Em "a": Certo –&nbsp;Ambas as expressões são sinônimas entre si, dado que compartilham do mesmo significado, qual seja: adversidade/oposição. Em "b": Errado –&nbsp;"Quando", a depender do contexto, pode transmitir uma ideia de tempo e/ou de condição. Portanto, não condiz com a ideia de adversidade advinda da conjunção "mas". Em "c": Errado –&nbsp;"Porque", como sabemos, é um conectivo que introduz uma ideia de explicação. Em "d": Errado –&nbsp;"Desde que" também expressa uma noção de condição. Em "e": Errado –&nbsp;"Portanto" é um conectivo que, de praxe, introduz ideias conclusivas. ﻿Resposta: Letra A.

Em "a": Certo – O pronome pessoal oblíquo átono "o", nesse caso, retoma o vocábulo "quadro". Em "b": Errado – O pronome "lhe", em norma culta, apenas retoma objetos indiretos, ou seja, preposicionados. Perceba, portanto, que não há, nesse contexto, um objeto indireto, por exemplo. Em "c": Errado – O correto seria "abriu-a", pois a caixa foi aberta. Em "d": Errado – O correto, entre outras opções, poderia ser: "vender para ele". Em "e": Errado – O correto seria: "encontrá-lo". Resposta: Letra A.

Então, galera, vamos desbravar essa questão enigmática sobre morfologia e descobrir o sentido todo especial desses prefixos que a banca do Instituto AOCP nos trouxe, beleza? A questão mergulha de cabeça nos prefixos usados com os verbos no texto.

 

A palavra-chave aqui é o prefixo "re", que aparece em "refazer", "reler" e "reavaliar". Essas palavras são fundamentais para entender o funcionamento dos prefixos na formação de novos verbos na nossa língua portuguesa. O prefixo "re-" geralmente indica a ideia de fazer algo de novo, de repetir uma ação. Vamos destrinchar isso:

<ul>
<li>"Refazer": fazer novamente algo que já foi feito antes.</li>
<li>"Reler": ler mais uma vez aquilo que já foi lido.</li>
<li>"Reavaliar": avaliar outra vez algo já avaliado.</li>
</ul>

 

O contexto do texto mostra que a "amigoterapia" propõe um olhar de revisão, de repetir processos pessoais internos com a ajuda de um amigo. Portanto, o uso do prefixo "re-" está totalmente conectado com a ideia de repetição ou de realização de uma ação mais uma vez.

 

Agora, em relação às alternativas:
<ul>
<li>A alternativa (A) "retrocesso", sugere um movimento para trás, o que não condiz com o contexto.</li>
<li>A alternativa (B) "reforço", embora possa parecer tentadora, reflete mais um sentido de intensificação do que de repetição.</li>
<li>A alternativa (D) "reação", descreve uma resposta a algo, que também não se encaixa no uso de "re-" no texto.</li>
</ul>

 

Claramente, a resposta correta é a alternativa (C) "repetição", porque captura exatamente a essência do prefixo "re-" como um repetidor de ações, que está em total sintonia com o uso no texto sobre a "amigoterapia".

 

A alternativa correta é C.

    A amizade é um bálsamo para a alma. Ao lado de um amigo, o peso da nossa existência fica atenuado e a alegria tende a brotar mais facilmente.
    Quando a nossa mente e as nossas emoções nos parecem desconexas, a “amigoterapira” pode nos mostrar o caminho.
Não raro, nesses dias de aflição e de muita pressa, sentimos falta de um amigo. Alguém que esteja disposto a ouvir a nossa alma, a decifrar o nosso semblante, a nos dar aquele “tapa com luva de pelica” necessário ou aquela palavra de ânimo providencial. É por isso que, em casos de alma adoecida, sem embargo das demais terapias, uma amizade tem poder curador.
    Um amigo é alguém disposto a nos mostrar a verdadeira face do nosso espírito, despindo-nos de nossas máscaras, de nossas falsas certezas sobre nós.
    Um amigo é capaz de ouvir sem julgar. De orientar sem querer impor a sua vontade ou verdade.
    Um amigo é capaz de nos fazer rir de nós mesmos. Está apto a refazer o nosso projeto de vida, a reler o nosso passado, a reavaliar o presente.
    Um amigo é capaz de guardar as suas angústias no bolso, quando percebe que a sua dor requer um curativo mais emergencial.
Um amigo não é aquele que está ao seu lado quando você cai, tão somente. Mas, aquele que também estará na primeira fila quando você triunfar.
    Um amigo o afastará da solidão. Será uma ponte a levá-lo, juntamente com outros cuidados necessários, para longe da depressão. Ele fará menor a sua ansiedade e atenuará os seus medos da solidão.
    A “amigoterapia” é o exercício da amizade verdadeira e pura e só pode ser realizada quando dois corações alados se encontram e um coração serve ao outro, sem nada exigir, mas ciente de que também será servido depois.


“[...] devolvendo-lhe ao campo da análise crítica contra a ordem da ingenuidade onde ele foi lançado.” (preposição).

“[...] aquele que vive uma vida justa já pode ser feliz.” (pronome pessoal).

“[...] ela é busca bem prática que conduz a vida.” (substantivo).

“Hoje, depois de uma aula sobre o tema, uma aula crítica e analítica [...]” (conjunção).

“sua aula me deixou feliz. Eu também fiquei feliz.” (conjunção).

No contexto da análise morfológica, é essencial entender precisamente cada classe de palavras para selecionar a opção correta em questões de provas. Vamos decompor cada alternativa dessa questão, mergulhando nas águas das categorias gramaticais:

Alternativa A: “contra a ordem da ingenuidade onde ele foi lançado.” Aqui, “contra” é usado para indicar oposição, funcionando como preposição, que é um conectivo entre termos da oração. Portanto, essa função é corretamente identificada na alternativa.

 

Alternativa B: “aquele que vive uma vida justa já pode ser feliz.” “aquele” é utilizado como pronome demonstrativo aqui, apontando para alguém que foi mencionado no contexto anterior, e não como pronome pessoal como sugere a alternativa.

 

Alternativa C: “[...] ela é busca bem prática que conduz a vida.” A palavra “bem” nesta frase opera como um advérbio de modo, modificando o adjetivo “prática”, e não como substantivo.

 

Alternativa D: “Hoje, depois de uma aula sobre o tema, uma aula crítica e analítica [...]” Aqui, “sobre” é corretamente identificado como preposição no texto e não como conjunção como diz a alternativa. Preposições são usadas para conectar frases ao contexto do texto, mostrando a relação entre diferentes partes da oração.

 

Alternativa E: “sua aula me deixou feliz. Eu também fiquei feliz.” “também” é usada para adicionar informação, atuando como um advérbio de inclusão, e não como uma conjunção.

 

Com base na explicação detalhada, a alternativa correta é A pois a palavra "contra" está corretamente classificada como preposição.

Marcia Tiburi – 31 de maio de 2017
 Faz tempo que ando pensando na felicidade como categoria ética. Longe da felicidade publicitária, da felicidade das mercadorias, me parece necessário manter esse conceito em cena devolvendo-lhe ao campo da análise crítica contra a ordem da ingenuidade onde ele foi lançado. Justamente porque o tema da felicidade foi capturado na ordem das produções discursivas, falar da felicidade se torna um desafio quando muita gente tenta transformá-la em uma bobagem, uma caretice, um assunto do passado.
 A felicidade é assunto do campo da ética. Em Aristóteles ela representa o máximo da virtude. Feliz acima de tudo é quem pratica a filosofia, mas na vida em geral, aquele que vive uma vida justa já pode ser feliz. Uma vida justa é uma vida boa, vivida com dignidade. Aquele que alcança um meio termo entre extremos e faltas sempre falsos, sempre destrutivos, sempre irreais, é alguém que pode se dizer feliz. A felicidade não é inalcançável, ela é busca bem prática que conduz a vida.
 Hoje, depois de uma aula sobre o tema, uma aula crítica e analítica, daquelas que revoltam os ressentidos e fortalecem os corajosos, uma pessoa que se anunciou tendo mais de 80 anos, me abraçou e me disse, “sua aula me deixou feliz”. Eu também fiquei feliz.
***
 Fico pensando no que o termo felicidade pode ainda nos dizer, quando, por meio de uma deturpação conceitual, localizamos a felicidade nas mercadorias, quando a confundimos com fantasias e propagandas.
 A felicidade sempre foi uma ideia e uma prática complexas. Sua complexidade remete a uma instabilidade inevitável. Em nossos dias, as pessoas falam muito da felicidade porque a desejam.
E se a desejam é porque, de algum modo, podemos dizer que sonham com ela. Mas não podem pegá-la, comprá-la, obtê-la simplesmente e justamente porque ela não é uma coisa. Por isso, a ideia de felicidade não combina com a ideia de mercadoria. Como ideia, a felicidade é aberta e produz aberturas. Ela não cabe nas coisas, nem nas mais ricas, nem nas mais bonitas. Porque quando a felicidade está, ela é como a morte, as coisas, assim como a vida, já não estão.
 Há, no entanto, coisas que nos lembram ou nos iludem da ideia de felicidade, mas sempre o fazem como um ideal ou um simulacro. Ninguém pode ser feliz plenamente, mas sempre pode buscar ser feliz em uma medida muito abstrata que, no entanto, nos conecta à outras utopias. Não é sem sabedoria que, em vez de pensarmos em uma única felicidade, começamos há muito tempo a pensar em felicidades no plural. Se não se pode ser feliz no todo, que se seja em lugares, em setores da vida. Que se realize a felicidade relativa, contra uma felicidade absoluta. Abaixo os absolutos, diz todo pensamento razoável.
 Felicidades mil é o que desejamos àqueles que amamos. É um voto, apenas, um voto de fé que em tudo se confunde com a postura ética de quem deseja o bem ao outro. Felicidade, lembremos os filósofos antigos, era o sumo bem, o bem maior, o Bem com letra maiúscula. Uma coisa para inspirar, para fazer suportar as dores e sofrimentos da vida comum. [...].

Questões de Português - Morfologia