Para lidar com essa questão que envolve sinônimos e antônimos, vamos analisar o termo "suplantar" mencionado no texto. "Suplantar" significa superar, ultrapassar, vencer alguém ou algo de maneira incisiva. Ou seja, substituir algo ou alguém, conquistando uma posição superior.

 
<ul>
<li>Desbancar: significa remover alguém de uma posição, superando ou substituindo, bem como "suplantar" sugere.</li>
<li>Triunfar: sugere uma vitória ou um sucesso sobre algo ou alguém, alinhando-se assim ao conceito de "suplantar".</li>
<li>Pujar: geralmente é usado para descrever um esforço para superar algo ou alguém, podendo ser interpretado como sinônimo de "suplantar" em um contexto mais amplo.</li>
<li>Sobrelevar: significa elevar-se acima de algo, o que pode ser usado metaforicamente para representar a ação de suplantar.</li>
<li>Prosternar-se: refere-se ao ato de baixar-se ou deitar-se em sinal de respeito ou submissão, o que é exatamente o oposto de suplantar.</li>
</ul>
 

No contexto da questão, onde "suplantar" denota a ideia de sobrepor ou vencer, a alternativa E ("prosternar-se") é claramente antônima, uma vez que implica em submissão, e não em superação.

 

A alternativa correta é E.

Artefatos de pedra encontrados por
 pesquisadores franceses podem ser um dos mais antigos
 indícios do uso de flechas pelos seres humanos
 anatomicamente modernos (Homo sapiens). Com idade
5 estimada de 54 mil anos, os objetos têm tamanho e
 formato que são compatíveis com a função de projétil,
 além de marcas nas pontas que também parecem indicar
 que eram disparados com a ajuda de um arco para atingir
 com força o seu alvo.
10 Se a hipótese da equipe europeia for
 comprovada, a descoberta corresponderá a um
 importante "elo perdido" da tecnologia do arco e flecha.
 Indícios semelhantes, encontrados anteriormente na
 África, o berço do Homo sapiens, têm mais de 60 mil anos,
15 mas depois disso as pontas de flecha parecem
 desaparecer do registro arqueológico por até dezenas de
 milênios.
 Os novos achados na gruta de Mandrin, no
 sudeste da França, seriam as mais antigas pontas de
20 flechas fora do continente africano. Segundo seus
 descobridores, elas indicariam que a técnica de fabricação
 dessas armas ajudou os seres humanos de anatomia
 moderna a suplantar seus primos arcaicos, os
 neandertais, que então predominavam na Europa e no
25 Oriente Médio.
 Detalhes sobre a descoberta acabam de ser
 publicados em artigo no periódico especializado Science 
 Advances. O trabalho é assinado por um trio de cientistas:
 Laure Metz, da Universidade de Aix-Marselha; Jason
30 Lewis, da Universidade de Stony Brook (EUA); e Ludovic
 Slimak, da Universidade de Toulouse Jean Jaurès.
 Vários elementos permitiram que a equipe
 concluísse que alguns dos artefatos da gruta de Mandrin
 provavelmente eram pontas de flecha. A primeira pista foi
35 o tamanho diminuto de vários dos instrumentos, que eles
 acabaram classificando como "nanopontas": um
 comprimento entre 3 cm e 1 cm. A largura delas fica entre
 1,5 cm e 1 cm.
 A análise das fraturas – ou seja, dos padrões de
40 quebra – dessas pontas de pedra revelou que muitas delas
 sofreram repetidos danos percussivos em suas
 extremidades, ou seja, um impacto frontal contra objetos
 duros.
 Além disso, não parecia fazer sentido que elas
45 fossem usadas na ponta de lanças, por exemplo. Segundo
 os pesquisadores, estudos com lanças e flechas
 produzidos por sociedades tradicionais recentes mostram
 que a largura da haste onde a ponta de pedra fica presa
 nunca é menor do que a própria ponta da arma. E, no caso
50 da largura de 1 cm das pontas, as pontas equivalentes
 produzidas atualmente servem apenas para flechas.
 Para tirar isso a limpo, os cientistas realizaram
 experimentos nos quais produziram réplicas das pontas
 de pedra e as usaram para fabricar flechas, que foram
55 disparadas em diversos testes. O padrão de danos nas
 pontas de pedra produzidas por eles se mostrou muito
 semelhante ao identificado nos artefatos antigos, o que
 trouxe mais peso à hipótese da equipe.
 Embora os arcos correspondentes não tenham
60 sido achados, trata-se de uma lacuna natural, uma vez
 que a madeira e os tendões de animais usados na
 fabricação das armas se decompõem com relativa
 facilidade.
 A tecnologia do arco e flecha foi uma das
65 primeiras a permitir ataques relativamente precisos a
 distância, aumentando bastante a eficiência da caça de
 diversos tipos de animais. Seu emprego em confrontos
 com outros seres humanos é mais nebuloso durante a
 maior parte da Idade da Pedra – os indícios sobre esse tipo
70 de confronto são muito raros até cerca de 10 mil anos
 atrás.
 O mesmo vale para confrontos entre seres
 humanos modernos e neandertais. Apesar da hipótese da
 equipe francesa sobre as vantagens trazidas pelo arco e
75 flecha, sabe-se que os neandertais persistiram na Europa
 Ocidental até 40 mil anos atrás, muitos milênios depois
 das flechas fabricadas em Mandrin. Mas não se pode
 descartar que essas e outras tecnologias tenham
 aumentado a eficiência de obtenção de alimentos por
80 parte dos Homo sapiens, tendo um efeito indireto
 negativo sobre os humanos arcaicos, que competiam por
 esses recursos com eles.

Chegamos ao ponto da inteligência artificial (IA ) em que ficção científica se tornou realidade. (1º parágrafo) → farsa.

A mágica não acontece de imediato, mas a cada conversa, selfie, foto e confidência enviada ao app.

A rigor, IAs não são sequer inteligências. (3º parágrafo) → efetivamente.

O que conhecem é o que têm em suas memórias: uma quantidade abissal de textos escritos... (3º parágrafo) → imensa.

É quando nossas neuroses são expostas, quando nos surpreendemos ou nos magoamos. (5º parágrafo) → traumas.

Olá! Vamos mergulhar nessa questão da Fundação Vunesp sobre sinônimos e o uso de palavras em sentido figurado, um tema super comum em provas de Português. Bora lá?
 
No enunciado, você precisa identificar a alternativa onde o termo destacado é usado em sentido figurado e possui um sinônimo apresentado na alternativa, certo? Então, vamos analisar as opções uma por uma.
 
A alternativa D foca na palavra "abissal", que descreve a quantidade de textos que as IAs têm em suas memórias. O termo "abissal" é frequentemente associado com profundidades oceânicas, denotando algo extremamente profundo, muito grande. Aqui, ele é usado em sentido figurado para enfatizar a imensa quantidade de dados. O sinônimo fornecido, "imensa", se alinha perfeitamente, reforçando esse sentido de uma quantidade vasta e profunda.
 
As demais alternativas falham em apresentar um uso figurado acompanhado por um sinônimo apropriado. Por exemplo:
<ul>
<li>A) "ficção" é usada literalmente aqui, contrastando com realidade.</li>
<li>B) Não oferece um sinônimo para "confidência". </li>
<li>C) "sequer" está empregado em seu sentido direto e é um advérbio de negação.</li>
<li>E) "neuroses" aparece em seu sentido técnico, sem sinônimo imediato relacionado indicado.</li>
</ul>
 
Ao analisar todos esses aspectos, confirmamos que a resposta correta, assegurando os requisitos de uso figurado e sinônimo adequado, é somente tratada corretamente na alternativa D.
 
A alternativa correta é D.

Na versão gratuita, o aplicativo Replika AI oferece um amigo ou amiga, alguém com quem conversar. Mas quem paga pode fazer mais. Pode, por exemplo, transformar a relação em romance. Chegamos ao ponto da inteligência artificial (IA) em que ficção científica se tornou realidade.

 Quem usa o app a sério põe a IA no centro de suas vidas. As conversas são por chat ou por voz. A pessoa pode escolher se está em busca de amizade, mentoria ou amor.
A mágica não acontece de imediato, mas a cada conversa, selfie, foto e confidência enviada ao app. E assim, aos poucos, a pessoa artificial que está dentro do celular vai ganhando vida. Ou a ilusão de vida.

 A rigor, IAs não são sequer inteligências. São modelos probabilísticos. Não sabem o que estão dizendo. O que conhecem é o que têm em suas memórias: uma quantidade abissal de textos escritos por inúmeras pessoas ao longo dos séculos. O que fazem é calcular que palavras provavelmente apareceriam num dado contexto.

 Um jovem programador relatou ao San Francisco Chronicle que havia perdido a namorada e, machucado de um jeito que só quem conheceu a morte sabe, alimentou um desses modelos de linguagem com todos os zaps, emails e cartas que tinha da moça. Quando percebeu, estava conversando todos os dias com a memória de quem amou. Era como se ela ainda estivesse lá.
A tecnologia existe e será usada. Pessoas solitárias encontrarão cada vez mais, em IAs deste tipo, companhia.

 Mas há um risco. A vida acontece na relação com gente de verdade. É quando nossas neuroses são expostas, quando nos surpreendemos ou nos magoamos. Lidamos melhor conosco a partir do contato com os outros. É como aprendemos limites e nos civilizamos.

 É preciso muita cautela nesse processo. A ilusão da IA periga criar uma legião de imaturos incapazes de lidar com suas neuroses.

A questão pede que sejam encontrados sinônimos para as expressões "Em linhas gerais" e "ao mesmo tempo" dentro de um contexto específico apresentado em um trecho literário. Vamos analisar cada uma das expressões e suas alternativas oferecidas.

1. "Em linhas gerais" sugere uma ideia de apresentar algo de forma resumida, sem entrar em detalhes, focando nos pontos principais. Agora, vamos verificar os sinônimos propostos:
 - "Basicamente" pode ser similar, mas geralmente implica em uma simplificação que pode não abranger a ideia de abordagem principal.
 - "Especialmente" indica um foco em partes específicas, não sendo adequado como sinônimo de "Em linhas gerais".
 - "Essencialmente" se aproxima do significado, pois indica o foco nos aspectos fundamentais ou essenciais, que é compatível com a ideia de cobrir as principais linhas de um assunto.
 - "Resumidamente" também é próximo, mas foca mais no aspecto breve do que no abrangente.
 - "Geralmente" implica em frequência ou comum, não sendo preciso para este contexto.

2. "Ao mesmo tempo" indica uma simultaneidade ou concorrência de eventos ou condições. As alternativas são:
 - "Eventualmente" sugere algo que pode acontecer, o que não é equivalente a "simultaneidade".
 - "Diacronicamente" se refere a uma análise através do tempo, não indicando simultaneidade.
 - "Concomitantemente" é exato, pois significa que algo acontece ao mesmo tempo que outra coisa.
 - "Ordinariamente" indica uma frequência ou normalidade, sem relação com simultaneidade.
 - "Simultaneamente" é obviamente um sinônimo direto para "ao mesmo tempo".

Comparando os significados e as alternativas, a única que proporciona sinônimos precisos para ambas as expressões é a alternativa C ("Essencialmente; concomitantemente").

Gabarito: Letra C

“O Plantador de Abóboras”, de Luís Cardoso, é a primeira obra de um autor oriundo do Timor Leste a receber o prêmio Oceanos, embora ele viva em Portugal há tempos.
 Em linhas gerais, o romance esboça a história daquele país a partir das memórias de uma mulher vestida de noiva que imagina conversar com um recém-chegado, que lhe toma as mãos e lhe pede, misteriosamente, para “semear abóboras”.
 (...) 
 Em síntese, diria que “O Plantador de Abóboras” opera de modo a substituir a história pela memória; a ideologia pela mitologia; a ação narrativa pela intertextualidade simbólica.
Tudo isso compõe o noivado que está prometido no romance.
 É, pois, um tipo de obra que evoca o passado e, ao mesmo tempo, tem pressa em deixá-lo para trás com as suas invasões estrangeiras, massacres e lutas sectárias. Arrisca-se, porém, a produzir uma folclorização da história em construção do Timor Leste, muito aquém da grandeza trágica do país.

fulminante (ℓ. 8) – cruciante

anacrônicas (ℓ. 29) – atemporais

despótica (ℓ. 31) – arrogante

efêmero (ℓ. 38) – indelével

vigoroso (ℓ. 74) – robusto

Para responder à questão com precisão, vamos analisar o significado de cada palavra nas alternativas dadas e verificar se a segunda palavra constitui um sinônimo adequado da primeira, considerando o contexto.

A) "Fulminante" no contexto do texto (linha 8) refere-se ao efeito imediato e impressionante do carisma de Napoleão sobre os soldados e comandantes que o levou à rápida submissão dos mesmos. "Cruciante", por outro lado, é usualmente usado para descrever algo que causa grande sofrimento ou dor, o que não corresponde ao mesmo sentido.

 

B) "Anacrônicas" (linha 29) é usada para descrever ideias desatualizadas ou que não são adequadas para o tempo em questão. "Atemporais" significa algo que não é afetado pelo passar do tempo, significando exatamente o oposto de "anacrônicas".

 

C) "Despótica" (linha 31) refere-se a algo tirânico ou autoritário. "Arrogante", apesar de ser um adjetivo que pode estar associado a líderes autoritários, refere-se mais a uma atitude de superioridade e prepotência, não sendo um sinônimo exato de "despótica".

 

D) "Efêmero" (linha 38) qualifica algo que é de curta duração. "Indelével", por outro lado, descreve algo que não pode ser removido ou apagado, sendo antônimo de "efêmero".

 

E) "Vigoroso" (linha 74) é utilizado para descrever algo enérgico, forte ou intenso. "Robusto" compartilha destas características, indicando alta intensidade, força e resistência, sendo portanto um bom sinônimo para "vigoroso" no contexto do texto, que trata do fortalecimento do programa militar.

Gabarito: Letra E

1     Quase um ano depois da sua abdicação, Napoleão Bonaparte aportou no sul da França com
2 1500 homens para reconquistar Paris, aonde chegou em 20 de março de 1815. A França voltara a
3 ser uma monarquia em que bonapartistas, liberais independentes, monarquistas e as massas
4 descontentes mantinham-se em constante conflito, mesmo que a maioria apenas desejasse uma
5 democracia liberal.
6     Surpreendidos pela ação audaciosa do imperador, tanto o governo quanto os grupos
7 monarquistas tentaram coordenar esforços para impedi-lo de retomar o poder. Luís XVIII enviou
8 exércitos para prendê-lo, mas soldados e comandantes se renderam ao fulminante carisma do
9 antigo soberano. Além de admiração e respeito, muitos altos oficiais lhe deviam suas carreiras
10 militares, títulos e fortunas. Como resultado, o rei saiu de Paris em 13 de março, refugiando-se em
11 Ghent, na atual Bélgica.
12    Aparentemente, não era o imperador deposto que retornava ao poder, mas o homem que
13 melhor personificava o espírito da Revolução no imaginário nacional, embora a emergente
14 burguesia temesse uma reedição da radicalização dos anos 1793 e 1794.
15    Cinco dias após a volta de Napoleão ........ Paris, a Áustria, a Prússia e a Rússia, cujos
16 governos autocráticos desejavam reprimir as ideias revolucionárias que ele representava,
17 incluindo a meritocracia, a igualdade de direitos perante a lei, o ________ e a tolerância religiosa,
18 voltaram a se unir ........ Grã-Bretanha para formar uma nova aliança contra o restaurado império
19 francês.
20    “Com ele, não poderá haver nem paz, nem trégua”, dizia a declaração de Viena. O
21 imperador sabia que, apesar das vantagens materiais conquistadas e das glórias trazidas pelas
22 vitórias militares, 23 anos de guerras tinham ceifado muitíssimas vidas de pais, maridos e filhos, e
23 afetado a economia agrária da França. Entretanto, sua sobrevivência política dependia do
24 sucesso desta nova cartada: unir o país sob a sua liderança contra a ________ ameaça de
25 invasão das quatro potências estrangeiras que o tinham derrotado havia menos de um ano.
26    Ainda que os franceses não apreciassem Luís XVIII, o irmão sucessor do rei que havia sido
27 guilhotinado pela Revolução, pelo menos ele não tinha o menor interesse em guerras. Contudo,
28 tendo vivido 23 anos no exílio, era pouco conhecido pela população e professava ideias
29 extremamente anacrônicas sobre fanatismo religioso e restauração de privilégios feudais, em
30 pleno século XIX.
31    O tempo era escasso, e o desafio, imenso. Era preciso suavizar a imagem despótica do
32 imperador por intermédio das emendas constitucionais propostas por Benjamin Constant, que
33 incluíam a abolição da censura, a liberdade religiosa, o estado laico, o direito das duas casas
34 legislativas de alterar leis, o direito do poder legislativo de supervisionar o poder executivo, bem 
35 como a obrigatoriedade da aprovação prévia de recrutamentos pelas casas legislativas, dentre
36 outras. Embora Napoleão não apreciasse o que chamava de “jugo constitucional”, entendia o Ato
37 Adicional à constituição como um mal necessário. Aprovado em plebiscito, ele transformou a
38 França num efêmero império liberal. “Não confiem nessas reformas. Assim que ele estiver
39 novamente à frente de um exército vitorioso, ele as esquecerá”, teria dito o conde de Lavalette,
40 que tinha sido ministro do imperador por dez anos.
41    Com o objetivo de obter apoio popular e diminuir o número de desempregados em
42 Paris, Napoleão criou um programa de obras públicas que incluía a construção de um novo
43 mercado em Saint Germain, a reforma do Louvre e o reparo de fortificações em Montmartre,
44 Belleville e Mont-Louis, dentre outras. Ao mesmo tempo, o Ministério da Guerra contratou pessoas
45 para reparar vestimentas, ferragens, equipamentos e armas. De repente, 9 mil homens tinham
46 trabalho, comida e esperança.
47    Todavia, em todo o país, a autoridade do novo governo imperial era desafiada ou ignorada.
48 Deputados e funcionários públicos agiam de maneira ultrajante, com total impunidade. O
49 presidente da Câmara de Deputados, por exemplo, conclamava seus eleitores em Bordeaux a não
50 acatar as ordens do governo central, nem pagar impostos aos coletores imperiais, enquanto atos
51 de rebelião cresciam assustadoramente. Os relatórios que chegavam a Carnot, ministro do
52 Interior, diziam que “tudo estava entrando em colapso e se dissolvendo num estado de anarquia”.
53 Nas igrejas, padres pregavam a revolta e a confrontação, enquanto bispos estimulavam a
54 desobediência civil.
55    O país sabia que o imperador precisaria recrutar mais homens, muitos dos quais se
56 juntariam aos estimados 900 mil, com idades entre 23 e 45 anos, que teriam sucumbido em suas
57 batalhas. Cidades industriais e portos, tecelões, construtores navais e pescadores – todos
58 resistiam ao imperador e à sua política militarista. Ao mesmo tempo, Carnot exortava os líderes do
59 comércio, da indústria e da agricultura a melhorar métodos de produção e distribuição, criando
60 ainda um boletim para explicar medidas de apoio à agricultura que, porém, tinha de ser lido pelos
61 líderes das comunidades, já que a maioria dos camponeses era analfabeta.
62    Em 10 de abril, ocorreram os primeiros ataques monarquistas contra quartéis de polícia e
63 alvos civis, em várias cidades, especialmente no oeste do país. Mesmo que a Grã-Bretanha
64 fornecesse armas, munições e suprimentos a essas forças, cujo efetivo variava entre 15 mil e 30
65 mil homens, a maioria portava apenas armas de caça, lanças, porretes e forcados. Em
66 maio, Napoleão enviou o general Lanarque ........ região com um exército de 20 mil homens para
67 evitar uma guerra civil como a de 1793.
68    Embora a França enfrentasse graves ameaças internas, o foco do imperador era preparar o
69 país para enfrentar a ________ europeia. Assim, entre 21 de março e a segunda semana de
70 junho, 95 % das ordens, cartas e decretos endereçados a seus ministros e a outros altos
71 funcionários públicos versavam sobre providências relativas aos preparativos para a guerra que
72 estava a ponto de acontecer. Em abril, Carnot organizaria 2,2 milhões de homens, entre 20 e 60
73 anos, na Guarda Nacional, ampliando-a significativamente. Ao mesmo tempo, fomentava um
74 vigoroso programa de produção de armas e material bélico.
75    Apesar de tudo, inveja e falta de cooperação entre os altos oficiais comprometiam os bem
76 engendrados planos de ação do imperador, dando margem a falhas incompreensíveis. O Duque
77 de Wellington, célebre comandante das forças britânicas, venceria a batalha com a ajuda da
78 cavalaria prussiana, enquanto Napoleão voltaria ........ França, deixando em solo inimigo 25 mil
79 soldados mortos ou seriamente feridos e 9 mil prisioneiros. O ________ de 3 de julho incluiria o
80 pagamento de 700 milhões de francos como reparações de guerra e uma nova ocupação do país
81 pelos Aliados. Para servir de exemplo, altos oficiais e políticos seriam condenados, e um marechal
82 seria executado. Os Bourbons voltariam ao poder. Impedidos de viajar aos Estados Unidos pela
83 Marinha britânica, Napoleão e sua comitiva foram exilados na Ilha de Santa Helena, na costa
84 ocidental da África, onde morreria em maio de 1821.


Para resolver a questão sobre sinônimos, precisamos inicialmente compreender o significado da palavra em destaque no texto, "malsã". No contexto dado, "malsã" está associada a algo que não é saudável, que pode ser prejudicial ou que tem uma conotação negativa, especialmente em relação ao contexto mental ou espiritual.

Veja as alternativas:

A) "Insatisfeito" - Refere-se a alguém que não está satisfeito ou contente com algo, não estando diretamente relacionado com saúde ou condição física ou mental.

B) "Salutar" - Este termo é antônimo de "malsã", pois significa algo que é saudável, benéfico ou que traz vantagens para a saúde.

C) "Insalubre" - Refere-se a algo que é prejudicial à saúde, seja física ou mental. Este é um sinônimo mais direto para "malsã", indicando condições ou ambientes que não são saudáveis.

D) "Injustiçado" - Indica alguém que sofreu injustiça, o que não tem relação com o conceito de saúde ou de condição prejudicial descrito por "malsã".

E) "Triste" - Refere-se a um sentimento de tristeza ou melancolia, sem uma conexão direta com a conotação de saúde ou de algo prejudicial que a palavra "malsã" transmite.

Analisando as definições e o contexto, a alternativa que apresenta o sinônimo correto de "malsã" (algo prejudicial à saúde ou bem-estar, especialmente de um modo não imediatamente óbvio ou físico) é a letra C, "Insalubre".

Gabarito: Letra C

Esta ideia para um conto de terror é tão terrível que, logo depois de tê-la, me arrependi. Mas já estava tida, não adiantava mais. Você, leitor, no entanto, tem uma escolha. Pode parar aqui, e se poupar, ou ler até o fim e provavelmente nunca mais dormir.
Vejo que decidiu continuar. Muito bem, vamos em frente. Talvez, posta no papel, a ideia perca um pouco do seu poder de susto.
Mas não posso garantir nada. É assim: 
 Um casal de velhos mora sozinho numa casa. Já criaram os filhos, os netos já estão grandes, só lhes resta implicar um com o outro. Retomam com novo fervor uma discussão antiga.
Ela diz que ele ronca quando dorme, ele diz que é mentira.
 – Ronca.
 – Não ronco.
 – Ele diz que não ronca – comenta ela, impaciente, como se falasse com uma terceira pessoa.
 Mas não existe outra pessoa na casa. Os filhos raramente visitam. Os netos, nunca. A empregada vem de manhã, faz o almoço, deixa o jantar e sai cedo.
 Ficam os dois sozinhos.
 – Eu devia gravar os seus roncos, pra você se convencer – diz ela. E em seguida tem a ideia infeliz. – É o que eu vou fazer! Esta noite, quando você dormir, vou ligar o gravador e gravar os seus roncos.
 – Humrfm – diz o velho.
 Você, leitor, já deve estar sentindo o que vai acontecer.
Pare de ler, leitor. Eu não posso parar de escrever. As ideias não podem ser desperdiçadas, mesmo que nos custem amigos, a vida ou o sono. Imagine se Shakespeare tivesse se horrorizado com suas próprias ideias e deixado de escrevê-las, por puro comedimento. Não que eu queira me comparar a Shakespeare.
Shakespeare era bem mais magro. Tenho que exercer este ofício, esta danação. Você, no entanto, não é obrigado a me acompanhar, leitor. Vá passear, vá tomar um sol. Uma das maneiras de controlar a demência solta no mundo e deixar os escritores falando sozinhos, exercendo sozinhos a sua profissão malsã, o seu vício solitário. Você ainda está lendo. Você é pior do que eu, leitor. Você tinha escolha.
 Sozinhos. Os velhos sozinhos na casa. Os dois vão para a cama. Quando o velho dorme, a velha liga o gravador. Mas em poucos minutos a velha também dorme. O gravador fica ligado, gravando. Pouco depois a fita acaba.
 Na manhã seguinte, certa do seu triunfo, a velha roda a fita.
Ouvem-se alguns minutos de silêncio. Depois, alguém roncando.
 – Rarrá! – diz a velha, feliz.
 Pouco depois ouve-se o ronco de outra pessoa, a velha também ronca! 
 – Rarrá! – diz o velho, vingativo.
 E em seguida, por cima do contraponto de roncos, ouve-se um sussurro. Uma voz sussurrando, leitor. Uma voz indefinida.
Pode ser de homem, de mulher ou de criança. A princípio – por causa dos roncos – não se distingue o que ela diz. Mas aos poucos as palavras vão ficando claras. São duas vozes.
 É um diálogo sussurrado.
 “Estão prontos?” 
 “Não, acho que ainda não…” 
 “Então vamos voltar amanhã…”

Questões de Português - Semântica - Sinônimos e antônimos