 Caso algumas alunas do colégios se insurjam contra a pedagogia adotada, teriam sido advertidas ou expulsas.

 Não fossem úteis para a vida das mulheres os ensinamentos da escola, as alunas haverão de se insurgir contra elas.

 As moças de hoje haverão de achar risíveis os valores da pedagogia conservadora que se impunha às alunas daquela época.

 A expectativa que as moças de hoje têm em relação ao seu futuro não teria sido a mesma das que estudavam antigamente.

 É possível que, para uma estudante de hoje, o termo “educadora” não faz sentido, em função dos valores que regessem os hábitos atuais.

De forma simples, a banca deseja saber, em qual das alternativas, os verbos se relacionam em tempo e modo de forma adequada.Sobre elas:a) O primeiro verbo (insurjam) está no Presente do Subjuntivo apesar de indicar uma possibilidade futuro. Sendo assim, em correlação, a forma "insurja" pede Futuro do Presente do Indicativo, o qual não é o caso da construção verbal "teriam sido", pois esta apresenta o Futuro do Pretérito do Indicativo.b) O primeiro verbo (fossem) está no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo. Em correlação, ele pede Futuro do Pretérito do Indicativo, o qual não é o caso do verbo "haverão", já que ele está no Futuro do Presente do Indicativo. c) Correta, pois o verbo está no Futuro do Presente do Indicativo (haverão). Em correlação, ele pede Presente do Subjuntivo. Só voltar às considerações da "A". Você dize: "Mas ele está conjugado no pretérito (impunha)!". É verdade, mas no passado, esse pretérito era presente, uma ação contínua - está com essa ideia. d) O primeiro verbo (têm) está no Presente do Indicativo. Em seguida, duas construções verbais surgem (teria sido e estudavam). Na correlação, levando em consideração o que foi explicado na "C", está-se pedindo Pretérito Imperfeito do Indicativo nos dois casos (era e estudavam) e não o composto (teria sido). e) A construção "é possível que" representa uma oração subordinada no presente e pede Presente do Subjuntivo - faça e não faz. O mesmo procedimento se aplica em "que regessem". Além disso, percebe que "hábitos atuais" dá ao verbo uma ideia de presente. Logo,"regem", representando o Presente do Subjuntivo.

Tia Gracinha, cujo nome ficou no grupo escolar Graça Guardia, de Cachoeiro do Itapemirim, era irmã de minha avó paterna, mas tão mais moça que a tratava de mãe. Tenho do colégio de Tia Gracinha uma recordação em que não sei o que é lembrança mesmo e lembrança de conversa que ouvi menino.

 Lembro-me, sobretudo, do pomar e do jardim do colégio, e imagino ver moças de roupas antigas, cuidando das plantas. O colégio era um internato de moças. Elas não aprendiam datilografia nem taquigrafia, pois o tempo era de pouca máquina e nenhuma pressa. Moças não trabalhavam fora. As famílias de Cachoeiro e de muitas outras cidades do Espírito Santo mandavam suas adolescentes para ali; muitas eram filhas de fazendeiros. Recebiam instrução geral, uma espécie de curso primário reforçado, o mais eram prendas domésticas. Trabalhos caseiros e graças especiais: bordados, jardinagem, francês, piano...

 A carreira de toda moça era casar, e no colégio de Tia Gracinha elas aprendiam boas maneiras. Levavam depois, para as casas de seus pais e seus maridos, uma porção de noções úteis de higiene e de trabalhos domésticos, e muitas finuras que lhes davam certa superioridade sobre os homens de seu tempo. Pequenas etiquetas que elas iam impondo suavemente, e transmitiam às filhas.

 Tudo isto será risível aos olhos das moças de hoje; mas a verdade é que o colégio de Tia Gracinha dava às moças de então a educação de que elas precisavam para viver sua vida. Não apenas o essencial, mas muito mais do que, sendo supérfluo e superior ao ambiente, era por isto mesmo, de certo modo, funcional – pois a função do colégio era uma certa elevação espiritual do meio a que servia. Tia Gracinha era o que bem se podia chamar uma educadora.
(Abril, 1979)

aplicativos: 11 letras - 5 fonemas - substantivo.

tranquila: 9 letras - 8 fonemas - adjetivo.

 volante: 7 letras - 7 fonemas - substantivo.

Opa! Vamos dar uma olhada nessa questão de morfologia com um toque de análise fonética. Já que estamos falando de morfologia, a ideia é entender a estrutura das palavras, classificando-as em suas categorias e subclasses, além de analisar quantos fonemas (sons) têm em comparação com as letras (forma escrita).

 

Cada alternativa nos apresenta uma palavra para analisarmos desta maneira, então vamos destrinchar as opções para garantir que a escolhida seja a correta:

 

<ul>
<li>Alternativa A: "aplicativos": 11 letras e 5 fonemas parece estranho. Foneticamente, "aplicativos" tem mais fonemas do que 5, pois cada vogal e algumas consoantes formam fonemas separados. Portanto, essa análise está equivocada.</li>
<li>Alternativa B: "temos": Esta tem 5 letras. Foneticamente, podemos considerar que "temos" tem 4 fonemas (t-e-m-o-s), considerando que a sequência -os suaviza em um fonema. Entretanto, essa interpretação pode variar, pois "temos" também poderia ser segmentado foneticamente como 5 fonemas. De certo modo, essa decomposição fonética pode ser aceitável, mas deixa um pouco de ambiguidade.</li>
<li>Alternativa C: "tranquila": Essa tem 9 letras e 8 fonemas. Foneticamente, 'tranquila' se segmenta em tra-nqui-la (considerando que o 'qui' normalmente é considerado um dígrafo e o 'l' e 'a' formam fonemas separados). Esta decomposição faz sentido, e a palavra é de fato um adjetivo.</li>
<li>Alternativa D: "volante": 7 letras e 7 fonemas parece também problemático, pois "volante" tem um dígrafo ('an'), o qual deveria reduzir a contagem de fonemas para menos de 7.</li>
</ul>

 

Pela análise, a única que está totalmente correta, tanto na análise fonética quanto morfológica, é a Alternativa C. Dessa forma, a alternativa correta é C.

    Ao deixar decisões com o mundo virtual, afeto minha criatividade.
    De uns tempos para cá, ninguém mais dirige sem Waze.
Mesmo sabendo o caminho, as quebradas, os truques.
Confesso: conheço bastante bem São Paulo e mal sei usar o aplicativo. Não que eu seja contra. Há muitos anos, no Japão, fiquei deslumbrado com a possibilidade de chegar aonde quisesse. O aplicativo também me salvou em uma viagem à Alemanha. Quando o Waze desembarcou aqui, achei ótimo. Mas aí estava com um amigo, indo para minha casa. Um caminho conhecidíssimo ele botou o Waze.
    - E melhor - respondeu ele, com expressão de esfinge.
    Fomos. O trajeto congestionado. Propus uma rota alternativa. O motorista não gostou. Deu uma guinada à direita.
    -Porquevirou? - 
    -O Waze mandou. Aqui está vazio.
    Estava. Todos os veículos, todos viraram imediatamente na mesma direção, congestionando toda a rua. Óbvio. O aplicativo dissera para fazerem o mesmo. E aí foi: uma sucessão de conversões, desvios, para chegar a novos congestionamentos. Quem vive há muito tempo em uma cidade tem seus truques. O Waze segue a lógica, inclusive de quilometragem.
Mas não dá margem ao jeitinho pessoal, que é, frequentemente, a salvação. Por exemplo, seu eu vou para o Rio de Janeiro, quero pegar a Ayton Sena, que é uma rodovia mais tranquila em termos de caminhões. O Waze sempre indica a Dutra. Quando há outro no volante, começa a briga.
    - Vai pela direita.
    - O Waze está mandando à esquerda.
    - Mas eu prefiro..
    - E melhor. Diz que está vazia.
    - ENTRAÁ DIREITADE UMAVEZ! 
    Mas a questão não é exatamente essa. Motoristas experientes abdicam de todo seu conhecimento. Anos de tráfego para não pensarem um segundo sequer no caminho.
    Não sou maluco por aplicativo. Até hoje não incorporei a Siri à minha vida. Fico satisfeita em teclar. Sim, é uma facilidade.
Temos de viver entre tantas.
    Existe uma tal Alexia, que torna a casa inteligente. Uma companheira. Lê as notícias, toca música, prevê o tempo.
Controla a casa. Pede comida. Até conta piadas. Há também a Siri, já citada aqui, e o Google Home, Aplicativos que cuidam da sua, da minha, da nossa vida.
    Fazem parte de uma mesma tendência. Deixar tarefas e decisões por conta do mundo virtual. Ninguém mais tem de escolher uma música. Basta abrir uma lista do Spotfy, que nem precisa ser sua mesmo, mas de alguém que você admira. É fascinante. Mas sinto que cada vez mais me torno menos criativo. Se eu sigo o caminho do Waze, nunca entrarei por acaso em uma ruazinha diferente e apaixonante. Se me entrego à Alexia, algo do meu estilo e modo de ser estará se transformando.
    Não importa o que eu diga agora, sempre será incrivelmente careta. Os aplicativos estão aí, mais cedo ou mais tarde também me entregarei a eles, e assim o mundo vai. Só me pergunto: cada vez que eu abdicar de uma pequena capacidade de tomar decisões, não estarei abrindo mão de uma partezinha de minha humanidade? 


 uma preposição, um artigo e um pronome.

 um pronome, uma preposição e um pronome.

 uma preposição, uma preposição e um artigo.

E aí, pessoal! Vamos desvendar juntos essa questão de português que caiu na prova sobre um conto de Carlos Drummond de Andrade, trazendo aquela pegada mais leve e descontraída para ajudar a entender melhor. 😏 
 
Na frase do conto: “O espelho recusou-se a responder a Lavínia que ela é a mais bela mulher do Brasil”, temos termos sublinhados que precisamos classificar corretamente. Bora lá: 
 
1. O primeiro "a" é usado aqui antes de infinitivo ("responder"), que é uma característica típica de preposição. Então, classificamos como preposição. 
2. O segundo "a" também está antes de um nome próprio ("Lavínia"). Aqui temos outra preposição, que liga o verbo ao complemento. 
3. O terceiro "a" é um artigo definido, que está antes do adjetivo superlativo "mais" e do substantivo "bela", modificando o substantivo "mulher". 
 
Assim, chegamos à conclusão de que temos duas preposições seguidas de um artigo, coincidindo com a alternativa E: uma preposição, uma preposição e um artigo. Deu pra sacar? As preposições estão conectando elementos da oração, e o artigo definindo claramente a mulher em questão. 
 
alternativa correta é E.

Para responder à esta questão, considere o conto “O perguntar e o responder”, de Carlos Drummond de Andrade.

    O espelho recusou-se a responder a Lavínia que ela é a mais bela mulher do Brasil. Aliás, não respondeu nada. Era um espelho muito silencioso.
    Lavínia retirou-o da parede e colocou outro, que emitia sons ininteligíveis, e foi também substituído.
    O terceiro espelho já fazia uso moderado da palavra, porém não dizia coisa com coisa.
    Um quarto espelho chegou a pronunciar nitidamente esta frase: “Vou pensar”. Ficou pensando a semana inteira, sem chegar à conclusão.
    Lavínia apelou para um quinto espelho, e este, antes que a vaidosa senhora fizesse a interrogação aflita, perguntou-lhe: 
    − Mulher, haverá no Brasil espelho mais belo do que eu? 

Analisando cada uma das afirmativas em relação à oração fornecida: “Tratavam-se de indivíduos macérrimos, entregues à pauperização, submetidos à coerção dos agentes do Estado, na periferia do mundo.” Vamos verificar item por item: I – No excerto há correto uso de ênclise, pois o verbo inicia a oração.<ul><li>Correto. "Tratavam-se" é uma forma correta de ênclise, pois o verbo inicia a oração.</li></ul> II – Em “indivíduos macérrimos” temos um substantivo epiceno e um adjetivo no grau superlativo absoluto sintético, respectivamente.<ul><li>Incorreto. "Macérrimos" é um adjetivo no grau superlativo absoluto sintético, mas "indivíduos" não é um substantivo epiceno, pois não se refere a seres de um só sexo. É um substantivo comum.</li></ul> III – "macérrimo" é o aumentativo de magro.<ul><li>Correto. "Macérrimo" é um adjetivo que significa extremamente magro, e pode ser considerado um aumentativo de "magro".</li></ul> IV – No excerto, falta um acento indicativo de crase.<ul><li>Incorreto. Não há falta de acento indicativo de crase no texto fornecido.</li></ul> V – Em “na periferia do mundo” temos uma preposição de lugar.<ul><li>Incorreto. "Na" não é uma preposição de lugar neste caso específico. A expressão "na periferia do mundo" se refere a uma localização geográfica ou figurativa, não a um lugar físico concreto.</li></ul> Portanto, as alternativas corretas são: (C) Apenas I, III e IV estão corretas. Isso significa que as afirmativas II, IV e V estão incorretas ou não se aplicam ao contexto da oração fornecida.

E aí, beleza? Vamos dar uma olhada nessa questão sobre morfologia e a classificação de substantivos. Bom, o jeito é relacionar cada tipo de substantivo com o exemplo correspondente. Vou explicar um por um pra ficar bem claro:

Substantivo composto: é aquele formado por mais de uma palavra ou por elementos que, ao se combinarem, formam uma nova palavra. Por exemplo, beija-flor se encaixa aqui perfeitamente, pois é formado pelos elementos "beija" e "flor".

 

Substantivo derivado: é aquele que se origina de outra palavra, através de processos de derivação, como prefixação, sufixação, etc. Vidraça é derivado da palavra "vidro", sendo um excelente exemplo para esta categoria.

 

Substantivo coletivo: é um substantivo que, mesmo estando no singular, refere-se a um conjunto de elementos da mesma espécie. Flora, referindo-se ao conjunto de plantas de uma região, se encaixa aqui.

 

Substantivo abstrato: refere-se a um estado, qualidade, ação ou sentimento que não possui existência física, ou seja, algo que não se pode tocar. Vaidade é um substantivo abstrato porque descreve uma qualidade.

 

Portanto, ao juntar tudo, temos: A (2) – Substantivo composto: beija-flor, B (3) – Substantivo derivado: vidraça, C (1) – Substantivo coletivo: flora, D (4) – Substantivo abstrato: vaidade. E isso confirma que a alternativa correta é A.

Questões de Português - Morfologia