Assitir à um jogo com Nikola é uma lição de liderança.

O autor do texto refere-se às habilidades do jogador.

Seu jogo complementa, com humildade, à necessidade alheia.

Nikola começa à jogar dando assistência aos seus

A análise das alternativas que envolvem o emprego correto da crase na norma-padrão do português requer sempre uma atenção especial aos detalhes que determinam o uso ou não do acento grave indicativo de crase. Vamos analisar cada uma das opções apresentadas:

<ul>
<li>A) Assitir à um jogo com Nikola é uma lição de liderança. 
A expressão "à um jogo" está incorreta. A crase, que é a fusão da preposição "a" com o artigo definido feminino "a", não ocorre antes de palavras masculinas, como "um jogo". Logo, o correto seria "a um jogo".</li>

<li>B) O autor do texto refere-se às habilidades do jogador. 
Neste caso, "às habilidades" está correto porque há a fusão do "a" (preposição do verbo "referir-se") com o "as" (artigo definido feminino plural que acompanha "habilidades").</li>

<li>C) Seu jogo complementa, com humildade, à necessidade alheia. 
A frase "à necessidade" está incorreta. A preposição "a" de "complementa a" está correta, mas não necessita de crase antes de "necessidade alheia", pois não há artigo definido antes de "necessidade" no contexto do texto.</li>

<li>D) Nikola começa à jogar dando assistência aos seus. 
"À jogar" está incorreto. O verbo "começar" neste contexto pede a preposição "a", mas a crase não se aplica ao infinitivo "jogar". Logo, o correto seria "a jogar".</li>
</ul>

Portanto, fundamentando-se nas normas gramaticais sobre o correto uso da crase e após a análise das alternativas em contexto, a alternativa correta é B.

Muitos entusiastas do basquetebol foram cativados pelo esporte influenciados pelo excepcional Michael Jordan. O esporte naturalmente evolui, e suas dificuldades também; os ídolos se renovam com o tempo. Basta lembrar do nosso “Mão Santa”, Oscar Schmidt, um dos maiores cestinhas da história do esporte e uma lenda do basquetebol brasileiro.
 Gostaria de destacar um jogador de basquete profissional cujo talento é equiparável ao dos demais que se destacaram, mas com uma particularidade digna de nota. Estou me referindo a Nikola Jokic. Atualmente, ele atua na National Basketball Association (NBA) pela equipe do Denver Nuggets.
Foi selecionado apenas como a 41a escolha geral no Draft* de 2014, e conquistou o prêmio de Most Valuable Player e a final da temporada 2022-2023 da NBA, quando o Denver Nuggets ganhou o título inédito.
 Originalmente situado na posição de pivô (jogador especializado em defender e atacar próximo ao aro); a posição garante a defesa e os bloqueios dos arremessos dos adversários no garrafão **, o atleta é conhecido por suas habilidades versáteis, destacando-se em assistências.
 No basquete, a assistência refere-se ao ato de um jogador passar a bola para um companheiro de equipe que, em seguida, converte a cesta. Essa é a habilidade do jogador que cria oportunidades ofensivas para seus colegas; quem presta assistência não marca ponto, mas ajuda o outro a fazê-lo. Enfim, a equipe é a beneficiária. A assistência é a obsessão de Nikola. Ele não quer marcar ponto, quer servir o companheiro.
 Essa atitude demonstra uma humildade peculiar e um olhar para o outro que gera confiança, respeito e influência.
Seu jogo supre a necessidade alheia, pois é desapegado do objetivo primordial do basquete que normalmente glorifica o jogador: o ponto. Pode-se pensar que a especialização nas assistências seja um subterfúgio para escamotear uma habilidade precária. Nada disso! Nikola Jokic compreende o jogo plenamente. Quando é preciso, ele marca pontos de várias maneiras. A sua polivalência lhe rendeu o apelido The Joker (o coringa).
 Tudo isso revela um estilo peculiar de liderança que chamo de “o método Jokic”. Quanto mais ele serve a equipe, mais se destaca como referência de liderança. Ele não é um líder ostensivo, mas alguém que lidera por ações para a equipe, não para si. Seu compromisso é com o sucesso coletivo, não com o individual.
 Assistir a uma partida com Nikola Jokic é uma lição de liderança, fundamentada numa das mais belas qualidades humanas: a assistência ao outro.

* O Draft da NBA é o evento mais aguardado da temporada do basquete. É nessa noite que as equipes escolhem os jogadores que farão parte de suas respectivas franquias na próxima temporada e se esses jovens darão bons frutos no futuro.

** garrafão: região retangular que fica próxima à cesta.

Vamos analisar cada lacuna para entender qual alternativa preenche corretamente os espaços, conforme a norma-padrão do uso da crase. 1. "Esperava que qualquer hora o coração lhe perfurasse o peito, lhe rasgasse a blusa." - A crase é a fusão da preposição 'a' com o artigo definido feminino 'a'. No caso, a palavra "blusa" não exige a preposição 'a', pois o verbo "rasgar" não rege a preposição 'a'. Portanto, o uso de crase não se aplica aqui. 2. "O coração corresponderia mesmo àquela forma bonita dos postais coloridos?" - A palavra "forma" é feminina e vem precedida da preposição "a" ("corresponder a"). Além disso, há uma especificidade determinada pelo pronome demonstrativo 'aquela' (referindo-se a uma forma específica, já mencionada anteriormente), o que justifica o uso da crase, formando "àquela". 3. "Pensou em jogar a lata de água ao chão, esparramar-se no líquido, fazer-se lama." - O verbo "jogar" nesse contexto não pede a preposição 'a', e mesmo se pedisse, a palavra "lata" é um nome feminino utilizado sem artigo definido ("a lata"), então não caberia a crase, visto que a crase necessita do encontro da preposição 'a' com um artigo definido ou pronome demonstrativo feminino equivalente. 4. "O barranco dirigia a ela um sorriso irresistível, convidando-a para o encontro final." - A frase indica direção com o verbo "dirigia" que pede a preposição 'a', mas o uso da crase não é feito com pronome pessoal "ela". Portanto, a preposição 'a' aparece sozinha sem crase. Portanto, a alternativa correta é A ) a … àquela … a … a, que preenche corretamente as lacunas sem infrações à norma-padrão do uso da crase. A alternativa correta é A.

    Sentia-se cansada. A barriga, as pernas, a cabeça, o corpo todo era um enorme peso que lhe caía irremediavelmente em cima. Esperava que a qualquer momento o coração lhe perfurasse o peito, lhe rasgasse a blusa.
    Como seria o coração? 
    Teria mesmo aquela forma bonita dos postais coloridos? 
    … Será que as dores deformam os corações? 
    Pensou em atirar a lata de água ao chão, esparramar-se no líquido, encharcar-se, fazer-se lama, confundir-se com aqueles caminhos que durante anos e mais anos lhe comiam as solas dos pés, lhe queimavam as veias, lhe roubavam as forças.
    Imaginou os filhos que aguardavam e já deviam estar acordados. Os filhos que ela odiava! 
    Não. Não voltaria para casa.
    O barranco olhava-a, boca aberta, num sorriso irresistível, convidando-a para o encontro final.
    Conhecia aquele tipo de sorriso e não tinha boas recordações dos tempos que vinham depois. Mas um dia havia de o eternizar. E se fosse agora, no instante que madrugava? 
A lata e ela, para sempre, juntas no sorriso do barranco.
    Gostava de sua lata de carregar água. Tratava bem a lata. Às vezes, em momentos de raiva ou simplesmente indefinidos, areava uma, dez, mil vezes, até que sua lata ficava a luzir e a cólera, ou a indefinição se perdiam no brilho prateado. Com o fundo de madeira que tivera que mandar colocar, ficou mais pesada, mas não eram daí os seus tormentos.
    À borda do barranco, com a lata de água à cabeça e a saia batida pelo vento, pensou nos filhos e levou as mãos ao peito.
    O que tinha a ver os filhos com o coração? Os filhos… Como ela os amava, Nossenhor! 
    Apressou-se a ir ao encontro deles. O mais novito devia estar a chamar por ela.
    Correu deixando o barranco e o sonho de liberdade para trás.


 japonesa-portuguesa _____ ante à _____chinês-brasileiro

 nipo-portuguesa _____ a _____ chino-brasileiro

 luso-nipônica _____ da _____  chino-brasileira

 lusitano-nipônica _____ com a _____ china-brasileiro

 luso-japonesa_____ à _____ sino-brasileiro

Para resolver esta questão, precisamos analisar duas principais questões linguísticas: a adequação dos adjetivos pátrios e o uso correto da crase na língua portuguesa.

Na primeira frase, a expressão adequada deve identificar as nacionalidades de Portugal e do Japão. Os adjetivos "luso-japonesa", em opção na alternativa E, são corretos e propriamente adequados, já que "luso-" representa Portugal e "-japonesa" o Japão. Nas demais alternativas, encontramos combinações inadequadas ou termos impróprios.

Na segunda frase, trata-se do uso correto da crase. A crase é necessária antes da palavra "à", pois se refere à construção "a + a", com a preposição "a" exigida pelo verbo "tornar-se" e o artigo definido feminino "a" precedendo "chinês-brasileiro". A escolha de "sino-brasileiro" na alternativa E é correta e padrão para indicar algo que combina elementos chineses e brasileiros ("sino-" se refere à China).

Vamos analisar as alternativas em detalhes:
<ul>
<li>A) "japonesa-portuguesa" e "ante à" são incorretas devido à ordem inadequada dos adjetivos e o uso errôneo do preposicional "ante à".</li>
<li>B) "nipo-portuguesa" não é comumente utilizado em português padrão e "a" não inclui a crase necessária.</li>
<li>C) "luso-nipônica" e "da" são inadequados onde "luso-" está correto mas "nipônica" não é um termo comum, além de erroneamente usar "da".</li>
<li>D) "lusitano-nipônica" é confuso e "com a" está errado neste contexto; "china-brasileiro" é gramaticalmente incorreto.</li>
<li>E) "luso-japonesa… à … sino-brasileiro" é a única alternativa sem erros de regência e com os adjetivos corretos.</li>
</ul>

Portanto, a alternativa correta é E, por cumprir todos os requisitos linguísticos da norma-padrão da língua portuguesa no uso da crase e na aplicação correta dos adjetivos pátrios.

 voltado às … se tornam em … a felicidade de … comemora a 

 exclusivo às … ficam para … à festa para … festeja à 

 destinado as … se convertem a … a euforia em … exalta à 

 consagrado as … revertem de … a satisfação em … memora à 

 dedicado às … se transformam em … à alegria de … celebra a

Análise Geral:

Nesta questão, o candidato deve observar a necessidade de empregar a crase e a regência verbal/nominativa de forma correta, de acordo com o contexto apresentado. Analisaremos cada lacuna, considerando o enunciado e as opções fornecidas.

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Primeira lacuna: O trecho “… Dia de Todos os Santos, ____________ crianças que faleceram.” exige um complemento que indique a finalidade ou destinação do dia, ou seja, “dedicado” ou “destinado”. Importante notar que o termo “crianças” vem acompanhado do artigo definido “as”, motivo pelo qual a preposição “a” se funde com o artigo, formando “às”. Assim, a forma correta seria “dedicado às” ou “destinado às”.</li>
 
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Segunda lacuna: No trecho “os cemitérios ____________ locais de encontro e lembrança”, o verbo precisa indicar a transformação dos cemitérios em um lugar com finalidade específica. Expressões como “se transformam em” ou “se tornam em” são comuns. Entretanto, na opção que se mostra correta a construção “se transformam em” é a escolha mais adequada para indicar o resultado da mudança, sem exigir o uso de crase, pois o termo que o segue (“locais”) não é acompanhado de artigo que justifique essa fusão.</li>
 
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Terceira lacuna: A expressão “a dor da perda dá lugar ____________ recordar e honrar os que se foram” exige a fusão da preposição “a” (regida pelo verbo “dar lugar a”) com o artigo feminino que acompanha o complemento. Assim, a forma correta é “à alegria de”, pois “alegria” vem com o artigo “a”. Tal fusão é feita pelo uso da crase, que é o apontamento gráfico da combinação “a + a = à”.</li>
 
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Quarta lacuna: No trecho “que ____________ vida e mantém presente a essência dos que partiram”, o verbo indica a ação de homenagear ou cultivar a memória dos falecidos. Assim, a utilização do verbo “celebra” é coerente com o contexto, demonstrando que o ritual não só cultua, mas também valoriza a vida daqueles que se foram. Aqui, novamente, a verificação das regras de regência é essencial para que o complemento não sofra erro na relação com o verbo.</li>
</ul>

Análise das Alternativas:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Alternativa A: “voltado às … se tornam em … a felicidade de … comemora a”. Apesar de “às” estar correto na primeira lacuna, os termos “se tornam em” e “a felicidade de … comemora a” apresentam problemas de regência e uso da crase, desvirtuando o sentido do enunciado.</li>
 
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa B: “exclusivo às … ficam para … à festa para … festeja à”. Embora haja a presença de “às” na primeira lacuna, os demais termos (“ficam para”, “à festa para” e “festeja à”) não se ajustam à ideia de transformação e homenagem proposta pelo texto, além de apresentarem usos inadequados da crase.</li>
 
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa C: “destinado as … se convertem a … a euforia em … exalta à”. O primeiro item “destinado as” não reúne a fusão necessária (a preposição “a” com o artigo “as”), devendo ser “destinado às”. As demais construções também não suportam a exigência do contexto, especialmente quanto à regência.</li>
 
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa D: “consagrado as … revertem de … a satisfação em … memora à”. Assim como na Alternativa C, “consagrado as” deveria ser “consagrado às”. Além disso, o verbo “reverter” exige a preposição “em” quando denota transformação, e “memora” não atende com clareza o sentido de ritual ou homenagem.</li>
 
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa E: “dedicado às … se transformam em … à alegria de … celebra a”. Nesta alternativa, a primeira lacuna está corretamente preenchida com “dedicado às” (preposição “a” + artigo “as”); a segunda lacuna apresenta “se transformam em”, que adequadamente indica a conversão de cemitérios em locais de encontro; a terceira lacuna é “à alegria de”, empregando corretamente a crase na fusão da preposição “a” com o artigo feminino que acompanha “alegria”; e, por fim, “celebra a” é compatível com a regência requerida no trecho. Assim, todas as lacunas ficam coerentes com o sentido e a norma-padrão.</li>
</ul>

Alternativa Correta:

A alternativa E preenche as lacunas de forma adequada, observando tanto a regência verbal/nominativa quanto o uso correto da crase. Dessa forma, os complementos apresentam coesão e coerência com o sentido global do enunciado, atendendo ao que é exigido pela norma-padrão.

Gabarito: Letra E

Em diversas regiões, a celebração começa no dia 1o  de novembro, o Dia de Todos os Santos, ____________ crianças que faleceram. No dia 2, o Dia dos Fiéis Defuntos homenageia os adultos. Durante esses dias, os cemitérios ____________ locais de encontro e lembrança, onde as famílias se reúnem para decorar túmulos com flores, velas e objetos que representavam as paixões dos falecidos. O clima é de paz e comunhão, e a dor da perda dá lugar ____________ recordar e honrar os que se foram. Para os mexicanos, esse encontro anual com os mortos é mais do que uma festa: é um ritual de amor e lembrança, que ____________ vida e mantém presente a essência dos que partiram.


Análise Geral:

A questão propõe o preenchimento de lacunas com a forma correta dos artigos e preposições, especialmente em se tratando do uso da crase. É fundamental recordar que a crase ocorre na fusão da preposição “a” com o artigo feminino “a” ou “as”, mas não se aplica quando o artigo é indefinido (como em “uma”), ou quando a palavra seguinte não admite artigo.

Primeira lacuna: “A solidão pode ser um estímulo para que estejamos atentos ______ uma necessidade básica: a de nos conectar.”

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Análise: A expressão “estar atento a” exige a preposição “a”. Contudo, como “necessidade” vem acompanhada do artigo indefinido “uma” (“uma necessidade básica”), não há possibilidade de ocorrer contração com crase, pois a crase ocorre somente com o artigo definido “a”. Assim, o correto é usar apenas a preposição “a”.</li>
</ul>

Segunda lacuna: “Em seu relatório, Vivek Murthy dá ênfase ______ situações em que a solidão está atrelada a um agravamento da saúde física e mental.”

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Análise: O verbo “dar ênfase” exige a preposição “a”. Aqui, “situações” não vem acompanhado de artigo definido, permanecendo simplesmente como um substantivo no plural. Por essa razão, não há motivo para a ocorrência de crase, devendo-se usar somente a preposição “a”.</li>
</ul>

Terceira lacuna: “O cirurgião adverte que a mortalidade pelo impacto de se estar socialmente desconectado é similar _______ mortalidade causada pelo fumo.”

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Análise: No caso, temos a expressão “similar a”, na qual o termo “mortalidade” é determinado e, portanto, admite o artigo definido “a”. Assim, ocorre a fusão da preposição “a” com o artigo “a”, formando “à”. Essa contração, indicada pela crase, está correta e necessária.</li>
</ul>

Conclusão: Analisando cada uma das lacunas, verificamos que a primeira e a segunda devem ser preenchidas com o “a” sem crase, enquanto a terceira requer a contração “à”. Dessa forma, a sequência correta é: “a; a; à”, correspondendo à alternativa A.

Gabarito: Letra A

    Para Vivek Murthy, cirurgião-geral e principal autoridade de saúde pública dos EUA, “a teoria evolutiva da solidão de John Cacioppo* está enraizada na observação de que os humanos sobreviveram como espécie não porque temos vantagens físicas como tamanho, força ou velocidade, mas por causa de nossa capacidade de nos conectar em grupos sociais”.
    Essa teoria define a solidão como um estímulo para uma necessidade básica: a de nos conectar. “Assim temos uma maior chance de adaptação ao nosso ambiente”, defendeu o psiquiatra Thyago Antonelli-Salgado, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
    “Se pensarmos nos primatas, humanos e não-humanos, com um comportamento de grupo, eles se protegeram contra a ameaça de predação, a escassez de recursos, e, assim, houve uma seleção natural desses indivíduos”, explicou.
    Hoje, todavia, segundo os especialistas, a solidão é mais prevalente e intensa do que nunca e se configura como um grave problema de saúde pública. Em relatório de 2023, Murthy destaca que essa condição está associada a um risco maior de doença cardiovascular, demência, AVC, depressão, ansiedade e morte prematura. “O impacto de estar socialmente desconectado na mortalidade é semelhante ao causado por fumar até 15 cigarros por dia.” 
    Por enquanto, as principais evidências não são capazes de cravar essa relação de causa e efeito. De qualquer forma, o crescente arcabouço científico tem deixado países em alerta. O Japão criou um “Ministério da Solidão”, e, no Reino Unido, uma secretária foi nomeada para combatê-la.
    O ponto chave que envolve a solidão é o sofrimento.
Entretanto a redução de interações pode ser feita com um objetivo maior, como autoconhecimento ou necessidade profissional (escrever um livro, por exemplo), não estando, portanto, associada a alguma repercussão negativa. Nesse caso, falamos de solitude.
    Antonelli-Salgado aponta que a solidão não pode ser tema abordado apenas na velhice. A importância da conexão social precisa ser ensinada desde cedo. “Muitas vezes, a gente ensina às crianças que, mesmo sem fome, é importante comer para crescer forte. É preciso tomar água para se hidratar. Mas não falamos sobre a importância de ter boas conexões sociais para que haja uma maior qualidade de vida.” Para ele, bons vínculos têm a ver com profundidade, com estabelecer efetivas relações sociais e pensar que elas são sempre uma troca.


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