Nesta questão, o candidato deve identificar a alternativa em que as palavras são acentuadas pela mesma razão, isto é, que aplicam a mesma regra de acentuação gráfica. A alternativa correta é a letra C, que reúne “camelôs” e “ligará”.

Análise da Alternativa C:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>camelôs: Trata-se do plural da palavra “camelô”. A forma “camelô” é uma oxítona (a sílaba tônica é a última) e, de acordo com a regra de acentuação das oxítonas, acentuam-se aquelas terminadas em “a(s)”, “e(s)”, “o(s)”, “em” e “ens”. Assim, no plural “camelôs”, o acento agudo é mantido para sinalizar a tonicidade na última sílaba.</li>
 <li>ligará: Este é o verbo “ligar” conjugado no futuro do presente, na 3ª pessoa do singular. A forma “ligará” também é oxítona, pois a sílaba tônica recai na última sílaba – “rá”. Pela mesma regra das oxítonas, palavras terminadas em “a(s)”, “e(s)”, “o(s)” recebem acento, o que justifica o acento agudo em “rá”.</li>
</ul>

Ambas as palavras, “camelôs” e “ligará”, são acentuadas porque são oxítonas e terminam em vogal (ou vogais, no caso do plural “camelôs”), o que exige o acento gráfico para indicar a posição do acento tônico. Estas situações aplicam exatamente a mesma regra, diferentemente das demais alternativas, em que cada palavra é acentuada por razões distintas (seja em razão de hiato, diferenciação de timbre, ou irregularidade histórica).

Para exemplificar, observe que, em “até” e “caí” da alternativa A, o acento em “caí” ocorre em função da necessidade de marcar o hiato, enquanto “até” é acentuado por outra razão (oxítona terminada em “e”). Assim, nessa alternativa, a acentuação não se dá pela mesma regra em ambas as palavras, o que inviabiliza sua correta escolha.

Portanto, a alternativa C reúne termos acentuados seguindo idêntica justificativa: ambos são oxítonos com terminação (em “o(s)” ou “a(s)”) que, conforme a norma, demandam o uso do acento gráfico.

Gabarito: Letra C

Flanando outro dia pela avenida Rio Branco, vi-me sem querer numa galeria formada por camelôs na cidade do Rio de Janeiro. E, como estava ali, caí na tentação de procurar um objeto: uma lanterninha, daquelas micro, de plástico, a pilha. O camelô me mostrou uma pequena peça, que acoplou a seu celular, e produziu um jatinho de luz. Agradeci e respondi que não me servia – “Não uso celular”, expliquei.

O camelô se escandalizou: “Não usa celular???”, perguntou, com vários pontos de interrogação e num volume que o fez ser ouvido por todo mundo em volta. A frase se espalhou pelos demais camelôs e, em segundos, à medida que eu passava pelo corredor humano, podia sentir os dedos apontados para mim e a frase: “Não usa celular!!!”. Para eles, eu devia equivaler a alguém que ainda não tinha aderido ao banho quente ou à luz elétrica. Acho até que um camelô me fotografou, talvez para mostrar a algum amigo incrédulo – como pode haver, em 2017, quem não use celular? 

Consciente de ser um anacronismo ambulante, confesso-me esta pessoa e me atrevo a dizer que o celular nunca me fez falta – e continua não fazendo. Para me comunicar, vivo hoje mais ou menos como em 1990, quando o treco ainda não existia e nem se pensava no assunto.

Ninguém deixa de falar comigo por falta de telefone. Se estou em casa, atendo àquele aparelho que hoje chamam, com desprezo, de “fixo”. Se tiver de sair, faço as ligações de que preciso e vou alegremente para a rua. Se eu estiver fora e alguém me telefonar, paciência – se for importante, ligará de novo.

Por que não uso celular? Porque, com suas 1001 utilidades, tipo Bombril, ele é capaz de me escravizar. O único jeito é manter-me à distância – até o dia em que, com ou sem ele, provavelmente ficarei inviável de vez.


Análise Geral da Questão:

A questão apresentada analisa o conhecimento acerca das regras de acentuação gráfica, abordando a classificação dos vocábulos quanto à sua tonicidade e os motivos que levam à acentuação. Nela são destacados dois grupos de palavras: as que estão em negrito e as que estão sublinhadas. Para responder corretamente, é necessário identificar se são paroxítonas, oxítonas ou proparoxítonas e, a partir disso, justificar os acentos empregados de acordo com as regras da língua.

Análise das Assertivas:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>1ª assertiva: "As palavras em negrito são paroxítonas e são acentuadas, com acento agudo ou circunflexo, porque terminam em ditongo oral átono." – De fato, os termos em negrito (como “denúncias”, “precárias”, “Ministério”, “urgência”, “empregatício” e “regulatório”) são paroxítonos. A justificativa, no entanto, baseia-se na regra das palavras paroxítonas que recebem acento quando terminam em certas terminações, dentre as quais podem constar os ditongos orais átonos. Apesar de parte da explicação não corresponder integralmente à realidade de cada palavra, a assertiva apresenta, de forma geral, a ideia correta. Logo, essa assertiva é VERDADEIRA.</li>
 
 <li>2ª assertiva: "As palavras sublinhadas são paroxítonas e são acentuadas porque terminam em 'a' ou 'o', seguidas ou não de plural." – Observando os termos sublinhados (“próximos”, “Público”, “vínculo” e “específica”), percebe-se que, embora sejam acentuadas, sua acentuação não decorre simplesmente de terminarem em “a” ou “o”. A justificativa correta para sua acentuação é que elas são, na verdade, palavras proparoxítonas, as quais sempre recebem acento. Dessa forma, o motivo apresentado na assertiva não corresponde à regra aplicável. Assim, essa assertiva é FALSA.</li>
 
 <li>3ª assertiva: "As palavras sublinhadas são proparoxítonas, logo todas são acentuadas, indicando como sílaba tônica a antepenúltima sílaba." – Com efeito, as palavras “próximos”, “Público”, “vínculo” e “específica” têm a tonicidade na antepenúltima sílaba, caracterizando-as como proparoxítonas, e todas as proparoxítonas são acentuadas. Assim, essa assertiva está correta, sendo VERDADEIRA.</li>
 
 <li>4ª assertiva: "As palavras em negrito são oxítonas e todas as oxítonas são acentuadas, independente da terminação." – Essa assertiva incorre em erro, pois as palavras em negrito já foram identificadas como paroxítonas, não oxítonas. Ademais, não é regra que todas as oxítonas sejam acentuadas, haja vista que somente aquelas terminadas em “a(s)”, “e(s)”, “o(s)”, “em” ou “ens” são acentuadas. Portanto, essa assertiva é FALSA.</li>
</ul>

Alternativa Correta:

A correta sequência de valores para as assertivas é: V (primeira), F (segunda), V (terceira) e F (quarta). Dessa forma, a alternativa correta é a letra D.

Gabarito: Letra D

<center>O papel da tecnologia é crucial na reprodução das desigualdades sociais</center> 
Erik Chiconelli Gomes - 9 de dezembro de 2024 

O cenário que se desenha para 2025 apresenta desafios substanciais para a classe trabalhadora, exigindo uma análise que transcenda a mera descrição das transformações tecnológicas e produtivas em curso. A complexidade das relações trabalhistas contemporâneas demanda uma reflexão que articule diferentes dimensões: jurídica, sociológica, econômica e política. O momento atual caracteriza-se por uma profunda reestruturação do mundo do trabalho, com a emergência de novas formas de organização produtiva que, sob o véu da modernização e da flexibilidade, frequentemente mascaram processos de precarização e intensificação da exploração laboral. Como adverte Jorge Luiz Souto Maior, "o maior desafio do direito do trabalho na atualidade é exatamente o de não permitir que a facilidade com que o capital ultrapassa fronteiras prejudique a eficácia da própria ordem jurídica trabalhista" [...].

A uberização das relações de trabalho emerge como um dos fenômenos mais significativos e desafiadores deste período. Muito além de uma simples modernização mediada por tecnologia, representa uma profunda reestruturação do modo como o trabalho é organizado, controlado e remunerado na sociedade contemporânea.
Os dados do IPEA (2023) indicam que aproximadamente 25% da força de trabalho brasileira já está inserida em alguma modalidade de trabalho por plataforma, número que tende a crescer significativamente até 2025. Esta realidade demanda não apenas marcos regulatórios adequados, mas de uma completa reformulação do modo como compreendemos e protegemos o trabalho humano em uma era de crescente intermediação algorítmica das relações laborais.

A proliferação de contratos atípicos e a fragmentação dos vínculos empregatícios representam uma tendência crescente, criando um cenário de instabilidade e insegurança para os trabalhadores. Essa realidade se manifesta em múltiplas dimensões: na descontinuidade dos rendimentos, na imprevisibilidade da jornada, na ausência de proteção social e na dificuldade de organização coletiva. A questão transcende o debate jurídico sobre a natureza dos vínculos e alcança o próprio núcleo da proteção social do trabalho no capitalismo contemporâneo. Como destaca Gabriela Neves Delgado, "a fragmentação dos vínculos empregatícios não pode significar a precarização dos direitos fundamentais do trabalho" [...], uma preocupação que se torna ainda mais aguda quando observamos os indicadores socioeconômicos atuais.

O quadro socioeconômico projetado para 2025 é particularmente preocupante quando analisamos os dados estruturais do mercado de trabalho brasileiro. A persistência de altas taxas de informalidade, que, segundo a PNAD Contínua do IBGE (2023), atinge 38,8% da população ocupada, revela não apenas um déficit de trabalho decente, mas uma característica estrutural do capitalismo periférico, que tende a se agravar com as transformações em curso. Essa realidade se conecta diretamente com a crescente desigualdade social e a concentração de renda, criando um ciclo vicioso de precarização que afeta principalmente os segmentos mais vulneráveis da classe trabalhadora. [...] 

A questão da saúde mental no trabalho emerge como um dos principais desafios contemporâneos, agravada pelas transformações nas formas de organização. O aumento de 25% nos problemas de saúde mental relacionados ao emprego nos últimos dois anos, segundo a OMS (2023), revela uma dimensão frequentemente negligenciada da precarização laboral. O adoecimento mental aparece como sintoma de um modo de produção que intensifica a exploração através de mecanismos cada vez mais sofisticados de controle e gestão do trabalho.

O movimento sindical enfrenta o desafio de se reinventar diante de uma classe trabalhadora cada vez mais fragmentada e dispersa. A pulverização dos locais de trabalho, a individualização das relações laborais e o enfraquecimento dos vínculos de solidariedade de classe exigem novas estratégias de organização e luta. Como argumenta Sayonara Grillo, "a representação coletiva dos trabalhadores deve se reinventar para enfrentar a dispersão e fragmentação da classe trabalhadora" [...], um desafio que se torna ainda mais complexo no contexto das plataformas digitais.[...] 

As plataformas digitais de trabalho representam um campo de batalha fundamental para os direitos trabalhistas nos próximos anos. O aumento de 45% nas denúncias envolvendo condições precárias de trabalho em plataformas, registrado pelo Ministério Público do Trabalho (2023), evidencia a urgência de uma regulação específica que garanta proteção social efetiva para esses trabalhadores. A questão central não é apenas o reconhecimento do vínculo empregatício, mas a construção de um novo marco regulatório que dê conta das especificidades dessa forma de organização do trabalho.

A internacionalização do trabalho por meio das plataformas digitais representa uma nova fase do capitalismo global, onde as fronteiras nacionais se tornam cada vez mais porosas para o capital, enquanto os trabalhadores permanecem limitados por regulações territoriais fragmentadas. Este processo histórico não é novo − desde a Revolução Industrial, observamos movimentos de internacionalização do capital que desafiam as regulações trabalhistas nacionais. Contudo, a especificidade do momento atual reside na velocidade e na profundidade com que essas transformações ocorrem, bem como na sofisticação dos mecanismos de controle e exploração do trabalho. A construção de uma regulação internacional do trabalho, que já foi um sonho dos primeiros internacionalistas operários, torna-se agora uma necessidade concreta para enfrentar um capital que não conhece fronteiras. [...]

“A jurisprudência do TJ/PR estabelece que o dano moral deve ser indenizado quando [...]” (5º§)

“A doutrina de Sílvio de Salvo Venosa foi usada para reforçar que o dano moral causa [...]” (9º§)

“Na fundamentação da sentença, o Juiz ressaltou que o dano moral deve cumprir um papel punitivo e desestimulador.” (6º§)

“[...] já que se desconfia que, se fosse o contrário (aparência de rico, bem-vestido e branco), possivelmente isso jamais teria ocorrido.” (4º§)

“O magistrado também recorreu à lição de José de Aguiar Dias, para quem o dano moral ‘consiste na penosa sensação da ofensa , [...]’” (7º§)

Nesta questão, é solicitado que o candidato identifique em um dos excertos um exemplo de vocábulo que, não acentuado na sua forma original, passa a apresentar acento gráfico quando ocorre mudança em sua apresentação, como na transformação do singular para o plural (ou vice-versa). Um exemplo clássico desse fenômeno é o da palavra “papel”. No singular, “papel” não recebe acento, enquanto que, no plural, tem-se “papéis”. Essa mudança decorre da alteração na tonicidade e na estrutura silábica da palavra, exigindo, conforme a regra ortográfica, a inserção do acento para preservar a pronúncia correta.

Analisando as alternativas:
<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Alternativa A: “A jurisprudência do TJ/PR estabelece que o dano moral deve ser indenizado quando [...]” – Não apresenta nenhum vocábulo que ilustre o fenômeno de acentuação decorrente da variação de número.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa B: “A doutrina de Sílvio de Salvo Venosa foi usada para reforçar que o dano moral causa [...]” – Tampouco contém qualquer exemplificação de alteração na acentuação gráfica motivada pela mudança do singular para o plural.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa C: “Na fundamentação da sentença, o Juiz ressaltou que o dano moral deve cumprir um papel punitivo e desestimulador.” – Aqui, o termo “papel” é o elemento que exemplifica perfeitamente a situação descrita. Em sua forma singular “papel”, não leva acento; contudo, ao ser pluralizado, passa a ser “papéis”, ou seja, adquire acento gráfico para indicar a alteração na tonicidade. Esse exemplo reflete exatamente o processo mencionado no enunciado.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa D: “[...] já que se desconfia que, se fosse o contrário (aparência de rico, bem-vestido e branco), possivelmente isso jamais teria ocorrido.” – Embora contenha termos como “contrário” e “bem-vestido”, nada evidencia o fenômeno de alteração da acentuação pela variação de número.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa E: “O magistrado também recorreu à lição de José de Aguiar Dias, para quem o dano moral ‘consiste na penosa sensação da ofensa, [...]’” – O termo “sensação” já é acentuado na forma singular e mantém sua acentuação no plural (“sensações”), não caracterizando, assim, a mudança prevista.</li>
</ul>

Alternativa Correta:
A alternativa C é a correta por conter o termo “papel”, que ilustra com clareza o fenômeno onde a palavra, originalmente não acentuada no singular, adquire um acento gráfico quando passa para o plural (“papéis”), conforme as regras de acentuação do português.

Gabarito: Letra C

Juiz destacou a importância da dignidade e honra do indivíduo, considerando a abordagem discriminatória da fiscal do estabelecimento.

 O Juiz de Marialva, Devanir Cestari, da vara cível do Foro Regional de Marialva/PR, condenou um supermercado a pagar R$ 15 mil de indenização por danos morais a um jovem abordado injustamente por uma fiscal de ter roubado chinelos do local.
 O incidente ocorreu quando o jovem, acompanhado de amigos após uma partida de futebol, estava pagando suas compras no caixa. A fiscal o questionou se os chinelos que usava tinham sido furtados da prateleira, considerando que ele carregava as chuteiras debaixo do braço.
 O calçado havia sido comprado pela mãe do rapaz poucos dias antes.
 Segundo o magistrado, “a abordagem de qualquer cliente somente se justifica se houver fundadas suspeitas de alguma ilegalidade, o que absolutamente não ocorreu porque nem mesmo havia mero indício de furto, à exceção da predileção de se abordar, sem maiores cautelas e critérios, jovem de cor escura e pobre, já que se desconfia que, se fosse o contrário (aparência de rico, bem-vestido e branco), possivelmente isso jamais teria ocorrido”.
 A jurisprudência do TJ/PR estabelece que o dano moral deve ser indenizado quando o exercício de um direito é exacerbado e afeta a dignidade do ofendido.
 Na fundamentação da sentença, o Juiz ressaltou que o dano moral deve cumprir um papel punitivo e desestimulador.
 O magistrado também recorreu à lição de José de Aguiar Dias, para quem o dano moral “consiste na penosa sensação da ofensa, na humilhação perante terceiros, na dor sofrida, enfim, nos efeitos puramente psíquicos e sensoriais experimentados pela vítima do dano”.
 Complementando, citou Antônio Jeová Santos, que aponta que o “dano é um mal, um desvalor ou contravalor, algo que se padece com dor, posto que nos diminui e reduz; tira de nós algo que era nosso”.
 A doutrina de Sílvio de Salvo Venosa foi usada para reforçar que o dano moral causa “um distúrbio anormal na vida do indivíduo; uma inconveniência de comportamento”.
 Sérgio Cavalieri também foi mencionado, definindo o dano moral como “a dor, vexame, sofrimento ou humilhação que, fugindo à normalidade, interfira intensamente no comportamento psicológico do indivíduo”.
 O Juiz concluiu que a decisão se baseia na necessidade de proteger a honra e a dignidade humana, especialmente em situações de consumo e considerando questões sociais e étnicas.

Analisando a questão, observa-se que o enunciado nos aponta para a justificativa de acentuação gráfica, a qual deve ser corretamente aplicada aos termos em que a regra exige a marcação gráfica para se indicar a tonicidade. Em nosso contexto, trata-se de identificar o grupo de palavras em que todas recebem acento por apresentarem a característica de serem proparoxítonas – ou seja, aquelas cuja sílaba tônica é a antepenúltima, e segundo a norma, todas as palavras proparoxítonas devem ser acentuadas.

Vejamos a análise das alternativas:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Alternativa A: "é, já, vítima". Acentuadas “é” e “já” destacam-se por serem monossílabos tônicos que, por força de regra ou por serem vocábulos de origem irregular, recebem acento. No entanto, “vítima” é uma palavra paroxítona e, conforme as regras gerais, não necessita acento. Assim, o grupo não possui uma justificativa uniforme.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa B: "contrário, é, também". Embora “contrário” e “também” recebam acento, “é” trata-se de um monossílabo cuja acentuação não se relaciona ao mesmo fenômeno de tonicidade que os demais termos. Portanto, os elementos não se enquadram em uma mesma regra acentuacional.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa C: "indício, cível, aparência". Aqui, “indício” é acentuado por ser proparoxítona e “cível” recebe acento por razão específica de sua forma derivada. Entretanto, “aparência” é paroxítona e, apesar de sua acentuação ocorrer por regras próprias, o grupo não se justifica de forma idêntica em termos de acentuação gráfica.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa D: "critérios, indivíduo, distúrbio". Cada uma dessas palavras é acentuada por pertencer ao grupo das palavras proparoxítonas. Segundo a normativa da Língua Portuguesa, todas as palavras cuja sílaba tônica é a antepenúltima (proparoxítonas) devem receber acento gráfico. Assim, independentemente das particularidades morfológicas de cada vocábulo, essa regra se aplica de maneira uniforme a todas elas.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa E: "após, inconveniência, também". Embora “após” e “também” possuam acentos que decorrem de regras específicas (monossílabos tônicos e palavras oxítonas, respectivamente), “inconveniência” é acentuada por ser paroxítona com terminação que exige o acento. Por conta da heterogeneidade dos fundamentos de acentuação, o conjunto não homogeniza a justificativa apresentada na questão.</li>
</ul>

Alternativa Correta:

Na alternativa D, os termos “critérios, indivíduo, distúrbio” possuem em comum o fato de serem proparoxítonos – ou seja, a sílaba tônica se situa na antepenúltima posição. De acordo com as regras de acentuação da Língua Portuguesa, todas as palavras proparoxítonas devem ser acentuadas, não havendo exceções nessa categoria. Assim, a justificativa que embasa a aplicação do acento gráfico é a mesma entre todos os termos apresentados, configurando um grupo unificado que segue a norma gramatical vigente.

Gabarito: Letra D

A questão apresentada aborda a acentuação gráfica em relação às palavras proparoxítonas. Conforme as regras do português, as palavras proparoxítonas são aquelas cuja sílaba tônica é a antepenúltima, e todas elas são acentuadas graficamente. Dessa forma, para responder à questão é necessário identificar em cada alternativa se a palavra possui a tonicidade na antepenúltima sílaba e, consequentemente, se aplica a regra de acentuação das proparoxítonas.

Analisando as alternativas:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>A) Canadá: A palavra "Canadá" tem a tonicidade na última sílaba, sendo, portanto, uma palavra oxítona. Por essa razão, não se aplica a regra de acentuação das proparoxítonas.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">B) órbita: Nesta alternativa, a palavra "órbita" é acentuada justamente porque é proparoxítona. O acento gráfico indica que a tonicidade recai na antepenúltima sílaba, cumprindo a regra que determina a acentuação de todas as proparoxítonas.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">C) visível: A palavra "visível" possui a tonicidade na penúltima sílaba, o que a caracteriza como uma palavra paroxítona. Assim, sua acentuação não se relaciona com a regra das proparoxítonas.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">D) país: "País" é uma palavra oxítona e possui acento gráfico para diferenciar seu som, mas não está relacionada à regra de acentuação das proparoxítonas.</li>
</ul>

A alternativa correta é a letra B, pois "órbita" é uma palavra proparoxítona e, segundo as normas da acentuação gráfica, toda palavra proparoxítona deve receber acento, para indicar que a sílaba tônica é a antepenúltima. O acento agudo em "órbita" ilustra perfeitamente essa regra, diferenciando-a dos demais tipos de tonicidade apresentados nas outras alternativas.

Além disso, ao estudarmos a acentuação, é fundamental lembrar que a observância das regras relacionadas à tonicidade (oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas) facilita a identificação rápida do acento gráfico, contribuindo para uma escrita correta e coerente conforme o Acordo Ortográfico de 1990.

Alternativa Correta:
A palavra "órbita" é acentuada por se tratar de uma proparoxítona, sendo a única alternativa que se enquadra nessa classificação.

Gabarito: Letra B

Existem lugares na Terra nos quais o Sol pode brilhar por 24 horas, sem cessar. Este fenômeno ganha o nome de sol da meia-noite, como explica um artigo dedicado ao tema da Encyclopedia Britannica (plataforma de conhecimento e educação do Reino Unido), e se dá tanto no Hemisfério Norte como no Sul, mas em lugares bem determinados.
 “O sol da meia-noite é visto no Ártico ou na Antártida, onde a inclinação do eixo da Terra, em relação ao plano de sua órbita, produz pelo menos um período de 24 horas de luz do dia e um de noite, em cada ano”, explica a Britannica. Neste caso, o sol segue brilhando mesmo quando chega a meia-noite no horário local.
 Já um artigo governamental do estado norte-americano de Illinois (um dos mais geograficamente ao norte dos Estados Unidos) detalha que esse acontecimento natural ocorre nos meses de verão e em locais do Círculo Polar Ártico e do Círculo Polar Antártico, não exclusivamente nos polos.
 O fenômeno oposto, por sua vez, é a noite polar e ocorre durante o inverno em cada hemisfério, “quando o Sol permanece abaixo do horizonte durante todo o dia”, continua o texto estadunidense.
 Nos polos, o efeito da inclinação do eixo tem, teoricamente, seis meses de duração e é visto nas latitudes mais baixas gerando o prolongamento das horas de luz do dia no verão e seu encurtamento no inverno, explica o texto governamental.
 “Quando o sol da meia-noite é visto no Ártico, o Sol parece se mover da esquerda para a direita, mas na Antártica o movimento aparente equivalente é da direita para a esquerda.
Isso ocorre em latitudes de 65°44' a 90° ao norte ou ao sul, e não para exatamente no Círculo Polar Ártico ou no Círculo Polar Antártico, devido à refração”, explica.
 “Como não há assentamentos humanos permanentes ao sul do Círculo Polar Antártico, com exceção das estações de pesquisa, os países e territórios cujas populações experimentam o sol da meia-noite se limitam àqueles atravessados pelos círculos polares”, diz o artigo governamental.
 Segundo a fonte, esses locais são: os territórios de Yukon, Nunavut e partes do noroeste do Canadá; países como Islândia, Finlândia, Noruega, Suécia e o território da Groenlândia; além da Rússia e do estado do Alasca, nos Estados Unidos, reforça a fonte.
 “A maior cidade do mundo ao norte do Círculo Polar Ártico, Murmansk (na Rússia), recebe o sol da meia-noite de 22 de maio a 22 de julho (62 dias)”, conta o site governamental.
 Ainda como curiosidade, vale ressaltar que um quarto do território da Finlândia está ao norte do Círculo Polar Ártico e, por isso mesmo, em seu ponto mais ao norte no país “o Sol não se põe por 72 dias seguidos durante o verão”, continua a fonte.
 Já em Svalbard, na Noruega, a região habitada mais ao norte da Europa, não há pôr do sol aproximadamente de 19 de abril a 23 de agosto. “Os locais extremos são os polos, onde o Sol pode estar continuamente visível durante metade do ano. O Polo Norte tem sol à meia-noite durante seis meses, do final de março ao final de setembro, por exemplo”, afirma a mesma fonte.

Questões de Português - Acentuação gráfica