quando uma ação ocorre em relação a outra.

Muita gente acha que rir no escritório pode dar a impres-
são de que está “faltando serviço”. Discussões que até pouco 
tempo eram presenciais, realizadas na mesa de um colega, 
acontecem cada vez mais por e-mail ou programas de tro-
ca de mensagens instantâneas. Nesse cenário, o bate-papo 
pode, muitas vezes, parecer prescindível. Contudo, e se, em 
vez de sinalizar ociosidade, rir com os colegas for algo que 
favoreça a colaboração da equipe e estimule a inovação? 
Depois de anos sem dar muita atenção ao riso, os cientistas 
estão começando a chegar a essa conclusão.
Nas últimas duas décadas, muitos estudos sobre o tema 
foram conduzidos pelo neurocientista Robert Provine, profes-
sor de psicologia na Universidade de Maryland, em Baltimo-
re, nos Estados Unidos.
Uma de suas pesquisas mostrou que, no ambiente de 
trabalho, o riso é desencadeado principalmente por conver-
sas triviais a partir de comentários como “vamos dar um jeito 
nisso”, “acho que já terminei” ou “pronto, aqui está”. Quem 
não se lembra de situações no trabalho em que um simples 
bate-papo tenha acabado em risada? Não são piadas, mas 
momentos de conexão com os colegas.
O riso é um sinal subconsciente de que estamos em um 
estado de relaxamento e segurança, afirma a professora 
Sophie Scott, da University College London (UCL), no Reino 
Unido. Por exemplo, muitos mamíferos manifestam reações 
semelhantes ao riso, mas podem ser interrompidos por cau-
sa de certos estados emocionais. Em outras palavras, se os 
membros de uma equipe estão rindo juntos, isso significa que 
eles baixaram a guarda. Isso é importante, pois há pesqui-
sas indicando que, quando nossos cérebros estão relaxados, 
conseguimos associar livremente as ideias com mais facilida-
de, o que pode potencializar a criatividade.
Os cientistas John Kounios, da Universidade Drexel, na 
Pensilvânia, e Mark Beeman, da Universidade Northwestern, 
em Illinois, fizeram um experimento para ver se o riso ajudava 
um grupo a resolver complicados testes de lógica. O estudo 
mostrou que uma breve gargalhada aumentava em 20% a 
taxa de resolução dos testes. Segundo Kounios e Beeman, 
a aparente falta de concentração relacionada ao riso permite 
à mente manipular e conectar conceitos de uma forma que a 
concentração estrita não conseguiria.

A locução "ainda que" é fundamental para compreender a relação sintática entre as orações no contexto em que é utilizada. Esse tipo de locução é geralmente empregado para introduzir uma ideia de concessão, ou seja, uma situação ou condição que, embora presente, não impede que o fato principal ocorra.

 

No trecho "Ainda que hoje o mercado de equipamentos para captação de energia solar engatinhe no país, as condições climáticas propícias, aliadas ao fato de que no futuro os consumidores estarão cada vez mais aptos a gerar a própria energia,", a locução "ainda que" está sendo usada para introduzir uma condição adversativa que não impede o desenvolvimento expresso na oração principal. A oração subordinada ("Ainda que hoje o mercado de equipamentos para captação de energia solar engatinhe no país") sugere uma situação inicialmente contrária ou limitante, mas que, conforme exposto na oração principal ("as condições climáticas propícias... têm provocado uma corrida das empresas..."), não impede o desenvolvimento positivo indicado.

 

Por esse motivo, a relação que a locução "ainda que" estabelece é claramente de concessão. Ela reconhece uma dificuldade ou limitação que, apesar de sua presença, não consegue deter ou invalidar o fenômeno descrito nas demais partes do período.

 

Vamos analisar as outras alternativas rapidamente:
- A oposição implicaria uma contradição direta, o que não se aplica pois não existe uma negação direta, mas uma superação de um estado adverso.
- A explicação serviria se a locução introduzisse um motivo ou razão direta para a afirmação principal, o que não ocorre neste caso.
- A conclusão estaria correta se houvesse uma suma ou dedução óbvia ao final do enunciado.
- A exemplificação é utilizada quando um exemplo específico é apresentado para ilustrar um ponto mais geral, o que também não é o caso aqui.

 

Com isso, confirmamos que a relação estabelecida entre as orações pela locução "ainda que" é de concessão.

Gabarito: Letra B

O empresário Luiz Figueiredo usou 1 150 painéis solares 
para cobrir o lago de sua fazenda e gerar a própria energia. 
O consultor Carlos Tabacow instalou 18 placas no teto de sua 
casa, o que lhe permitiu se livrar da conta de luz. No Rio, uma 
escola cobriu o telhado com 50 painéis e agora produz me-
tade da energia que consome. Iniciativas como essas come-
çaram a se espalhar pelo país e têm garantido uma escalada 
dos projetos de microgeração de energia solar no Brasil.
Do ponto de vista climático, as condições são favoráveis, 
uma vez que a irradiação solar no Brasil é ideal para a pro-
dução elétrica. Ainda que hoje o mercado de equipamentos 
para captação de energia solar engatinhe no país, as condi-
ções climáticas propícias, aliadas ao fato de que no futuro os 
consumidores estarão cada vez mais aptos a gerar a própria 
energia, têm provocado uma corrida das empresas para con-
quistar um pedaço desse mercado.

Em "a": Errado &nbsp;–&nbsp; Não se apresenta uma causa para que algo tenha acontecido. Em "b": Certo &nbsp;–&nbsp; A comparação se estabelece com os outros dias da semana. Em "c": Errado &nbsp;–&nbsp; Não há ideias sendo adicionadas nesse contexto. Em "d": Errado &nbsp;–&nbsp; Também não há ideias sendo negadas. Em "e": Errado &nbsp;–&nbsp; Não se apresenta uma consequência em relação a citados anteriormente.Resposta: Letra B.

… a sua crítica guarda um potencial de verdade...

… podem ainda ser úteis à salvação dos outros...

… embora Lima tenha escapado ao risco de virar 
cobaia…

… que a ciência livresca que seguem, avessa à 
ideia mesma de enigma…

… A impotência do internado, que sofrera o arbítrio dos policiais…

Vamos analisar essa questão de análise sintática proposta pela Vunesp, pegando a essência do texto que, confesso, é bem denso! A frase-chave está logo no início, mostrando um Lima Barreto pensativo, preocupado com como seria tratado no hospício. A oração em destaque, “que os médicos do Hospício o tratem de maneira cega ou arbitrária,” é uma completiva nominal. Essa oração completa um nome anterior, no caso, o verbo “teme”.

 

A alternativa correta, que vamos justificar, precisa refletir uma função sintática similar, ou seja, ser também uma completiva nominal ou desempenhar papel semelhante de complemento. Na alternativa (A), "um potencial de verdade" complementa o substantivo "crítica", caracterizando-se com função de objeto direto, o que também é uma função de complementação, mas ajustada ao contexto de um nome, diferentemente da oração na pergunta que complementa um verbo. Contudo, nesse contexto, essa parece ser a expressão com a função sintática mais próxima possível daquela na frase destacada da questão.

 

As outras alternativas falham em equivaler a função necessária. (B) apresenta um complemento advérbio de finalidade; (C) tem uma preposição que inicia uma locução adverbial de lugar; (D) demonstra uma oração adjetiva explicativa; e (E) tem outra oração adjetiva, restritiva desta vez.

 

Portanto, mesmo com nuances entre as funções completivas (nominal por substantivo em A versus nominal por verbo na oração destacada), a escolha mais próxima e coerente, considerando a função de completar um outro termo na oração, é a alternativa A. Por isso, a alternativa correta é A.

Perplexo, o intelectual crítico Lima Barreto, cuja obra 
toda fora uma denúncia da mentira social, teme que os médi-
cos do Hospício o tratem de maneira cega ou arbitrária. Teme 
principalmente que a ciência livresca que seguem, avessa à 
ideia mesma de enigma, não lhes permita ter dúvidas, nem 
Ihes faça ver pessoas, mas apenas casos exemplares devi-
damente catalogados e passíveis das terapias reificadas nos 
manuais de psiquiatria.
A impotência do internado, que sofrera o arbítrio dos poli-
ciais com seus preconceitos de cor e classe, vê-se, de repen-
te, confrontada com a onipotência do médico. A assimetria 
é brutal e, embora Lima tenha escapado ao risco de virar 
cobaia de alienistas enrijecidos ou precipitados, a sua crítica 
guarda um potencial de verdade ainda hoje ameaçador:
 O terrível nessa coisa de hospital é ter-se de receber um 
médico que nos é imposto e muitas vezes não é da nossa 
confiança. Além disso, o médico que tem em sua frente 
um doente, de que a polícia é tutor e a impersonalidade 
da lei, curador, por melhor que seja, não o tem mais na 
conta de gente, é um náufrago, um rebotalho da socieda-
de, a sua infelicidade e desgraça podem ainda ser úteis à 
salvação dos outros, e a sua teima em não querer prestar 
esse serviço aparece aos olhos do facultativo como a re-
volta de um detento, em nome da Constituição, aos olhos 
de um delegado de polícia. (Lima Barreto, p.34)

E aí, vamos desvendar essa questionada Vunesp sobre análise sintática? O foco aqui está nas expressões que indicam circunstâncias em uma oração. No trecho mencionado, “Ela o observava com interesse” a expressão "com interesse" precisa ser categorizada quanto ao tipo de circunstância que indica dentro do contexto da ação de observar.

 

Ao examinar as alternativas:
<ul>
<li>A) lugar - claramente não se aplica aqui, pois "com interesse" não indica um local.</li>
<li>B) companhia - também não faz sentido, pois não fala sobre estar acompanhado por alguém.</li>
<li>C) assunto - está fora de contexto, uma vez que não especifica o tema de uma discussão ou observação.</li>
<li>D) finalidade - "com interesse" não expressa a finalidade ou objetivo da ação de observar.</li>
<li>E) modo - esta é a opção correta. Modo refere-se à maneira como uma ação é realizada. No caso, observar "com interesse" explica a maneira, a intensidade ou o jeito com que a psicóloga estava observando Fabrício.</li>
</ul>

 

As circunstâncias de modo geralmente detalham como algo ocorre ou é executado, e isso se encaixa perfeitamente aqui, pois descreve o comportamento da psicóloga ao observar um aluno em silêncio profundo. Usar "com interesse" destaca que sua observação era atenta, engajada - uma maneira particular de observar.

 

A alternativa correta é E.

No fim do Ensino Médio, Fabrício vivia brigando com os 
colegas, desafiando os professores, respondendo desafora­
do aos pais. Óbvio que foi forçado a visitar a psicóloga da es­
cola. Prometeu a si mesmo que lacraria a boca, ficaria calado 
durante a consulta inteira, faria terrorismo com a quietude. 
Não achava justo ser obrigado a se analisar e ainda mais 
numa época em que a terapia estava vinculada preconceituo­
samente à loucura.
Fabrício se ajeitou na poltrona com o estojo e caderno 
debaixo do braço e a indisposição absoluta de colaborar com 
a psicóloga. Mas ela não questionou nada, e o silêncio ines­
perado dela foi enervando Fabrício. Ela o observava com 
interesse, e ele querendo cada vez mais se esconder. Quan­
do alguém permanece quieto muito tempo em nossa frente 
é como encarar um espelho e o tamanho das dúvidas. Ela 
o provocava não o provocando, ela o emparedava abrindo 
todas as portas. Aquela liberdade assustadora de não ser co­
brado a participar o aprisionava.
Fabrício mexeu no estojo para se distrair. Ela perguntou 
se ele poderia emprestar­lhe uma caneta. Ele pegou uma Bic 
azul. A psicóloga viu que a tampa estava mordida. Olhou com 
carinho e comentou:
─ Enquanto não morder o tubo, está tudo bem.
Ele riu de nervoso e demonstrou curiosidade.
─ Morder a tampa significa alguma coisa?
─ Significa que não fecha as conversas, que foge das 
discussões com medo de dizer a verdade, que reprime o de­
sejo e vira as costas remoendo sozinho as suas frustrações e 
decepções, jamais repartindo a sua verdadeira opinião.
Fabrício não revelou coisa alguma durante uma hora do 
encontro, mas ela o decifrou inteiramente apenas analisando 
a tampa mordida da caneta. Uma mera, idiota e banal tampi­
nha iluminou o seu comportamento.
A partir daquele dia, Fabrício nunca mais subestimou a 
psicologia e cuidou para morder somente a insossa borracha 
nos momentos de maior ansiedade. Aprendeu que o que se 
sente ou se deixa de sentir está impresso nos mínimos gestos.

Questões de Fundação Vunesp - Português - Análise sintática do período simples