Para analisar a questão proposta é fundamental entender como a conjunção "se" e o modo verbal são usados no contexto da frase em questão, que é: "Mas, se a visão idílica de Rousseau foi a mais fecunda, é impossível deixar de falar das vertentes mais negativas de interpretação." Aqui, temos a presença da conjunção subordinativa "se", que introduz uma oração subordinada adverbial condicional.

As orações condicionais podem expressar condições reais ou hipotéticas, dependendo do contexto e do modo verbal empregado. Neste caso, o verbo "foi", na forma do pretérito perfeito do indicativo, é empregado para indicar uma condição real no passado. Esta escolha do tempo e modo verbal confirma que a condição descrita pela conjunção "se" é tratada como um fato efetivamente ocorrido ou assumido como tal no contexto da argumentação do autor, e não como uma hipótese ou possibilidade.

Este tipo de construção é bastante comum em textos argumentativos ou expositivos onde o autor pretende estabelecer uma base factual antes de apresentar desenvolvimentos ou conclusões subsequentes, como é o caso aqui, onde a "visão idílica de Rousseau" sendo "fecunda" conduz à inevitabilidade de discutir "as vertentes mais negativas de interpretação".

A análise da frase e dos elementos gramaticais nela envolvidos leva à conclusão de que a afirmativa da questão está correta. A conjunção "se" introduz uma condição real, confirmada pela escolha do modo indicativo no verbo da oração condicional. Portanto, ao avaliar a estrutura e o contexto sintático e semântico, a resposta C (Certo) é confirmada como correta.

No primeiro período do quinto parágrafo, a conjunção subordinativa “se” introduz uma condição real, o que é evidenciado pelo modo verbal empregado na oração em que ocorre.


    Afinal, os homens nascem iguais, apenas sem uma definição completa da natureza.
    Em Rousseau, por exemplo, com a noção do “bom selvagem”, essa ideia estará absolutamente presente.
    A alteridade desses “novos homens” transformada em modelo lógico se contrapunha à experiência ocidental. Como concluía Rousseau sobre a origem da desigualdade entre os homens, “se há uma bondade original da natureza humana, a evolução social corrompeu-a”.
    O famoso filósofo da Ilustração encontrava um modelo ideal nesse “outro” tão distante do “nós, ocidentais”, e o elegia como moralmente superior. No entanto, ao conformar esse quadro antitético, Rousseau de certa forma se afastava da Ilustração, já que refletia sobre um progresso às avessas.
    Mas, se a visão idílica de Rousseau foi a mais fecunda, é impossível deixar de falar das vertentes mais negativas de interpretação. As imagens que detratam o Novo Mundo se intensificaram, simetricamente correspondentes ao maior conhecimento e colonização desses novos territórios. É o momento em que se passa da projeção da inocência à inata maldade do selvagem.
    Esse debate — que opunha o modelo igualitário da Ilustração às doutrinas raciais — faz parte, no entanto, de um problema mais remoto, sobre as origens da humanidade.
    De um lado, a visão monogenista, dominante até meados do século XIX; de outro, a partir de então, a hipótese poligenista, que se transformava em uma alternativa plausível. Partiam os seus autores da crença na existência de vários centros de criação, que corresponderiam, por sua vez, às diferenças raciais observadas.


Ainda em relação ao texto III, julgue o item a seguir.


A análise sintática do período composto envolvida nesta questão requer compreender a relação entre as orações no último parágrafo do texto. O enunciado dirige a atenção para as orações ‘para que a educação aconteça’ e ‘que faz parte dessa estrutura mínima e digna’.

A oração "para que a educação aconteça" é uma oração subordinada adverbial final, isto é, ela indica o propósito ou a finalidade de uma ação. Essa oração explica o porquê da necessidade de se ter uma estrutura mínima e digna, com recursos como o ar-condicionado, especialmente em certas regiões do país.

Por outro lado, a oração "que faz parte dessa estrutura mínima e digna" é uma oração subordinada adjetiva restritiva. Ela especifica ou delimita um aspecto da estrutura mencionada, neste caso, que o ar-condicionado faz parte dessa estrutura considerada mínima e digna.

A relação entre as duas orações não é de causa e efeito ou de consequência, como sugerido no enunciado da questão, mas sim de finalidade e especificação. A oração final indica o propósito da existência do air-condicionado na estrutura escolar, enquanto a oração adjetiva detalha parte dessa estrutura necessária para alcançar tal fim.

Portanto, a alternativa correta, conforme identificado, é 'E' (Errado), visto que a oração "para que a educação aconteça" não expressa a consequência da existência da estrutura mencionada, mas a finalidade desta, fazendo com que a afirmação do enunciado esteja incorreta.

A alternativa correta é E.

No último parágrafo, a oração ‘para que a educação aconteça’ subordina-se à oração ‘que faz parte dessa estrutura mínima e digna’, expressando a consequência da existência da referida estrutura.

    Um projeto de lei que determina critérios mínimos de qualidade para escolas públicas de educação básica foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, em abril deste ano. Conforme estabelece o projeto de lei, o poder público deverá equipar todas as unidades do ensino básico com bibliotecas, laboratórios de ciências e informática, acesso à Internet, quadras poliesportivas cobertas, instalações com condições adequadas de acessibilidade, energia elétrica, abastecimento de água potável, esgoto sanitário e manejo de resíduos sólidos.
    “As condições listadas não constituem luxo ou privilégio, mas requisitos necessários ao estabelecimento de um padrão mínimo de qualidade nas escolas brasileiras e garantia do exercício digno do direito público subjetivo à educação básica”, justifica o autor da proposta.
    “O que há no projeto é o mínimo para que uma escola funcione, atendendo os estudantes e os profissionais da educação com dignidade. A ausência de laboratórios, de Internet, de bibliotecas e de uma estrutura física adequada é algo que impacta diretamente na qualidade da educação oferecida aos estudantes, uma vez que a educação não é uma transmissão de conhecimento, mas sim a construção deste”, considera a secretária de assuntos educacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Guelda Andrade.
    “Um ar-condicionado, por exemplo, em algumas regiões do país, não é questão de luxo. É uma condição que faz parte dessa estrutura mínima e digna para que a educação aconteça... A falta disso traz prejuízos drásticos tanto no aprendizado dos estudantes quanto no cotidiano dos profissionais da educação”, reforça Guelda Andrade.


Acerca das ideias e de aspectos linguísticos do texto CB1A1, julgue o item a seguir.


 Exercem função de complemento do verbo.

 Maria foi ao mercado e comprou os mantimentos.

 Eu li o livro, mas não entendi a moral.

 Ele estudou tanto que passou de primeira.

 Não só estudou como também trabalhou.

Para responder a esta questão precisamos identificar a alternativa que apresenta uma oração subordinada adverbial no período. Uma oração subordinada adverbial é aquela que desempenha o papel de um advérbio, modificando o verbo da oração principal, indicando circunstâncias como causa, condição, consequência, conformidade, entre outras.

Vamos analisar cada alternativa:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
<li>A) Maria foi ao mercado e comprou os mantimentos. 
Esta alternativa contém duas orações coordenadas, unidas pela conjunção "e". Não há presença de orações subordinadas adverbiais.</li>

<li>B) Eu li o livro, mas não entendi a moral. 
Neste caso, temos novamente orações coordenadas, conectadas pela conjunção adversativa "mas". Também não há orações subordinadas adverbiais.</li>

<li>C) Ele estudou tanto que passou de primeira. 
Aqui encontramos a conjunção "que" introduzindo uma oração subordinada adverbial de consequência. A oração "que passou de primeira" é uma consequência do fato expresso na oração principal "Ele estudou tanto".</li>

<li>D) Não só estudou como também trabalhou. 
Este exemplo apresenta uma estrutura de coordenação, usando a expressão "Não só... como também...". Não há orações subordinadas adverbiais.</li>
</ul>

Claramente, a alternativa que contém uma oração subordinada adverbial é a C, pois a oração "que passou de primeira" depende da oração principal "Ele estudou tanto" e exprime uma consequência, caracterizando-a como uma oração subordinada adverbial de consequência.

A alternativa correta é C.

 Ele estudou muito para passar no concurso. 

A análise de orações reduzidas é um aspecto relevante no estudo da sintaxe do período composto na Língua Portuguesa. Uma oração reduzida não apresenta uma forma verbal no modo indicativo, subjuntivo ou imperativo, mas sim em uma das formas nominais do verbo (infinitivo, gerúndio ou particípio), e não é introduzida por conjunção subordinativa explícita.

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>A) Quando ele chegou, todos aplaudiram. Nesta alternativa, temos uma oração adverbial temporal desenvolvida, iniciada pela conjunção "quando". Não há presença de oração reduzida.</li>
 <li>B) O aluno, correndo, entregou a prova. Esta oração apresenta "correndo" como uma forma reduzida de gerúndio que modifica o verbo "entregou", atuando como adjunto adverbial de modo. Esta é uma oração reduzida de gerúndio, pois o gerúndio expressa uma ação que ocorre simultaneamente à ação do verbo principal.</li>
 <li>C) Ao terminar a tarefa, descansou. Esta é uma oração reduzida de infinitivo ("terminar"), introduzida pela preposição "Ao" que aqui tem valor de conjunção, indicando uma circunstância de tempo.</li>
 <li>D) Ele estudou muito para passar no concurso. "Para passar no concurso" é uma oração reduzida de infinitivo que funciona como complemento verbal, explicando a finalidade da ação principal.</li>
</ul>

Com base na análise das alternativas, podemos concluir que a alternativa B é a correta, pois "correndo" é um claro exemplo de oração reduzida de gerúndio, atuando como adjunto adverbial de modo e complementando o sentido do verbo principal na oração.

Questões de Português - Sintaxe - Análise sintática do período composto