 Há duas palavras que abrem muitas portas: Puxe e Empurre;

 Quem pede a palavra nem sempre a devolve em condições;

 Dizem que o silêncio vale ouro. Por isso ele é tão raro;

 A única pessoa que escuta os dois lados da discussão é o sujeito do apartamento vizinho.

Para resolver essa questão, precisamos entender o princípio da linguagem unívoca, que é mencionado no Texto 1 ao contrastar a linguagem científica com a literária. A linguagem unívoca é aquela que apresenta um significado direto, preciso, sem ambiguidades ou duplo sentido. 
 
Vamos analisar cada uma das alternativas sob essa perspectiva: 
 
<ul> 
<li>A) "Há duas palavras que abrem muitas portas: Puxe e Empurre" - Esta frase possui um jogo de palavras que é baseado na ambiguidade entre o sentido literal (instruções para abrir porta) e um sentido figurado (palavras que podem abrir "portas" em sentido metafórico).</li> 
<li>B) "Quem não se comunica se trumbica" - Aqui, a frase, cunhada pelo apresentador de TV brasileiro Chacrinha, transmite uma mensagem clara e direta: a falha na comunicação leva a resultados negativos. Não há ambiguidade no uso das palavras.</li> 
<li>C) "Quem pede a palavra nem sempre a devolve em condições" - A frase tem um potencial duplo sentido, podendo referir-se tanto ao ato real de devolver algo intocado quanto ao ato de manter a coerência ou dignidade em uma discussão.</li> 
<li>D) "Dizem que o silêncio vale ouro. Por isso ele é tão raro" - Esta também apresenta duplo sentido, pois pode ser interpretada literalmente ou em um contexto mais profundo e abstrato sobre o valor da quietude.</li> 
<li>E) "A única pessoa que escuta os dois lados da discussão é o sujeito do apartamento vizinho" - Ela brinca com a ideia de ouvir literalmente e escutar no sentido de entender ou arbitrar, criando duplo sentido.</li> 
</ul> 
 
Portanto, a opção "B" é a única que apresenta uma linguagem unívoca, conforme destacado no texto de Machado de Assis, uma vez que transmite uma idéia de forma direta e precisa, sem ambiguidades. Ela alinha-se diretamente com a descrição da linguagem científica apontada no texto, onde cada termo tem seu significado específico e único, essencial para a comunicação clara e sem confusões. 
 
A alternativa correta é a letra B.

    Vejamos, agora, o que nos diz Machado de Assis sobre a autópsia: “Li um termo de autópsia. Nunca deixo de ler esses documentos, não para aprender anatomia, mas para verificar ainda uma vez como a língua científica é diferente da literária. Nesta, a imaginação vai levando as palavras belas e brilhantes, faz imagens sobre imagens, adjetiva tudo, usa e abusa de reticências, se o autor gosta delas. Naquela, tudo é seco, exato e preciso. O hábito externo é externo, o interno é interno; cada fenômeno, cada osso, é designado por um vocábulo único. A cavidade torácica, a cavidade abdominal, a hipóstase cadavérica, a tetania, cada um desses lugares e fenômenos não pode receber duas apelações, sob pena de não ser ciência.” 


 a falta de vírgula após o termo “Pedro”;

 a redundância na expressão “médico legista”;

 a ambiguidade no emprego do possessivo “sua”;

 a ausência de “no” antes da expressão “dos outros”;

 o emprego errado de “desta” por “dessa”.

Ah, derrapamos na curva da ambiguidade aqui, hein? Vamos lá, decifrar esse bafafá. A questão se destaca pela sutileza do erro apresentado na construção da frase, então vamos não apenas dar atenção à resposta correta, mas também aprender com as outras alternativas, que estão de boa só na visão. 
 
Na frase "O médico legista João, responsável pela autópsia no corpo do empresário Pedro e dos outros membros da sua equipe, que morreram em um acidente de avião na tarde desta sexta-feira", a ambiguidade está em todo lugar, mas principalmente na palavra “sua”, que nos faz perguntar: "Ei, de quem estamos falando aqui?". O possessivo “sua” pode se referir tanto ao médico legista quanto ao empresário Pedro, deixando a que ponto termina a ligação entre Pedro e sua equipe extremamente incerta. Rolou uma confusão geral na galera aqui! 
 
Vamos aos descartes: 
<ul> 
<li style="text-align: left; margin-bottom: 10px;">Falta de vírgula após “Pedro”: A vírgula adicional não é necessária nesse contexto já que segue corretamente para um complemento da descrição do empresário.</li> 
<li style="text-align: left; margin-bottom: 10px;">Redundância na expressão “médico legista”: Não é redundante porque "médico" e "legista" têm conotações complementares; não é como falar "subir para cima".</li> 
<li style="text-align: left; margin-bottom: 10px;">Ausência de “no” antes de “dos outros”: A frase está correta sem adicionar "no", mantendo a fluidez.</li> 
<li style="text-align: left; margin-bottom: 10px;">Emprego errado de “desta”: "Desta" é a forma correta de se referir a "esta sexta-feira", assumindo que o texto foi escrito ou é narrado na semana em questão.</li> 
</ul> 
 
Portanto, a confusão instaurada pelo possessivo implica diretamente na clareza do texto, arrancando do leitor uma compreensão límpida dos fatos. Por isso, a alternativa correta é C.

    O médico legista João, responsável pela autópsia no corpo do empresário Pedro e dos outros membros da sua equipe, que morreram em um acidente de avião na tarde desta sexta-feira, falou sobre o exame preliminar dos corpos.
    Embora o resultado final da autópsia – que irá determinar a causa das mortes – só será divulgado nos próximos vinte dias, depois do resultado dos exames de sangue, urina e vísceras, o legista esclareceu que todas as vítimas tiveram politraumatismo, ou seja, vários traumas no corpo, o que tornou impossível a sobrevivência de qualquer membro da equipe.
    “A gravidade das lesões não permitiria a pessoa sobreviver.
Foram muitas lesões letais em todos eles”, disse o médico, esclarecendo que eles morreram de forma quase instantânea.


 Fazer exercícios matutinos já melhoram as condições físicas.

 Meninos da turma desprezam menos leituras de quadrinhos.

 A História esclarece somente fatos passados.

 Vou passear também curtindo a paisagem.

 Na estrada vi mansões e gente de alto padrão.

Comentário: ambiguidade = duplo sentido. Em "a" - Errado: o termo "já" carrega a dupla interpretação, deixando o leitor em dúvida se ele quer dizer que os exercícios melhoram "instantaneamente" ou "ainda que pouco, obtém-se algum resultado".Em "b" - Errado: a ambiguidade está no temor "menos": Desprezam "menos (em quantidade)" ou "exceto"?Em "c" - Certo: não há margem para duplo sentido na frase.Em "d" - Errado: neste caso, a palavra "também" é muito mais redundante do que ambígua, afinal, uma pessoa que está passeando, automaticamente está curtindo a paisagem. Em "e" - Errado: "Da estrada" é uma coisa. "Na estrada" é outra. As mansões e as pessoas estavam "no meio da estrada"? "mansões" já remetem a gente de alto padrão. "Alto padrão" estatural ou social? Resposta: Letra C.

 Foram à loja e escolheram um carro rápido; 

 O pai disse ao menino que podia decidir o que quisesse; 

 Não os aceitaram no clube pelos preconceitos; 

 Os meninos escolheram brinquedos que eram muito divertidos; 

 O síndico encontrou-se com o porteiro para diminuir a sua preocupação.

Em "a": Errado – O carro é rápido ou escolheram um carro rapidamente? Em "b": Errado – Quem podia decidir o que quisesse? O pai ou o menino? Em "c": Errado – Eles sofreram preconceitos ou praticaram preconceitos? Em "d": Certo – Os brinquedos eram divertidos; portanto, não há a presença de ambiguidades na frase. Em "e": Errado – A preocupação era de quem? Do síndico ou do porteiro? Resposta: Letra D.

Questões de Português - Ambiguidade - Médio - Múltipla escolha