 o menino está rancoroso por não poder ganhar um presente de Natal. 

 a carta se trata de uma reclamação do menino para o Papai Noel. 

 há um ano, o pai do menino tinha grandes chances de conseguir um emprego. 

 o Papai Noel não se importa com as dificuldades da família do menino.

O texto discutido é uma carta escrita por um menino para o Papai Noel, na qual ele revisa sua lista de desejos de Natal anterior à luz da difícil situação financeira de sua família. A escolha das alternativas deve basear-se na compreensão das intenções do menino e nos eventos descritos na carta.

A) Afirma que o menino está rancoroso por não poder ganhar um presente de Natal. No texto, o menino desiste voluntariamente de seus desejos e se mostra compreensivo quanto à situação financeira do pai, sem expressar rancor. Portanto, essa opção é incorreta. 

B) Sugere que a carta é uma reclamação do menino para o Papai Noel. Pela leitura, fica claro que o menino não está reclamando, mas explicando e justificando suas razões para desistir de seus pedidos. Logo, essa alternativa também é incorreta. 

C) Diz que há um ano, o pai do menino tinha grandes chances de conseguir um emprego. Isso é corroborado pelo trecho que menciona a expectativa do pai e da cidade em relação à instalação de uma grande fábrica que ofereceria empregos, incluindo, presumivelmente, ao pai do menino. Assim, essa alternativa é correta. 

D) Alega que o Papai Noel não se importa com as dificuldades da família do menino. O texto não oferece base para essa afirmação, pois o conteúdo se centra na carta do menino ao Papai Noel e não revela a resposta ou sentimentos do Papai Noel. Portanto, essa opção é incorrecta. 

Gabarito: Letra C

Moacyr Scliar 

 Prezado Papai Noel: há uma semana eu lhe mandei uma carta com a lista dos meus pedidos para o Natal. Agora estou mandando esta outra carta para dizer que mudei de ideia. Não vou querer nada. Ontem o papai nos avisou que não tem dinheiro para as compras do fim de ano. Papai está desempregado há mais de um ano. A gente mora numa cidade pequena do interior, muito pobre. No Natal passado, o prefeito anunciou que tinha um presente para a população: uma grande fábrica viria se instalar aqui, dando emprego para muitas pessoas. Meu pai ficou animado. Ele é um homem trabalhador, sabe fazer muitas coisas e achou que com isso o nosso problema estaria resolvido. Agora, porém, o prefeito teve de dizer que a fábrica não vem mais. Não entendo dessas coisas, mas parece que a situação está difícil. 
 Portanto, Papai Noel, peço-lhe desculpas se o senhor já encomendou as coisas, mas infelizmente vou ter de desistir. Para começar, não quero aquela bonita árvore de Natal de que lhe falei - até mandei um desenho, lembra? Nada de pinheirinho, nada de luzinhas, nada de bolinhas coloridas. A verdade, Papai Noel, é que essas coisas só gastam espaço e, como disse a mamãe, gastam muita luz. 
 E nada de ceia de Natal, Papai Noel. Nada de peru. Como eu lhe disse, nunca comi peru na minha vida, mas acho que não vai me fazer falta. Se tivesse peru, eu comeria tanto que decerto passaria mal. Portanto, nada de peru. Aliás, se a gente tiver comida na mesa, já será uma grande coisa. 
 Nada de presentes, Papai Noel. Não quero mais aquela bicicleta com a qual sonho há tanto tempo. Bicicletas custam caro. E além disso é uma coisa perigosa. O cara pode cair, pode ser atropelado por um carro... Nada de bicicleta. 
 Nada de DVD, Papai Noel. Afinal, a gente já tem uma TV (verdade que de momento ela está estragada e não temos dinheiro para mandar consertar), mas DVD não é coisa tão urgente assim. 
 Também quero desistir da roupa nova que lhe pedi e dos sapatos. A minha roupa velha ainda está muito boa, e a mamãe vai fazer os remendos nos rasgões. E sapato sempre pode dar problema: às vezes ficam apertados, às vezes caem do pé. Prefiro continuar com meus tênis e o meu chinelo de dedo.
 Ou seja: nada de Natal, Papai Noel. Para mim, nada de Natal. Agora, se o senhor for mesmo bonzinho e quiser nos dar algum presente, arranje um emprego para o meu pai. Ele ficará muito grato e nós também. Desejo ao senhor um Feliz Natal e um próspero Ano Novo.

 “No Natal, passado, o prefeito anunciou, que tinha um presente para a população.” 

 “Se tinha peru, eu comeria tanto que passaria mal. Entretanto, nada de peru.” 

 “A gente, mora numa cidade pequena do muito pobre.” decerto interior, 

 “Peço-lhe desculpas se o senhor já encomendou as coisas, mas infelizmente terei de desistir.”

A análise das alternativas de resposta deve ser feita para verificar se a alteração na sentença proposta na alternativa mantém a gramaticalidade e o sentido do texto original. Vamos analisar cada alternativa:

A) "No Natal, passado, o prefeito anunciou, que tinha um presente para a população."
Esta alternativa altera a pontuação original do texto, incluindo vírgulas desnecessárias que quebram o fluxo da frase e introduzem erros gramaticais, como a separação indevida entre sujeito e verbo ("anunciou, que tinha"). 

B) "Se tinha peru, eu comeria tanto que passaria mal. Entretanto, nada de peru."
O original é: "Se tivesse peru, eu comeria tanto que decerto passaria mal. Portanto, nada de peru." A substituição de "decerto" por "entretanto" e "portanto" por "por isso" altera a lógica da conexão, pois "entretanto" indica uma oposição que não está presente na situação descrita. 

C) "A gente, mora numa cidade pequena do muito pobre." decerto interior,
Esta alternativa contém erros gramaticais e de concordância. A expressão "do muito pobre" é gramaticalmente incorreta, assim como o uso de "decerto," que não encaixa logicamente na frase. 

D) "Peço-lhe desculpas se o senhor já encomendou as coisas, mas infelizmente terei de desistir."
Este é o texto original e não apresenta alteração na alternativa. Mantém a gramaticalidade e o sentido original, sem prejuízos. 

Assim, a única alternativa que não apresenta prejuízo gramatical ou de sentido quando comparada ao texto original é a letra D.Gabarito: Letra D

 “A Mãe e o Pai vinham trazê-lo ao aeroporto. A Tia e o Tio tomavam conta dele, justinhamente.’’

 “Esta é a estória. Ia um menino, com os Tios, passar dias no lugar onde se construía a grande cidade.”

 "Davam-lhe balas, chicles, à escolha.”

 “Se homens, meninos, cavalos e bois — assim insetos? Voavam supremamente.”

Para responder com precisão a esta questão sobre tipos de discurso, é essencial entendermos a diferença entre discurso direto, discurso indireto e discurso indireto livre.

O discurso direto ocorre quando as palavras do narrador e a fala do personagem são separados claramente, geralmente marcados por dois pontos e aspas. O discurso indireto, por sua vez, é aquele em que o narrador reporta o que foi dito ou pensado pelo personagem, sempre mantendo sua posição de narrativa e adequando a fala do personagem à sua própria linguagem, sem marcações específicas como as aspas. Já o discurso indireto livre mistura a voz do narrador com a do personagem, sem marcas de alteração no fluxo do texto, criando uma intersecção onde não é clara a diferenciação entre o que o narrador descreve e o personagem pensa ou fala.

Revisando as alternativas:

A) “A Mãe e o Pai vinham trazê-lo ao aeroporto. A Tia e o Tio tomavam conta dele, justinhamente." — Esta alternativa descreve ações dos personagens, sem inserir explicitamente pensamentos ou falas.

B) “Esta é a estória. Ia um menino, com os Tios, passar dias no lugar onde se construía a grande cidade.” — Este segmento é uma descrição geral do contexto da estória, introduzindo o cenário e personagens.

C) "Davam-lhe balas, chicles, à escolha.” — Representa uma ação dos personagens de dar algo ao menino, mas tudo narrado de forma direta pelo narrador.

D) “Se homens, meninos, cavalos e bois — assim insetos? Voavam supremamente.” — Este trecho parece conter uma mistura do pensamento do menino ("Voavam supremamente") com uma indagação lúdica ("assim insetos?"), unindo a visão da criança com a narrativa, caracterizando-se por um discurso indireto livre.

Assim, a alternativa correta que demonstra um exemplo de discurso indireto livre no texto é a letra D, onde a confusão entre a voz do narrador e do personagem é evidente, dominada por uma perspectiva que mistura observação com pensamento infantil.

Gabarito: Letra D

    Esta é a estória. Ia um menino, com os Tios, passar dias no lugar onde se construía a grande cidade. Era uma viagem inventada no feliz; para ele, produzia-se em caso de sonho. Saíam ainda com o escuro, o ar fino de cheiros desconhecidos. A Mãe e o Pai vinham trazê-lo ao aeroporto. A Tia e o Tio tomavam conta dele, justinhamente. Sorria-se, saudava-se, todos se ouviam e falavam. O avião era da Companhia, especial, de quatro lugares. Respondiam-lhe a todas as perguntas, até o piloto conversou com ele. O voo ia ser pouco mais de duas horas. O menino fremia no acorçoo, alegre de se rir para si, confortavelzinho, com um jeito de folha a cair. A vida podia às vezes raiar numa verdade extraordinária. Mesmo o afivelarem-lhe o cinto de segurança virava forte afago, de proteção, e logo novo senso de esperança: ao não sabido, ao mais. Assim um crescer e desconter-se — certo como o ato de respirar — o de fugir para o espaço em branco. O Menino. 
    E as coisas vinham docemente de repente, seguindo harmonia prévia, benfazeja, em movimentos concordantes: as satisfações antes da consciência das necessidades. Davam-lhe balas, chicles, à escolha. Solícito de bem-humorado, o Tio ensinava-lhe como era reclinável o assento — bastando a gente premer manivela. Seu lugar era o da janelinha, para o móvel mundo. Entregavam-lhe revistas, de folhear, quantas quisesse, até um mapa, nele mostravam os pontos em que ora e ora se estava, por cima de onde. O Menino deixava-as, fartamente, sobre os joelhos, e espiava: as nuvens de amontoada amabilidade, o azul de só ar, aquela claridade à larga, o chão plano em visão cartográfica, repartido de roças e campos, o verde que se ia a amarelos e vermelhos e a pardo e a verde; e, além, baixa, a montanha. Se homens, meninos, cavalos e bois — assim insetos? Voavam supremamente. O Menino, agora, vivia; sua alegria despedindo todos os raios. Sentava-se, inteiro, dentro do macio rumor do avião: o bom brinquedo trabalhoso. Ainda nem notara que, de fato, teria vontade de comer, quando a Tia já lhe oferecia sanduíches. E prometia-lhe o Tio as muitas coisas que ia brincar e ver, e fazer e passear, tanto que chegassem. O Menino tinha tudo de uma vez, e nada, ante a mente. A luz e a longa-longa-longa nuvem. Chegavam. [...] 


Para resolver a questão sobre o uso da crase, precisamos analisar cada lacuna do trecho citado para verificar se é apropriado ou não o uso da crase.

1. Primeira lacuna: "não é dado __ contemplação destes fenômenos mentais"
 - A preposição "a" é necessária após o verbo "dado", que exige a preposição "a" ao se referir a algo que alguém tenha inclinação ou predisposição;
 - O termo "contemplação" é feminino e determinado pela expressão "destes fenômenos mentais", tornando o uso do artigo definido "a" necessário;
 - Juntando a preposição "a" (do verbo "dado") e o artigo "a" (antes de "contemplação"), temos o uso da crase: à.

 

2. Segunda lacuna: "vá direto __ narração"
 - Novamente, a preposição "a" é usada para dirigir-se "a" algo no sentido figurado;
 - "Narração" é feminino, porém não acompanha artigo neste contexto específico; assim, a crase não ocorre, mantendo somente a preposição "a".

 

3. Terceira lacuna: "durante uns vinte __ trinta minutos"
 - "Durante" é uma preposição que será seguida de "trinta minutos". Como se refere a uma quantidade não específica e o uso de artigo é inapropriado, não se utiliza a crase, conservando somente a preposição "a".

 

Assim, preenchendo as lacunas com as análises feitas, obtemos:
- Primeira lacuna: à;
- Segunda lacuna: a;
- Terceira lacuna: a.

 

Comparando com as alternativas dadas:

A ) à/ à/ a 
B ) a/ a/ a 
C ) à/ à/ à 
D ) a/ a/ à

A alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas é:
Gabarito: Letra A

 Não há ocorrência de verbo no pretérito mais-que-perfeito. 

 “Quando”, nesta oração, corresponde a um adjunto adverbial de modo. 

 “De fato” corresponde a uma locução adverbial de afirmação. 

 Os verbos “teria” e “oferecia” estão conjugados pretérito imperfeito.

Para resolver está questão, faremos uma análise da sentença, destacando os verbos e expressões e explicando suas funções e formas verbais.
 

A frase é: "Ainda nem notara que, de fato, teria vontade de comer, quando a Tia já lhe oferecia sanduíches."
"Ainda nem notara": o verbo "notar" está no pretérito mais-que-perfeito do indicativo, indicando uma ação concluída antes de outra no passado.
 

Alternativa A afirma que não há verbo no pretérito mais-que-perfeito. Como demonstrado, o verbo "notara" está de fato nessa forma temporal, então essa afirmação é incorreta.
 

Alternativa B reclassifica "quando" como adjunto adverbial de modo. Na frase, "quando" estabelece um momento no tempo em que a ação ocorreu, tratando-se de um advérbio de tempo, e não de modo. Portanto, essa alternativa é incorreta.
 

Alternativa C descreve a expressão "de fato" como uma locução adverbial de afirmação, o que é correto. 'De fato' é uma expressão que reforça a veracidade da informação relatada, atuando exatamente como uma locução adverbial de afirmação.
 

Por último, a alternativa D declara que os verbos "teria" e "oferecia" estão no pretérito imperfeito do indicativo. Porém, o verbo "teria" está na forma do futuro do pretérito do indicativo, indicando uma possibilidade ou hipótese na fala do passado, e "oferecia" é que está no pretérito imperfeito. Portanto, essa alternativa também é incorreta.
 

Gabarito: Letra C

Questões de Concurso para Instituto Nosso Rumo - Auxiliar Administrativo