No trecho citado da questão, o pronominal "a gente" é usado, e é importante entender a sua equivalência pronominal em termos ideológicos e funcionais na frase. 

"Eu tive a ideia de fazer esse trabalho voltado para uma sociedade melhor. Por meio da educação, em especial da educação matemática, a gente consegue alcançar uma sociedade em que nós não tenhamos tantas dores." - "a gente" é um termo coloquial frequentemente usado em substituição ao pronome pessoal "nós". 

A opção correta deve ser aquela que pode substituir "a gente" sem alterar o sentido original do texto, mantendo-se a coerência e a forma inclusiva de se referir ao grupo em questão, o qual é amplamente abrangente e não se restringe a gênero único, como ocorreria com os pronomes "ele" ou "ela".

Observando as alternativas: 
<ul>
<li>A alternativa (A) "ela" e a alternativa (B) "ele" são pronomes pessoais do caso reto que se referem a terceira pessoa do singular, o que não corresponde à ideia plural e inclusiva expressa por "a gente".</li>
<li>A alternativa (C) "você" refere-se à segunda pessoa do singular, utilizada para dirigir-se a outra pessoa na conversa, o que também não substituiria adequadamente a expressão "a gente".</li>
<li>A alternativa (D) "nós" é o pronome pessoal do caso reto que corresponde à primeira pessoa do plural, funcionando como a forma mais formal para "a gente", que também se refere à primeira pessoa do plural mas de uma forma mais coloquial. Essa substituição manteria o sentido coletivo e inclusivo do enunciado original.</li>
</ul>

Gabarito: Letra D

      Estudantes e professor próximos da nascente de um rio:
   pode até não parecer, mas esse é o cenário de uma aula de
   matemática. É ali que o educador explica conceitos de
   geometria, como área e raio de uma circunferência.
5     Mas não só. Ele ainda propõe algumas reflexões aos
   estudantes sobre preservação ambiental e os efeitos que as
   ações humanas têm na natureza.
      O método de ensino pode parecer estranho à primeira
   vista. Afinal, aulas de matemática normalmente contêm
10 operações na lousa, cálculos de figuras geométricas e fórmulas
   difíceis. Para Marcílio Leão, 51, no entanto, não é bem assim.
      A situação descrita no início do texto é um exemplo que
   Leão aborda em sua tese de doutorado sobre como o ensino
   de matemática pode ter um caráter voltado à disseminação de
15 valores contrários à violência.
      "Eu tive a ideia de fazer esse trabalho voltado para uma
   sociedade melhor. Por meio da educação, em especial da
   educação matemática, a gente consegue alcançar uma
   sociedade em que nós não tenhamos tantas dores. Isso virou
20 meu objetivo de vida."
      Morador de São José do Rio Pardo, no interior de São
   Paulo, Leão é policial militar há 22 anos e ainda continua na
   corporação atuando na área ambiental.
      Já no que diz respeito à vida acadêmica, ele se formou em
25 matemática na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras em São
   José do Rio Pardo (SP) e, em 2022, entregou sua tese de
   doutorado em educação matemática na Unesp (Universidade
   Estadual Paulista).
      Desde o início de sua trajetória acadêmica, ele conta, já
30 tinha convicção de que gostaria de estudar a relação entre
   violência e matemática. “Eu comecei a me interessar pela
   questão da violência justamente pelo fato de estar perto
   dessas dores e dessas dificuldades por ser policial.”
      No doutorado, Leão pesquisou justamente como o ensino
35 de matemática pode ajudar na construção de um mundo mais
   justo e pacífico.
      Para isso, diz Leão, o educador pode, por exemplo,
   trabalhar com os alunos gráficos que abordem os índices de
   violência. Assim, além de explicar conceitos de matemática e
40 estatística, o educador será capaz de discutir esse fenômeno
   que atinge profundamente o Brasil, com contribuições da
   turma.
      O estudo feito pelo policial envolveu um questionário
   aplicado em duas escolas públicas no estado de São Paulo e em
45 uma Fundação Casa. As perguntas tentaram entender como os
   jovens viam a iniciativa de uma educação que tratasse sobre
   temáticas que envolvessem a violência em meio a aulas de
   matemática.
      (...)
50    A preocupação em desenvolver uma pesquisa que envolva
   o tema da violência foi motivada, além do trabalho de policial
   que Leão desempenha, por vivências pessoais recentes. A
   partir de perdas que enfrentou nos últimos anos, diz Leão,
   procurou se aprofundar em um assunto que possa colaborar
55 para a construção de uma sociedade melhor.
      (...)
      Agora o policial militar espera que o seu estudo consiga ter
   um impacto positivo na construção de currículos de
   matemática. "Tem inúmeras situações da vida que a gente
60 pode trabalhar em sala de aula o comportamento e o
   desenvolvimento de consciência dos alunos. Essas questões
   favorecem a formação de valores", diz.


 “Você acha que o prazer é a chave para a inteligência?”.

 “[...] temos muito mais oportunidades e tecnologias para nos surpreender do que nossos ancestrais.” 

 “Algumas coisas que consideramos divertidas [...] têm claras explicações evolutivas [...]”.

 “Por que a diversão é tão útil para a humanidade.” 

 “Eu acho que tem a ver com a experiência de novidade e surpresa [...]”.

No exemplo dado no enunciado, o pronome relativo "que" é utilizado para retomar "objetos e engrenagens", conectando a essa referência o restante da descrição: "não tinham outro objetivo senão entreter". Os pronomes relativos têm a função primordial de conectar cláusulas e evitar repetições, trazendo fluidez ao texto.

 

Vamos analisar cada uma das alternativas para identificar qual delas também emprega o "que" como pronome relativo:

 

A) “Você acha que o prazer é a chave para a inteligência?”.

Neste caso, o "que" é utilizado como conjunção integrante. Ele introduz uma oração subordinada substantiva que funciona como objeto direto do verbo "acha".

 

B) “[...] temos muito mais oportunidades e tecnologias para nos surpreender do que nossos ancestrais.” 

Aqui, o "que" atua como preposição, fazendo parte da expressão comparativa "do que". Ele não retoma um antecedente nem introduz uma oração relativa.

 

C) “Algumas coisas que consideramos divertidas [...] têm claras explicações evolutivas [...]”.

Neste caso, o "que" retoma o termo "Algumas coisas", fazendo a ligação com a oração explicativa "consideramos divertidas". Definitivamente, este "que" atua como pronome relativo, cumprindo uma função semelhante ao exemplo do enunciado.

 

D) “Por que a diversão é tão útil para a humanidade.” 

Aqui, o "que" faz parte da expressão interrogativa "Por que", não tendo função de pronome relativo.

 

E) “Eu acho que tem a ver com a experiência de novidade e surpresa [...]”.

Neste exemplo, o "que" é utilizado novamente como conjunção integrante, similar ao exemplo da alternativa A, onde introduz uma oração subordinada substantiva que desempenha função de sujeito.

 

Gabarito: Letra C

Por Pâmela Carbonari

 Quem ama o tédio, divertido lhe parece. Apesar da diversão ser um conceito tão relativo quanto a beleza, a paródia do ditado é tão verdadeira quanto a de que a necessidade é a mãe da invenção.
 […] 
 O escritor de ciência americano Steven Johnson acredita que o prazer é o motor da inovação. Em seu décimo livro, O poder inovador da diversão: como o prazer e o entretenimento mudaram o mundo, lançado no Brasil pela editora Zahar, ele mostra a importância da música, dos jogos, da mágica, da comida e de outras formas de diversão para chegarmos onde estamos e para que tipo de futuro esses passatempos nos levarão.
 […] 
 Do jogo de dardos veio a estatística. A flauta de osso pode ser a ancestral do computador que você lê este artigo. As caixas de música serviram de inspiração para os teares. Com uma prosa leve e bemhumorada (à prova de hipocrisias), Johnson explica como tecnologias fundamentais para o nosso tempo nasceram e evoluíram de objetos e engrenagens que não tinham outro objetivo senão entreter. [...] 

 Somos naturalmente hedonistas. E, como você diz, a diversão ajudou a moldar a humanidade. Você acha que o prazer é a chave para a inteligência? 
 Eu não diria que o prazer é “a” chave para a inteligência, mas sim que é um elemento subestimado de inteligência. Em outras palavras, tendemos a supor que pessoas inteligentes usam suas habilidades mentais em busca de problemas sérios que tenham clara utilidade ou recompensa econômica por trás deles. Mas o pensamento inteligente é muitas vezes desencadeado por experiências mais lúdicas, como os nossos ancestrais do Paleolítico que, esculpindo as primeiras flautas de ossos de animais, descobriram como posicionar os buracos para produzir os sons mais interessantes. Essas inovações exigiram uma grande dose de inteligência – dado o estado do conhecimento humano sobre a música e o design de instrumentos há 50 mil anos – mas esse tipo de coisa não era “útil” em nenhum sentido tradicional.

 A história da diversão sempre esteve à margem dos registros históricos mais sérios e práticos, como guerras, poder e igualdade, por exemplo. Você acha que a diversão estava implícita nesses eventos ou foi ignorada pelos historiadores? 
 Acho que tem sido amplamente ignorada pelos historiadores. E quando foi observada e narrada, os relatos históricos foram muito limitados: há histórias sobre moda, jogos ou temperos, mas como narrativas separadas. Olhamos para a longa história da civilização de maneira diferente se contarmos a história do comportamento “lúdico” como uma categoria mais abrangente – esse era meu objetivo ao escrever O poder inovador da diversão. Essa história é muito mais importante que a maioria das pessoas imagina.

 Nesse seu último livro, você diz que os prazeres inúteis da vida geralmente nos dão uma pista sobre futuras mudanças na sociedade. O que podemos prever para o futuro a partir dos nossos prazeres mais comuns agora? 
 Provavelmente o melhor exemplo recente foi a mania de Pokémon Go. Eu posso imaginar-nos olhando para trás em 2025, quando muitos de nós estarão usando regularmente dispositivos de realidade aumentada para resolver “problemas sérios” no trabalho, e vamos perceber que a primeira adoção dominante dessa tecnologia veio de pessoas correndo pelas cidades capturando monstros japoneses imaginários em seus telefones.

 Por que a humanidade precisa se divertir? 
 Esta é uma questão verdadeiramente profunda. Algumas coisas que consideramos divertidas (sexo, comida, por exemplo) têm claras explicações evolutivas sobre por que nossos cérebros devem achá-las prazerosas. Mas o tipo de diversão que descrevo em O Poder Inovador da Diversão – o prazer de ver uma boneca robô imitar um humano, ou a diversão de jogar um jogo de tabuleiro – é mais difícil de explicar.
Eu acho que tem a ver com a experiência de novidade e surpresa; uma parte significativa de nossa inteligência vem do nosso interesse em coisas que nos surpreendem desafiando nossas expectativas.
Quando experimentamos essas coisas, temos um pequeno estímulo que diz: “Preste atenção nisso, isso é novo”. E assim, ao longo do tempo, os sistemas culturais se desenvolveram para criar experiências cada vez mais elaboradas para surpreender outros seres humanos: desde as primeiras flautas de osso, até os novos e brilhantes padrões de tecido de chita, todas as formas de Pokémon Go. É uma história antiga; temos muito mais oportunidades e tecnologias para nos surpreender do que nossos ancestrais.

Na busca pela resposta correta, é importante realizar uma análise cuidadosa dos pronomes utilizados na sentença mencionada do texto.

Primeiro, analisando o pronome "lhe": Este termo é um pronome pessoal oblíquo e refere-se indiretamente ao sujeito da frase. "Lhe" substitui um complemento com preposição, que nesse caso é algum ente ou pessoa a quem "falta" algo, que seria uma "base física para a saudade". Esse uso de "lhe" é típico dos pronomes pessoais oblíquos que atuam como complemento, neste exemplo indicando a falta de algo a alguém. 

Em segundo lugar, veja o emprego de "o": Este pronome é classificado aqui como demonstrativo, que serve para retomar algo mencionado anteriormente no texto, atribuindo distanciamento ou enfatizando sua alteração ou desaparecimento. No contexto, "o que parecia eterno" sumiu, sugerindo que "o" retoma a ideia dos elementos que desapareceram, atuando como um marcador dos sentimentos de perda em relação a eles. Além disso, os pronomes demonstrativos são utilizados frequentemente para ressaltar elementos já discutidos ou conhecidos pelo conversador ou pelo escritor e seu interlocutor. 

A opção correta, segundo o contexto, seria:
Letra A) pessoal e demonstrativo. Os pronomes estão corretamente identificados considerando suas funções: "lhe" como pessoal oblíquo, referindo de forma indireta a uma pessoa no contexto discutido; e "o" como um pronome demonstrativo, retomando um conceito ou entidade anteriormente mencionada no texto.
 

Gabarito: Letra A

    Tem seus 23 anos, e eu a conheço desde os oito ou nove, sempre assim, meio gordinha, engraçada, de cabelos ruivos.
Foi criada, a bem dizer, na areia do Arpoador; nasceu e viveu em uma daquelas ruas que vão de Copacabana a Ipanema, de praia a praia. A família mudou-se quando a casa foi comprada para construção de edifício.
    Certa vez me contou: 
    – Em meu quarteirão não há uma só casa de meu tempo de menina. Se eu tivesse passado anos fora do Rio e voltasse agora, acho que não acertaria nem com a minha rua. Tudo acabou: as casas, os jardins, as árvores. É como se eu não tivesse tido infância...
    Falta-lhe uma base física para a saudade. Tudo o que parecia eterno sumiu.
    Outra senhora disse então que se lembrava muito de que, quando era menina, apanhava pitangas em Copacabana; depois, já moça, colhia pitangas na Barra da Tijuca; e hoje não há mais pitangas. Disse isso com uma certa animação, e depois ficou um instante com o ar meio triste – a melancolia de não ter mais pitangas, ou, quem sabe, a saudade daquela manhã em que foi com o namorado colher pitangas.
    Também em minha infância, há pitangueiras de praia.
Não baixinhas, em moitas, como aquelas de Cabo Frio, que o vento não deixa crescer; mas altas; e suas copas se tocavam e faziam uma sombra varada por pequenos pontos de sol.


Diretor de Associação Comercial – Prezado Diretor / Vossa Senhoria / V. Sa.

Presidente de Câmara Legislativa Municipal – Senhor Presidente / Vossa Excelência / V. Exa.

Vereador – Senhor Vereador / Vossa Senhoria / Vª Sª

Deputado Federal – Prezado Deputado Federal / Vossa Excelência / Va. Exa.

Para analisar esta questão, é fundamental ter conhecimento sobre as formas corretas de tratamento a serem utilizadas com diferentes destinatários em documentos oficiais e correspondências. As formas de tratamento variam de acordo com a posição ou título da pessoa e são acompanhadas por abreviaturas contextualmente apropriadas.

<ul>
<li>A) Diretor de Associação Comercial – Prezado Diretor / Vossa Senhoria / V. Sa. 
Esta alternativa sugere utilizar "Prezado Diretor" como vocativo que é informal e "Vossa Senhoria" no corpo do texto, com a abreviatura "V. Sa.". A expressão "Vossa Senhoria" é, por norma, utilizada para se referir a indivíduos em um nível de respeito porém sem uma titulação tão alta quanto determinadas autoridades políticas. Normalmente, a abreviatura utilizada é "V. S.ª" o que torna incorrecto a abreviatura nesta alternativa.</li>

<li>B) Presidente de Câmara Legislativa Municipal – Senhor Presidente / Vossa Excelência / V. Exa. 
Esta alternativa utiliza "Senhor Presidente" como vocativo e "Vossa Excelência" no corpo do texto, com a abreviatura "V. Exa.", que são formas de tratamento apropriadas para presidentes de câmaras e outras autoridades de elevado status.</li>

<li>C) Vereador – Senhor Vereador / Vossa Senhoria / Vª Sª 
Aqui, "Senhor Vereador" é usado no vocativo e "Vossa Senhoria" no corpo do texto com a abreviatura "Vª Sª". Para vereadores, é mais adequado utilizar "Vossa Excelência" no corpo do texto e a abreviatura deveria ser "V. Exa.". Portanto, a forma e a abreviatura estão incorretas.</li>

<li>D) Deputado Federal – Prezado Deputado Federal / Vossa Excelência / Va. Exa. 
"Prezado Deputado Federal" é informal como vocativo, enquanto que "Vossa Excelência" e a abreviatura "Va. Exa." são adequadas. Entretanto, o issue principal é que a forma correta da abreviatura é "V. Exa.", tornando esta alternativa incorreta.</li>
</ul>

De acordo com estas análises, a única alternativa que emprega todas as formas de tratamento e as respetivas abreviaturas de modo adequado para a situação descrita é a alternativa B, ou seja, a alternativa correta é B.

 “Desligar as máquinas que mantêm um paciente vivo” 

 “Num artigo que está movimentando a blogosfera sanitária” 

 “recusa em prosseguir com tratamento fútil, o que é perfeitamente legal” 

 “Murray diz que um de seus colegas chegou a tatuar o termo “no code” ” 

 “como pensam aqueles que, de fato, entendem do assunto”

Para responder corretamente à questão, é necessário entender o conceito de pronome relativo. Pronomes relativos são utilizados para conectar duas cláusulas, referindo-se a um antecedente mencionado na oração anterior e introduzindo uma oração subordinada que fornece informações adicionais sobre esse antecedente.

Analise das alternativas:

<ul>
<li>A) "Desligar as máquinas que mantêm um paciente vivo" - Aqui, "que" é um pronome relativo que se refere a "as máquinas". Ele introduz a oração "mantêm um paciente vivo", que descreve as máquinas, sendo corretamente classificado como pronome relativo.</li>
<li>B) "Num artigo que está movimentando a blogosfera sanitária" - Neste caso, "que" refere-se a "artigo" e introduz a oração "está movimentando a blogosfera sanitária", o que caracteriza "que" como pronome relativo.</li>
<li>C) "recusa em prosseguir com tratamento fútil, o que é perfeitamente legal" - "Que" neste contexto não se refere diretamente a um substantivo anterior, mas à situação/ação expressa na oração anterior inteira. Trata-se de um pronome relativo, mas com uma função expandida, ainda relacionando a informação subsequente à anterior.</li>
<li>D) "Murray diz que um de seus colegas chegou a tatuar o termo 'no code'” - Aqui, "que" não é um pronome relativo, mas sim uma conjunção subordinativa, pois introduz uma oração subordinada que é o objeto direto do verbo "diz". Não se refere a um antecedente e não conecta duas cláusulas adicionando informações descritivas sobre um antecedente. Portanto, esta é a opção onde "que" não é um pronome relativo.</li>
<li>E) "como pensam aqueles que, de fato, entendem do assunto" - "Que" nessa frase é um pronome relativo que se refere a "aqueles" e introduz a oração explicativa "de fato, entendem do assunto".</li>
</ul>

Concluindo, a alternativa correta é D, pois é a única onde a palavra "que" não atua como um pronome relativo, mas como uma conjunção subordinativa.

    Aparentemente ninguém deu muita bola para a proposta, feita pela comissão de juristas que revê o Código Penal, de descriminalizar certos tipos de eutanásia. Esse, entretanto, é um assunto importantíssimo e que tende a ficar cada vez mais premente, à medida que a população envelhece e a medicina amplia seu arsenal terapêutico.
    Desligar as máquinas que mantêm um paciente vivo pode ser descrito como um caso de homicídio, ainda que com o objetivo nobre de evitar sofrimento, ou como uma recusa em prosseguir com tratamento fútil, o que é perfeitamente legal.
    Como sempre, acho que cabe a cada qual fazer suas próprias escolhas. Mas, já que nem sempre sabemos o que é melhor, convém dar uma espiadela em como pensam aqueles que, de fato, entendem do assunto.
    Num artigo que está movimentando a blogosfera sanitária e já foi reproduzido no “Wall Street Journal” e no “Guardian”, o doutor Ken Murray sustenta que, embora os médicos apliquem todo tipo de manobra heroica para prolongar a vida de seus pacientes, quando se trata de suas próprias vidas e das de seus entes queridos, eles são bem mais comedidos.
    Como estão familiarizados com o sofrimento e os desfechos das medidas extremas, querem estar seguros de que, quando a sua hora vier, ninguém vai tentar reanimá-los nem levá-los a uma UTI para entubá-los e espetá-los com cateteres. Murray diz que um de seus colegas chegou a tatuar o termo “no code” (sem ressuscitação) no próprio corpo.
    A pergunta que fi ca, então, é: se não são sádicos, por que os médicos fazem aos outros o que não desejam para si mesmos? E a resposta de Murray é que ocorre uma perversa combinação de variáveis emocionais, econômicas, mal-entendidos linguísticos, além, é claro, da própria lógica do sistema. Em geral, para o médico é muito mais fácil e seguro apostar no tratamento, mesmo que ele se estenda para muito além do razoável.


Questões de Português - Pronomes: tipos