 Percebo pelo canto dos olhos que ele à abraça.

 Se demorasse um ou dois segundos à mais (...)

 Ergo à bandeira branca no exato instante em que pergunto (...)

Para resolver essa questão sobre o uso da crase na Língua Portuguesa, é necessário entender as regras envolvendo a fusão de preposição e artigo feminino. A crase é utilizada antes de palavras femininas quando existem as preposições "a(s)" e os artigos definidos "a(s)" numa mesma locução. Pelas regras, a crase não é utilizada antes de palavras masculinas, verbos ou palavras no plural se não existir um artigo definido feminino singular ou plural relevante. Vamos analisar cada alternativa:

A) Um passo à frente.
Correta. O termo "à frente" combina a preposição "a" com o artigo feminino "a", pois poderíamos reescrever essa expressão como "a a frente".
 

B) Abro à boca.
Incorreta. O verbo "abrir" é transitivo direto e não requer preposição. Portanto, não se usa crase antes de "boca", que é um objeto direto do verbo sem a presença de uma preposição. Seria simplesmente "abro a boca".
 

C) Percebo pelo canto dos olhos que ele à abraça.
Incorreta. Neste caso, se usa "a" como artigo definido feminino para "a" antes de "abraça", um verbo, o que não permite o uso da crase, pois não há a preposição "a". A frase correta seria "ele a abraça".
 

D) Se demorasse um ou dois segundos à mais (...)
Incorreta. A expressão "a mais" não recebe crase porque não há artigo antes de "mais", que é um advérbio de intensidade. Portanto, deveria ser "a mais" sem crase.
 

E) Ergo à bandeira branca no exato instante em que pergunto (...) 
Incorreta. Similar ao caso de "abro a boca", "ergo" é um verbo transitivo direto que toma como objeto direto "bandeira branca". Não há preposição "a" que justifique o uso do artigo definido "a". Logo, seria apenas "ergo a bandeira branca".
 

Gabarito: Letra A

Um passo a frente. Esta languidez chegará ao fim. Os olhos dela calam-me a intensidade. A celebração. Para sempre vou te amar.
 Por isso, me aproximo. Abro a boca. Vou declarar-lhe meu amor. Mas então, subitamente, ele surge. Um homem de quase dois metros de altura. Coloca o braço sobre os ombros dela. E os dois me encaram como que perguntando: “o que deseja?” 
 Volte. Volte. Volte.
 Vinte segundos antes. Aproximo-me lentamente, mas nada digo. Deixo que o efeito do silêncio coloque meus pensamentos no eixo. Assim, não me precipito. Afinal, estou cansado de me precipitar. Trinta e poucos anos tomando atitudes imbecis, me arrependendo, e voltando 20 segundos antes. Às vezes, menos que isso.
 Vinte segundos é o máximo que consigo. Descobri este dom na adolescência. Posso navegar por entre as milhares de portas abertas de minha realidade paralela. Pena que não consigo voltar mais do que 20 segundos. Isto me limita. Isto me trava. Isto me corrói.
 Sempre fui inconsequente. Afinal, se eu tomar uma decisão errada, posso voltar atrás. Mas sempre precisei analisar as consequências nos 20 segundos após agir. Do contrário, perderia a oportunidade de explorar as outras portas de minha realidade paralela. E então elas se fechariam, e precisaria conviver com as inevitáveis consequências de atos irrefletidos.
 E, agora, justo agora, que ia lhe declarar meu amor, surge este ser ao seu lado. Qual o problema dela? Tem vocação para sofrer? Um desejo incontido de mergulhar fundo em um lamaçal de más escolhas? Não consigo deixar de concluir: se ela não pode voltar e escolher outra realidade paralela, deveria tomar mais cuidado.
 Estou diante dos dois, mas não os encaro. Percebo pelo canto dos olhos que ele a abraça. Cada centímetro cúbico do meu sangue chegando facilmente aos 100°. Pode acreditar. Olho para eles. Na verdade, para ele. Diretamente para ele. Avanço sobre ele, um salto com as duas mãos na direção do seu pescoço.
 Ele desequilibra e cai. Ela grita. Olha para mim. Fica sem entender minha reação. Pessoas costumam ficar estáticas diante de eventos inesperados. Animal acuado. Pronto para o abate.
 – O que você fez? – ela pergunta, enquanto o gigante se levanta pronto para o segundo round.
 Dou um sorriso malévolo.
 – Não se preocupe. Já dou um jeito nisso.
 Volte. Volte. Volte.
 Vinte segundos antes. Estou parado diante deles. Dessa vez olho para ela. Encaro-a. Eles me percebem.
 – Olá, Adélia. Sinto dizer, mas você vai sofrer. Uma pena.
Eu quis te proteger, te guardar de todo o mal. Mas você tinha que seguir seu estúpido coração. Agora vai carregar este fardo.
 Eles ficam inertes por alguns segundos.
 – Você conhece esse aí? – pergunta o cidadão.
 Ela não tem tempo de responder. Vou para cima dela agarrando-a pela roupa. Ele fica parado, estático ante o evento inesperado. Aproveito seu instante de hesitação e sacudo Adélia, gritando: – 
 Qual é o seu problema? Eu te amaria como ninguém. Eu cuidaria de você.
 Sinto o braço do gigante envolvendo meu pescoço. O animal acuado reage, e me derruba violentamente ao chão. Dor.
Falta de ar. Ele não solta. Insano e forte – uma perigosa combinação. Tento me soltar. Não consigo. Pessoas em volta.
Ouço vozes, mas não entendo o que dizem. Acho que vou apagar. Mas antes… 
 Volte. Volte. Volte.
 – Olá, Adélia… 
 Por pouco. Se demorasse um ou dois segundos a mais, não conseguiria evitar a frase “Sinto dizer, mas você vai sofrer”.
 – Olá, Edgar… Está tudo bem? – Ela estranha meu silêncio, meu olhar desolado, provavelmente.
 – Aham.
 – Esse aqui é William, meu namorado. William, esse é o Edgar.
 William Patético da Silva me olha. Ele sorri e estende-me a mão. Cumprimento-o e devolvo o sorriso.
 Ergo a bandeira branca no exato instante em que pergunto: – 
 Posso pagar uma bebida para vocês? 
 Não há como negar. Mesmo com inúmeras escolhas, algumas batalhas simplesmente não podem ser vencidas.

 À partir de segunda-feira, os preços serão atualizados.

Para decidir qual das alternativas apresentadas está correta em relação ao uso da crase, é importante lembrar que a crase, representada pelo acento grave (`à`), ocorre antes de palavras femininas quando há a fusão da preposição "a" com o artigo definido "a(s)" ou com o "a" inicial dos pronomes aquele(s), aquela(s) ou aquilo. Vamos analisar cada uma das alternativas: 

Alternativa A: "Saiu às pressas para a reunião." - Neste caso, o termo "às pressas" é uma expressão fixa que sempre leva crase, pois é uma locução adverbial feminina. Além disso, pode ser substituído por "à maneira de", mantendo o sentido, o que confirma o uso correto da crase. 

Alternativa B: "Agradeço à todos pela presença!" - A crase está incorretamente utilizada antes do pronome "todos". Não se usa crase antes de palavras masculinas ou antes de pronomes pessoais como "todos". 

Alternativa C: "Peça à ela o cardápio principal." - A crase antes de "ela" está incorreta. Não se usa crase antes de pronomes pessoais como "ela". 

Alternativa D: "O valor pode ser pago à prazo." - Aqui, o uso da crase é incorreto. Não se usa crase antes de expressões masculinas, como "a prazo", já que "prazo" é masculino. 

Alternativa E: "À partir de segunda-feira, os preços serão atualizados." - O uso da crase antes de "partir" é inadequado, pois não se usa crase antes de verbos. "Partir" é um verbo e, portanto, não admite o uso da crase. 

Gabarito: Letra A

 Era prodígio, começou à cantar aos três anos de idade.

 Entreguei à ela o restante do trabalho.

 Foi à Minas Gerais para tratar de negócios.

 Aos domingos, gostava de andar à cavalo.

Para responder corretamente a questão sobre a ocorrência de crase, precisamos compreender as regras do uso desse sinal gráfico na Língua Portuguesa. A crase ocorre antes de palavras femininas e é representada pelo acento grave (`à`), indicando a fusão da preposição "a" com o artigo definido "a" ou com o "a" inicial dos pronomes aquele, aquela, aquilo. Vamos analisar cada alternativa:

A ) "Era prodígio, começou à cantar aos três anos de idade."
- A frase utiliza a crase de forma incorreta. O verbo "começar" não exige o uso de crase antes de infinitivos. O correto seria: "começou a cantar". 

 

B ) "Entreguei à ela o restante do trabalho."
- Também está errado, pois não se usa crase antes de pronomes pessoais. O correto é "Entreguei a ela o restante do trabalho."

 

C ) "Foi à Minas Gerais para tratar de negócios."
- A crase antes de nomes de estados está errada, a não ser que o nome do estado esteja especificado, e "Minas Gerais" não pede crase. O correto seria: "Foi a Minas Gerais para tratar de negócios."

 

D ) "O prato do dia é bife à parmegiana."
- Neste caso, o uso de crase é correto pois há uma locução prepositiva formada por preposição + nome feminino. Expressões como "à moda de" (à parmegiana, à bolonhesa) exigem crase.

 

E ) "Aos domingos, gostava de andar à cavalo."
- Novamente o uso de crase é incorreto. "Cavalo" é um substantivo masculino e a expressão correta seria "a cavalo."

 

Logo, a alternativa correta é:

Gabarito: Letra D

 Não tinha nada à declarar sobre o ocorrido.

 Dirija-se àquele portão, pois este encontra-se interditado.

Para resolver essa questão, precisamos entender o uso correto da crase na Língua Portuguesa. A crase ocorre antes de palavras femininas e consiste na fusão da preposição "a" com o artigo definido feminino "a" ou "as", resultando em "à" ou "às".
 
Analisando as alternativas:
 
Alternativa A: "Não tinha nada à declarar sobre o ocorrido." Está incorreta porque "declarar" é um verbo no infinitivo. A crase não é usada antes de verbos. A frase correta seria "Não tinha nada a declarar sobre o ocorrido."
 
Alternativa B: "Chegarei daqui à dez minutos." Está incorreta. A crase não é utilizada antes de palavras masculinas como "dez minutos". A frase correta seria "Chegarei daqui a dez minutos."
 
Alternativa C: "Dirija-se àquele portão, pois este encontra-se interditado." Está correta. A crase é utilizada antes de pronomes demonstrativos femininos (àquela, àquelas, àquele, àqueles quando equivalente a àquela), o que é o caso aqui.
 
Alternativa D: "Você vai sair à esta hora?" Está incorreta. A crase não deve ser usada antes de palavras femininas que iniciam com pronome demonstrativo "esta". O correto seria "Você vai sair a esta hora?".
 
Portanto, a alternativa correta é C, pois aplica corretamente o uso da crase diante de um pronome demonstrativo feminino.
Gabarito: Letra C

Para resolver a questão sobre o uso da crase, precisamos analisar cada lacuna do trecho citado para verificar se é apropriado ou não o uso da crase.

1. Primeira lacuna: "não é dado __ contemplação destes fenômenos mentais"
 - A preposição "a" é necessária após o verbo "dado", que exige a preposição "a" ao se referir a algo que alguém tenha inclinação ou predisposição;
 - O termo "contemplação" é feminino e determinado pela expressão "destes fenômenos mentais", tornando o uso do artigo definido "a" necessário;
 - Juntando a preposição "a" (do verbo "dado") e o artigo "a" (antes de "contemplação"), temos o uso da crase: à.

 

2. Segunda lacuna: "vá direto __ narração"
 - Novamente, a preposição "a" é usada para dirigir-se "a" algo no sentido figurado;
 - "Narração" é feminino, porém não acompanha artigo neste contexto específico; assim, a crase não ocorre, mantendo somente a preposição "a".

 

3. Terceira lacuna: "durante uns vinte __ trinta minutos"
 - "Durante" é uma preposição que será seguida de "trinta minutos". Como se refere a uma quantidade não específica e o uso de artigo é inapropriado, não se utiliza a crase, conservando somente a preposição "a".

 

Assim, preenchendo as lacunas com as análises feitas, obtemos:
- Primeira lacuna: à;
- Segunda lacuna: a;
- Terceira lacuna: a.

 

Comparando com as alternativas dadas:

A ) à/ à/ a 
B ) a/ a/ a 
C ) à/ à/ à 
D ) a/ a/ à

A alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas é:
Gabarito: Letra A

Questões de Instituto Nosso Rumo - Português - Uso da crase