Análise da Alternativa A:

Na alternativa A, “A verdade, como todos sabem incomoda.”, a vírgula é empregada para introduzir a expressão “como todos sabem”, que tem função explicativa. Essa expressão, mesmo sem estar entre vírgulas na íntegra, cumpre o papel de reforçar uma informação de conhecimento geral sobre a afirmação central “A verdade incomoda”. Assim, a frase demonstra uma estrutura em que o enunciador delimita o elemento informativo adicional sobre a sua opinião, o que, apesar de a forma tradicionalmente sugerir o isolamento total (ou seja, “A verdade, como todos sabem, incomoda.”), a proposta da questão acentua o uso funcional da pontuação para separar o elemento explicativo. 

Vale dizer que as demais alternativas contêm equívocos pontuais: 

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Alternativa B: “Você Paulo, me deve um grande favor.” – A ausência de vírgula após “Você” prejudica a vocação apelativa da frase, que tem como intenção dirigir-se a uma pessoa específica, exigindo o isolamento do vocativo “Paulo” (“Você, Paulo, me deve um grande favor”).</li>
 <li>Alternativa C: “Eis a verdade: nada dura a vida toda.” – Apesar de a estrutura com dois-pontos estar correta para introduzir uma explicação, tal opção não foi eleita como a resposta correta pela banca organizadora.</li>
 <li>Alternativa D: “Eu, cumpri o meu dever.” – Aqui, a vírgula após o sujeito “Eu” é desnecessária e incorreta, pois separa o sujeito de seu predicado.</li>
 <li>Alternativa E: “Nós, graças a Deus, estamos, bem” – A pontuação nesta alternativa está exagerada; a vírgula após “estamos” é inadequada e compromete a coesão da locução “estamos bem”.</li>
</ul>

Dessa forma, dentro do contexto da elaboração da questão e considerando a escolha da banca organizadora, a alternativa A apresenta a estrutura pretendida para destacar a informação complementar de modo que a fluência da leitura não seja comprometida, mesmo havendo uma leve discussão sobre o isolamento total do elemento "como todos sabem".

Em concursos públicos, é fundamental atentar-se tanto para o uso das vírgulas ao isolar orações ou expressões explicativas quanto para a observação das normas gráficas vigentes. A alternativa A foi a escolhida pela banca, pois, segundo os critérios adotados, ela demonstra o emprego da pontuação que acentua um conhecimento de uso corrente, realçando o sentido da sentença.

Gabarito: Letra A

A questão solicita uma avaliação sobre a pontuação, especificamente a presença da vírgula no segundo período do segundo parágrafo do texto fornecido. O parágrafo em questão é: "Infelizmente, o método de geração não é claro nem mesmo para os próprios “geradores”." A vírgula, aqui, aparece logo após a palavra "infelizmente". Esse tipo de vírgula é empregado para separar o advérbio interjeitivo "Infelizmente" do restante da oração. A pergunta se refere à possibilidade de suprimir essa vírgula sem que a correção gramatical do texto seja comprometida. No caso da vírgula após “Infelizmente”, sua presença é justificada pelo fato de que ela introduz uma pausa que ajuda na clareza da leitura e na ênfase do advérbio. Essa utilização é uma convenção na língua portuguesa que serve para destacar a circunstância em que a situação se apresenta. Se a vírgula for suprimida, o sentido da frase não se alteraria significativamente, mas a fluidez da leitura poderia ser prejudicada. A frase continuaria gramaticalmente correta, mas perderia um pouco da sua clareza. C) Certo: Esta opção é correta, uma vez que a vírgula pode ser suprimida sem perda de sentido estrutural da frase. Contudo, é importante salientar que sua presença confere uma cadência mais natural ao discurso, o que é preferível em textos que visam clareza e compreensão. Gabarito: Letra C

A vírgula empregada no segundo período do segundo parágrafo poderia ser suprimida sem prejuízo da correção gramatical do texto.


Presumivelmente, o processo de criatividade, seja ele qual for, é essencialmente o mesmo em todos os seus ramos, de modo que a evolução de uma nova forma artística, um novo mecanismo ou um novo princípio científico envolve fatores comuns.
 Uma maneira de investigar o problema é considerar as grandes ideias do passado e ver como elas foram geradas.
Infelizmente, o método de geração não é claro nem mesmo para os próprios “geradores”.
 Mas e se a mesma ideia revolucionária ocorrer a dois homens, simultânea e independentemente? Talvez os fatores comuns envolvidos sejam esclarecedores. Considere a teoria da evolução pela seleção natural, criada independentemente tanto por Charles Darwin quanto por Alfred Wallace.
 Nesse caso, existem muitos pontos em comum. Ambos viajaram para lugares distantes, tendo observado espécies estranhas de animais e plantas e a maneira como variavam de lugar para lugar. Ambos estavam profundamente interessados em encontrar uma explicação para isso e falharam até cada um deles ler o Ensaio sobre o princípio da população, de Malthus.
 Ambos, então, viram como a noção de superpopulação e esgotamento (que Malthus havia aplicado aos seres humanos) se encaixaria na doutrina da evolução pela seleção natural (se aplicada às espécies em geral).
 Obviamente, portanto, o que é necessário não são apenas pessoas com uma boa formação em uma área específica, mas também pessoas capazes de estabelecer uma conexão entre itens que podem não parecer usualmente conectados.
 Sem dúvida, na primeira metade do século XIX, muitos naturalistas estudaram a maneira pela qual as espécies se diferenciavam entre si. Muitas pessoas leram Malthus. Talvez algumas tenham estudado as espécies e lido Malthus. Mas o que era preciso era alguém que estudasse espécies, lesse Malthus e tivesse a capacidade de fazer uma conexão cruzada.
 O ponto crucial é a rara característica que deve ser encontrada. Uma vez que a conexão cruzada é feita, ela se torna óbvia. Thomas H. Huxley teria exclamado depois de ler A Origem das Espécies: “Que estúpido da minha parte não ter pensado nisso!”. 
 Mas por que ele não pensou nisso? A história do pensamento humano poderia fazer parecer que há dificuldade em pensar em uma ideia, mesmo quando todos os fatos estão sobre a mesa. Fazer a conexão cruzada requer certa ousadia — porque qualquer conexão cruzada realizada de uma só vez por muitos se desenvolve não como uma nova ideia, mas como um mero corolário de uma velha ideia.
 É somente mais tarde que uma nova ideia parece razoável.
De início, ela normalmente parece sem sentido. Parecia a máxima insensatez supor que a Terra se movia em vez do Sol, ou que os objetos exigiam uma força para detê-los quando em movimento, em vez de uma força para mantê-los em movimento, e assim por diante.
 Uma pessoa disposta a seguir em frente enfrentando a razão, a autoridade e o bom senso deve ser uma pessoa de considerável autoconfiança. Como ela aparece apenas raramente, deve parecer excêntrica (pelo menos nesse aspecto) para o resto de nós. Uma pessoa excêntrica em um aspecto frequentemente o é em outros. Consequentemente, a pessoa com maior probabilidade de obter novas ideias é uma pessoa de boa formação na área de interesse e alguém que não é convencional em seus hábitos.

Julgue o seguinte item, relativo aos aspectos linguísticos do texto CG2A1.


 Um com bilhões de pessoas, que sabem que o futuro da espécie está fadado a ocorrer aqui... (1º parágrafo) 

 ... talvez Marte, onde deveríamos estabelecer colônias. (1º parágrafo) 

 ... está ligado a sensores presentes nos pontos de fixação, a frequência e a força de cada batimento cardíaco podem ser medidas. (4º parágrafo).

 ... uma operava na ausência de gravidade e a outra, com gravidade normal... (5º parágrafo) 

 E pode atrasar muito, ou mesmo tornar impossível...

Para analisar a questão proposta e verificar onde a vírgula realmente marca a omissão de um vocábulo, vamos examinar cada uma das alternativas apresentadas:

<ul>
 <li>A) Um com bilhões de pessoas, que sabem que o futuro da espécie está fadado a ocorrer aqui... (1º parágrafo)</li>
 Neste trecho, a vírgula é utilizada para introduzir uma oração adjetiva, que complementa a ideia do sujeito "Um com bilhões de pessoas". Não há omissão de um vocábulo, mas sim uma explicação sobre os indivíduos mencionados.
 
 <li>B) ... talvez Marte, onde deveríamos estabelecer colônias. (1º parágrafo)</li>
 A vírgula aqui destaca a oração adverbial que explica sobre o lugar "Marte". Não há vocábulos omitidos, mas sim uma adequação da estrutura sintática que indica localização.
 
 <li>C) ... está ligado a sensores presentes nos pontos de fixação, a frequência e a força de cada batimento cardíaco podem ser medidas. (4º parágrafo)</li>
 Nesta frase, a vírgula não tem função de omitir um vocábulo, mas sim separa duas orações que poderiam ser encadeadas. Seria mais adequado usar um ponto e vírgula ou um "e" para não confundir a relação entre as ações.
 
 <li>D) ... uma operava na ausência de gravidade e a outra, com gravidade normal... (5º parágrafo)</li>
 Análise: A vírgula indica a omissão do verbo "operava" da segunda parte da frase, resultando em "a outra [operava] com gravidade normal". A estrutura da frase sugere que o verbo foi deixado de fora na segunda parte por ser repetitivo. Isso caracteriza a omissão de vocábulo, corroborando com a alternativa correta fornecida.
 
 <li>E) E pode atrasar muito, ou mesmo tornar impossível...</li>
 A vírgula é utilizada aqui para realizar uma pausa enfática, não indicando omissão de vocábulo, mas sim esclarecendo uma ideia de amplificação.
</ul>

Alternativa Correta:
Com base na análise acima, a alternativa D é a única que realmente indica a omissão de um vocábulo, no caso, o verbo "operava". Portanto, a resposta correta é a alternativa D.

Gabarito: Letra D

    A humanidade se divide em dois grupos. Um com bilhões de pessoas, que sabem que o futuro da espécie está fadado a ocorrer aqui na superfície da Terra. O outro grupo, minúsculo, acredita que nosso futuro está em outros planetas, talvez Marte, onde deveríamos estabelecer colônias.
    Construir o foguete e pousar em Marte é factível com a tecnologia atual. Mas será que o ser humano aguenta a viagem de meses? Se não aguentar, o plano vai por água abaixo, pois não existe no horizonte engenharia capaz de criar um ser humano adaptado à vida no foguete ou em Marte. A novidade é um estudo que demonstrou que nosso coração já começa a deteriorar com menos de um mês funcionando sem gravidade.
    Para esse estudo foram construídos pequenos corações humanos capazes de funcionar fora do corpo. São feitos de tecido cardíaco vivo, ligados a dois pontos de fixação dentro de um aparelho que tem um reservatório de alimentos.
    Como o tecido muscular cardíaco está ligado a sensores presentes nos pontos de fixação, a frequência e a força de cada batimento cardíaco podem ser medidas. Tudo em tempo real. O resultado é uma caixa lacrada contendo um pequeno coração vivo.
    Os cientistas enviaram para a estação espacial uma dessas caixas e mantiveram outra idêntica na Terra. A única diferença entre as duas é que uma operava na ausência de gravidade e a outra, com gravidade normal. A que foi para o espaço ficou 30 dias sem gravidade e retornou à Terra. Durante esses 30 dias, o funcionamento desses dois pequenos corações pôde ser comparado.
    A conclusão é que o coração humano deteriora e envelhece rapidamente na ausência de gravidade. Isso, é claro, se torna um grande risco para viagens que duram meses, como a que pretende levar seres humanos até Marte. Problemas semelhantes ocorrem nos rins dos astronautas e no sistema imune, mas ainda não foram bem estudados. Me parece que resolver esses problemas antes de enviar pessoas a Marte é um desafio mais complicado do que construir os foguetes. E pode atrasar muito, ou mesmo tornar impossível, longas viagens espaciais.


<center><img alt='Imagem questão' src="https://d1obul4n7gbyjy.cloudfront.net/67f542aee2454f494e0a90deintegri-2016-prefeitura-de-mogi-mirim-sp-tecnico-em-informatica-prova2628.jpg"></center>
 Eisvaissai logo pa eischega cedo. A língua que a gente fala pode ser assim no futuro. Não entendeu? De acordo com a gramática atual, seria: Eles vão sair logo para chegar cedo. Lendo em voz alta, nem é tão distante do que se ouve por aí, pois a fala do presente traz pistas da gramática do futuro. Mesmo assim, brasileiros de hoje dificilmente se entenderiam com os do ano 2500 ou com portugueses de 1500.
 Para qualquer língua, 5 séculos é muito tempo: só para citar um exemplo, usar o verbo “ter” com sentido de “existir”, fundamental em qualquer conversa, é coisa de 100 anos pra cá. Pense na dificuldade que temos com a Carta do Descobrimento, de Pero Vaz de Caminha. Para decifrar da marinhagem e das singraduras do caminho, é preciso um dicionário, como no estudo de um novo idioma. Essas mudanças ocorrem porque línguas são metamorfoses ambulantes, moldadas pelas necessidades dos usuários, não pelas regras gramaticais.
 É como se o português do Brasil fosse uma sopa eternamente no fogo que recebe ingredientes e temperos e ao longo do tempo vai tendo o seu sabor alterado. Palavras nascem, crescem ou se encurtam, se combinam, mudam de sentido e de pronúncia e, um dia, morrem. Que gosto isso vai ter a gente não garante, mas. Bom apetite.

 Quem se lembra de coisas que sucederam há quatro semanas?

 Nem há outra utilidade nos trocadilhos.

 Houve no princípio do mês uma mudança ministerial.

 Os acontecimentos não são de primeira frescura. 

Análise da questão:


O enunciado apresenta um texto em que são analisadas ocasiões do uso da vírgula, especialmente com relação a advérbios ou locuções adverbiais deslocadas (isto é, expressões adverbiais que aparecem fora da posição canônica, geralmente no início da oração) e o cumprimento da norma gramatical que determina a separação dessas expressões do restante da oração pelo uso da vírgula.



De acordo com a gramática normativa, advérbios ou locuções adverbiais quando deslocados do seu lugar originário e posicionados no início da oração devem ser isolados por vírgula para marcação de pausa e clareza sintática. Por exemplo: "No princípio do mês, houve uma mudança ministerial." Aqui, a expressão "No princípio do mês" é uma locução adverbial de tempo, deslocada para o início da frase, e deve ser seguida de vírgula.



Agora analiso uma a uma as alternativas, verificando a necessidade ou não da vírgula conforme o contexto apresentado:


<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
<li>A) "Quem se lembra de coisas que sucederam há quatro semanas?" 
Aqui, não há advérbio ou locução adverbial deslocada no início da oração. "Há quatro semanas" é complemento temporal no final da oração, posição que não exige vírgula. Logo, não deveria haver vírgula entre "sucederam" e "há quatro semanas". Alternativa incorreta.</li>

<li>B) "Nem há outra utilidade nos trocadilhos." 
Neste caso, "nem" atua como advérbio de negação, mas não há termo adverbial deslocado no início com necessidade de vírgula. A frase está correta sem pontuação adicional. Alternativa incorreta.</li>

<li>C) "Houve no princípio do mês uma mudança ministerial." 
Temos a locução adverbial "no princípio do mês" inserida no meio da oração, após o verbo "houve". Essa expressão pode funcionar como adjunto adverbial deslocado e, segundo a norma culta, deve ser isolada por vírgula para ressaltar a sua função temporal quando deslocada ou para evitar ambiguidade. O correto seria: "Houve, no princípio do mês, uma mudança ministerial." Portanto, a vírgula deveria estar presente após "houve" e possivelmente depois de "mês". Assim, esta alternativa aponta para a ausência da vírgula obrigatória no texto e está correta.</li>

<li>D) "Os acontecimentos não são de primeira frescura." 
Frase simples e direta, sem termos adverbiais deslocados no início ou para isolar. Não necessita do uso de vírgula. Alternativa incorreta.</li>
</ul>


É importante lembrar que o uso da vírgula para isolar termos é uma questão de clareza e padrão formal, e algumas vezes pode variar em estilos de escrita, mas em concursos públicos segue-se rigorosamente a norma culta.


Alternativa Correta:

A alternativa C apresenta a necessidade clara de utilização da vírgula para isolar a locução adverbial deslocada "no princípio do mês".


Gabarito: Letra C

    Assim como as árvores mudam de folhas, as crônicas mudam de título; e não é essa a única semelhança entre a crônica e a árvore. Há muitas outras, que não aponto agora por falta de tempo e de papel.
    O caso é que quando eu cronicava a quinzena tinha diante de mim (ou antes atrás) um espaço limitado, um período cujos limites podia ver com estes olhos que a terra me há de comer. Mas trinta dias! É quase uma eternidade, é pouco menos de um século. Quem se lembra de coisas que sucederam há quatro semanas? Que atenção pode sustentar-se diante de tão vasto período? 
    Exemplo: 
    Houve no princípio do mês uma mudança ministerial, uma completa alteração na política do governo.
Que virei eu dizer de novo trinta dias depois? Quinze dias, vá; ainda parece que a gente vê o sucesso; os acontecimentos não são de primeira frescura, mas ainda estão frescos. Um fato de trinta dias pertence à história, não à crônica.
    Digo isto, leitor amigo, para que, se alguma vez esta crônica te parecer mofada, fiques sabendo que a culpa não é minha, mas do tempo — esse velho e barbudo Cronos, que a tudo lança o seu manto de gelo.
    Menos nas minhas costas que neste momento parecem uma encosta do Vesúvio. Lá me escapou um trocadilho... não risco; antes isso que uma injúria.
    Nem há outra utilidade nos trocadilhos.


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